Fauna Selvagem

21-06-2020
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Em Portugal existem 26 espécies destes mamíferos voadores, que variam muito no tamanho, aparência, comportamento e noutros aspectos da sua biologia.
Os morcegos alimentam-se de insectos, que caçam durante a noite. Algumas espécies capturam insectos voadores, outras conseguem apanhá-los no solo e em rochedos, paredes e plantas ou superfícies de águas calmas. Para poderem capturar estas presas, os morcegos têm um voo extremamente ágil. Ainda que tenham boa visão, durante a noite utilizam principalmente o seu sistema de ecolocação que consiste na localização dos objectos e presas através dos ecos de ultra-sons que emitem pela boca e pelo nariz.Na Primavera dão à luz uma única cria, que cresce rapidamente. Durante os meses quentes do ano, acumulam grandes quantidades de gordura, que serve de reserva alimentar para o Inverno. Durante o Inverno a maioria dos morcegos hibernam por longos períodos devido à falta de alimento. Este ciclo repete-se ao longo dos cerca de 30 anos que estes pequenos animais chegam a viver. Esta longevidade é surpreendente tendo em conta as suas pequenas dimensões. Os morcegos da nossa fauna variam entre 3 a 10 cm de comprimento.

Algumas espécies abrigam-se quase exclusivamente em grutas, minas e outros subterrâneos. Outras preferem pequenas cavidades nos troncos das árvores, como ninhos de pica-pau abandonados. Há também espécies que se abrigam em casas e igrejas, em geral em salas pouco perturbadas, no forro, na cave, ou em escoaços apertados (entre telhas, etc). Não ocupam em geral o mesmo abrigo ao longo de todo o ano, chegando por isso a fazer migrações com centenas de quilómetros.  Os morcegos são olhados como mau presságio e ligados a bruxas e lendas, como a do Conde Drácula. Há também uma crença de que se emaranham nos cabelos. Na verdade, os morcegos são inofensivos e não causam prejuízo. São até muito úteis pois destroem grandes quantidades de insectos, combatendo pragas agrícolas e florestais e vectores de doenças. Numa noite, um morcego pode comer mais do que o seu próprio peso em insectos! O tipo de voo varia com a espécie, correspondendo a diferentes comportamentos de caça.

Tal como no resto da Europa as populações de muitas das nossas espécies têm vindo a diminuir, havendo em Portugal  9 em perigo de extinção. 
A destruição ou perturbação dos vários tipos de abrigos é um dos factores responsáveis pela diminuição das populações de morcegos. O abate de velhas árvores restringe os abrigos disponíveis para as espécies arborícolas. As espécies cavernícolas são as mais afectadas, devido à grande concentração dos indivíduos num número reduzido de abrigos. É por esta razão que a maior parte das espécies cavernícolas está em perigo. Em edifícios, nem sempre são bem recebidos. São mortos ou obrigados a abandonar os seus abrigos. São também afectados por alterações dos habitats e aplicação de pesticidas. Por serem muito úteis e estarem ameaçados os morcegos estão protegidos por lei.  

Conservação
Portugal foi um dos primeiros países europeus a ter um plano de conservação dos morcegos cavernícolas, espécies particularmente ameaçadas. Esta publicação - Palmeirim, JM & Rodrigues L 1992 – Plano Nacional de Conservação dos Morcegos Cavernícolas Estudos de Biologia e Conservação da Natureza 8 será em breve disponibilizada em formato pdf. Está previsto que o plano seja revisto nos próximos anos.
As medidas de conservação já implementadas incluem: (1) inclusão dos abrigos mais importantes na Lista Nacional de Sítios designada para a Rede Natura 2000, (2) programa de monitorização anual dos abrigos de criação e hibernação mais importantes, (3) vedação de cinco abrigos de importância nacional, (4) estabilização do tecto de um abrigo, (5) construção de dois abrigos artificiais para compensar a destruição de duas galerias de minas que albergavam morcegos, (6) corte de vegetação em redor das entradas dos abrigos, e (7) protecção de minas abandonadas compatível com o seu uso continuado pelos morcegos.

Para os observadores:Pequeno Guia dos morcegos de Portugal - Custa apenas 3,00€

 Adaptado de (Texto de Luisa Rodrigues e Jorge Palmeirim; Ilustrações de Alexandra F. Almeida e Pedro Casaleiro; «Morcegos», uma publicação do ICNB - Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade)


Em Portugal existem 26 espécies destes mamíferos voadores, que variam muito no tamanho, aparência, comportamento e noutros aspectos da sua biologia.
Os morcegos alimentam-se de insectos, que caçam durante a noite. Algumas espécies capturam insectos voadores, outras conseguem apanhá-los no solo e em rochedos, paredes e plantas ou superfícies de águas calmas. Para poderem capturar estas presas, os morcegos têm um voo extremamente ágil. Ainda que tenham boa visão, durante a noite utilizam principalmente o seu sistema de ecolocação que consiste na localização dos objectos e presas através dos ecos de ultra-sons que emitem pela boca e pelo nariz.Na Primavera dão à luz uma única cria, que cresce rapidamente. Durante os meses quentes do ano, acumulam grandes quantidades de gordura, que serve de reserva alimentar para o Inverno. Durante o Inverno a maioria dos morcegos hibernam por longos períodos devido à falta de alimento. Este ciclo repete-se ao longo dos cerca de 30 anos que estes pequenos animais chegam a viver. Esta longevidade é surpreendente tendo em conta as suas pequenas dimensões. Os morcegos da nossa fauna variam entre 3 a 10 cm de comprimento.

Algumas espécies abrigam-se quase exclusivamente em grutas, minas e outros subterrâneos. Outras preferem pequenas cavidades nos troncos das árvores, como ninhos de pica-pau abandonados. Há também espécies que se abrigam em casas e igrejas, em geral em salas pouco perturbadas, no forro, na cave, ou em escoaços apertados (entre telhas, etc). Não ocupam em geral o mesmo abrigo ao longo de todo o ano, chegando por isso a fazer migrações com centenas de quilómetros.  Os morcegos são olhados como mau presságio e ligados a bruxas e lendas, como a do Conde Drácula. Há também uma crença de que se emaranham nos cabelos. Na verdade, os morcegos são inofensivos e não causam prejuízo. São até muito úteis pois destroem grandes quantidades de insectos, combatendo pragas agrícolas e florestais e vectores de doenças. Numa noite, um morcego pode comer mais do que o seu próprio peso em insectos! O tipo de voo varia com a espécie, correspondendo a diferentes comportamentos de caça.

Tal como no resto da Europa as populações de muitas das nossas espécies têm vindo a diminuir, havendo em Portugal  9 em perigo de extinção. 
A destruição ou perturbação dos vários tipos de abrigos é um dos factores responsáveis pela diminuição das populações de morcegos. O abate de velhas árvores restringe os abrigos disponíveis para as espécies arborícolas. As espécies cavernícolas são as mais afectadas, devido à grande concentração dos indivíduos num número reduzido de abrigos. É por esta razão que a maior parte das espécies cavernícolas está em perigo. Em edifícios, nem sempre são bem recebidos. São mortos ou obrigados a abandonar os seus abrigos. São também afectados por alterações dos habitats e aplicação de pesticidas. Por serem muito úteis e estarem ameaçados os morcegos estão protegidos por lei.  

Conservação
Portugal foi um dos primeiros países europeus a ter um plano de conservação dos morcegos cavernícolas, espécies particularmente ameaçadas. Esta publicação - Palmeirim, JM & Rodrigues L 1992 – Plano Nacional de Conservação dos Morcegos Cavernícolas Estudos de Biologia e Conservação da Natureza 8 será em breve disponibilizada em formato pdf. Está previsto que o plano seja revisto nos próximos anos.
As medidas de conservação já implementadas incluem: (1) inclusão dos abrigos mais importantes na Lista Nacional de Sítios designada para a Rede Natura 2000, (2) programa de monitorização anual dos abrigos de criação e hibernação mais importantes, (3) vedação de cinco abrigos de importância nacional, (4) estabilização do tecto de um abrigo, (5) construção de dois abrigos artificiais para compensar a destruição de duas galerias de minas que albergavam morcegos, (6) corte de vegetação em redor das entradas dos abrigos, e (7) protecção de minas abandonadas compatível com o seu uso continuado pelos morcegos.

Para os observadores:Pequeno Guia dos morcegos de Portugal - Custa apenas 3,00€

 Adaptado de (Texto de Luisa Rodrigues e Jorge Palmeirim; Ilustrações de Alexandra F. Almeida e Pedro Casaleiro; «Morcegos», uma publicação do ICNB - Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade)

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