Correio da Manhã

18-01-2020
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"PSD não está partido": Rui Rio discursa após vitória nas eleições

Por Correio da Manhã e Lusa | 18 de Janeiro de 2020 às 16:30

Fonte oficial da candidatura avança que o atual líder do PSD vence com mais de 53% dos votos.

O atual presidente do PSD, Rui Rio, e o antigo líder parlamentar Luís Montenegro voltam este sábado a disputar eleições diretas, numa inédita segunda volta em que podem votar 40.604 militantes com as quotas em dia. Rui Rio venceu a corrida.

Acompanhe os resultados no Correio da Manhã:

Relacionadas Rui Rio, o 'corredor de fundo' que renovou mandato até 2022 O candidato e presidente do PSD, Rui Rio, foi reeleito com 53,02% dos votos, derrotando o ex-líder parlamentar Luís Montenegro, que teve 46,98%, anunciou o conselho de jurisdição nacional do partido.

O anúncio foi feito pelo presidente do conselho de jurisdição, Nunes Liberato, na sede nacional dos sociais-democratas, em Lisboa, cerca das 23:20.

Os resultados provisórios indicam que Rui Rio obteve 16.420 votos (53,02%) e Luís Montenegro 14.547 (46,98%).

Podiam votar um total de 40.628 militantes, tendo exercido o seu direito 31.295. Registaram-se 199 votos em brancos e 129 nulos.

O órgão de jurisdição do PSD declarou que a eleição de hoje decorreu "com toda a normalidade e muito poucos incidentes".

Apesar de não estar fechada contagem, dado que faltam apurar cerca de 40 secções, Nuno Liberato garantiu que "são resultados que não tem influência global no resultado final".

Assim, o presidente do conselho de jurisdição declarou "eleito presidente da comissão política nacional o militante Rui Rio".

Nunes Liberato explicou que, em alguns casos, se registou um atraso na entrega, à sede nacional, por parte dessas cerca de 40 secçõs, excluindo as da Madeira, onde não houve votação.

"Não têm influência nos resultados finais", repetiu.

23h18 - O reeleito presidente social-democrata, Rui Rio, afirmou que espera poder "trabalhar com estabilidade e lealdade", recusou que o PSD esteja "partido" e vincou estar "a iniciar o momento para marcar a unidade" no partido.

"Encaro esta vitória com satisfação, orgulho e, acima de tudo, com sentido de responsabilidade. Fez hoje um ano que o Conselho Nacional do PSD votou pela estabilidade, ao votar contra a minha destituição. Hoje, os militantes do PSD voltaram a votar pela estabilidade ao votar pela manutenção da atual liderança. Espero que, a partir de hoje, possamos trabalhar com estabilidade e lealdade", afirmou.No discurso aos militantes num hotel do Porto, Rio disse querer, a partir de hoje, "com o PSD, começar a ganhar o país", observando que "houve um momento para se marcar as diferenças", mas começa agora a ocasião "para marcar a unidade".O candidato derrotado à liderança do PSD, Luís Montenegro, avisou que "não vale a pena anunciarem" a sua morte política, considerando que essa notícia seria "manifestamente exagerada".

Na declaração em que reconheceu a derrota, Luís Montenegro disse que irá ao Congresso do PSD, que se realiza entre 07 e 09 de fevereiro, em Viana do Castelo, mas assegurou que, num futuro próximo, não irá assumir qualquer cargo no partido.

Questionado se admite ser candidato nas autárquicas de 2021, o antigo deputado considerou que "esta questão não se coloca" de momento.

"Eu não sou político de profissão, sou político por missão, não tenho essa visão de preocupação em relação ao meu futuro político. Estou centrado em ser um militante ativo do PSD e continuar a contribuir e colaborar para que o partido tenha êxito nos seus diversos combates", afirmou.

Na fase de perguntas e respostas à comunicação social, Montenegro disse estar "sempre disponível" para ajudar o seu partido, mas assegurou que "nos próximos tempos" não tenciona desempenhar "nenhuma função nem nenhum cargo" no PSD.

"Vou regressar, depois destes meses de campanha, com muita tranquilidade e de consciência tranquila à minha condição de militante de base", afirmou.

Questionado sobre as razões pelas quais considera que a sua candidatura não saiu vencedora, disse não achar "interessante" fazer essa análise.

"O que é interessante é verificar que o partido relegitimou o dr. Rui Rio e deu-lhe nova oportunidade de poder inverter - e com ele o partido - o ciclo de maus resultados eleitorais".

Quanto à sua participação no congresso de Viana do Castelo, Montenegro definiu-a como "uma participação no debate".

"Não vou reivindicar no congresso nada que não seja o que me compete, que é dar a minha opinião, o meu contributo: participar nesse grande debate que é a reunião magna do PSD, esgoto aí a minha participação no congresso e creio que já não é pouco", disse.

Questionado se o repto que lançou há um ano de diretas antecipadas - rejeitado em Conselho Nacional - o pode ter prejudicado, o antigo líder parlamentar do PSD reiterou que pretendia uma clarificação, que continua a entender que "foi feita tardiamente".

"Respeito os resultados e desejo sucesso ao líder e à liderança do partido", afirmou.

Montenegro salientou que esta "foi a primeira vez" que concorreu à liderança do PSD e disse ter "tido muita honra" em participar nesta disputa.

"Não tenho nenhuma previsão sobre aquilo que possa ser o futuro, mas quero dizer de uma forma clara: não vale pena anunciarem a minha morte política, porque creio que essa notícia é manifestamente exagerada", afirmou.

22h21 - Miguel Pinto Luz, o candidato que ficou de fora da segunda volta na corrida à liderança do PSD, saudou o atual presidente do partido, Rui Rio, pela sua "vitória" na eleição.

Numa nota publicada no Facebook, o vice-presidente da câmara de Cascais cumprimentou Rio "pela vitória e por ter merecido a confiança dos militantes", agradecendo ainda a Luís Montenegro, o candidato derrotado, "pela elevação democrática com que disputou esta eleição".

Numa altura em que os resultados oficiais da segunda volta ainda não são conhecidos, Pinto Luz afirma que o "PSD precisa, depois deste período de disputa interna, de voltar a ser uma opção credível e a verdadeira alternativa ao atual Governo" do PS.

Miguel Pinto Luz promete ainda que o partido pode contar com a sua "militância leal e interventiva" e agradeceu a "todos os militantes que participaram em mais uma demonstração de vitalidade democrática" dos sociais-democratas.

O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro reconheceu a derrota nas eleições diretas e disse que já telefonou ao presidente Rui Rio a saudá-lo pela vitória, pedindo-lhe que tenha "a capacidade de devolver a unidade ao partido". "Já telefonei ao Rui Rio e transmiti-lhe as felicitações", disse o candidato.

"Aqui não há nenhum equívoco e nenhuma dúvida ele é o vencedor destas eleições, é credor do nosso cumprimento", afirmou Luís Montenegro, que reclamou representar os votos de cerca de 47% dos militantes do PSD.

Montenegro só cumprimentou Rui Rio a meio da sua intervenção inicial, já depois de saudar os militantes do PSD, a sua estrutura de campanha e até o terceiro candidato menos votado na primeira volta, Migue Pinto Luz, a quem agradeceu pela sua campanha e pelo seu "contributo para este debate".

Além de considerar Rio "credor" do seu cumprimento, Montenegro deixou-lhe de imediato um desafio para os dois próximos atos eleitorais nacionais.

"É credor do nosso desejo de que possa ultrapassar com êxito os combates eleitorais que o partido vai enfrentar nos Açores, ainda este ano, e no próximo ano nas autárquicas", afirmou.

O antigo líder parlamentar fez ainda um outro pedido ao atual e futuro presidente do PSD.

"Não pondo em causa de maneira nenhuma os resultados de hoje, mas com a legitimidade de aqui representar cerca de 47% dos militantes, de pedir ao dr. Rui Rio e à nova direção política que saibam interpretar os resultados eleitorais dos últimos atos eleitorais e também da avaliação que os militantes fizeram hoje nas urnas", afirmou.

Montenegro defendeu ser importante que "o PSD tenha paz e tranquilidade", mas considerou que é responsabilidade de todos "contribuir para acabar com uma cultura de fação, de divisões insustentáveis e agressividades intoleráveis".

"Esta unidade começa precisamente na liderança e no líder, quero desejar que o dr. Rui Rio tenha a capacidade de devolver esta unidade ao nosso PSD", afirmou.

Os apoiantes do candidato à liderança do PSD Luís Montenegro começaram a entrar na sala onde o antigo presidente da bancada fará a sua declaração, quando ambas as candidaturas apontam a vitória de Rui Rio.

Os números, ainda não oficiais, indicam uma vitória do atual presidente e recandidato por valores acima dos 53%.

Apesar de ainda não ter sido indicado a que horas falará Luís Montenegro, as cerca de 50 cadeiras da sala do hotel junto ao rio Tejo, em Lisboa, já estão todas ocupadas.

Rui Rio vence eleições do PSD e é reeleito presidente do partido. Fonte oficial da candidatura avança que o atual líder do PSD vence estas eleições diretas com mais de 53% dos votos.Rui Rio e Luís Montenegro empatados! 50% para cada um dos candidatos.Estão apuradas 179 das 318 secções, o que corresponde a 14.163 dos 40.628 votos possíveis.Montenegro aproxima-se de Rui Rio. Diferença é inferior a 1%.Rui Rio continua na frente com 52,45%. Já foram contados 20 mil votos.Vinte minutos depois de se saber que o atual líder do PSD liderava as votações, já foram contados mais de 10 mil votos.Rui Rio vai na frente da corrida à liderança do partido. Até ao momento já foram contados 2201 votos. Estão ainda por apurar 38126 votos.Dos votos já contados, 53,64% dizem respeito ao atual líder do PSD. Já 46,36% correspondem a Luís Montenegro.---Pouco antes das 16h00, os dois candidatos à liderança do Partido Social Democrata exerceram o seu direito de voto. Rui Rio votou no Porto e Luís Montenegro em Espinho.Este sábado, as eleições decorreram em todo o País entre as 14h00 e as 20h00. A proclamação dos resultados será feita pelo Conselho de Jurisdição Nacional (CJN), na sede do partido, em Lisboa.O candidato à liderança do PSD Rui Rio afirmou-se "confiante" numa vitória na segunda volta das eleições diretas do partido, embora admitindo que "nunca se sabe", e garantiu estar "tranquilo como em todas as eleições".

"Estou confiante, mas tenho sempre de pôr dois cenários, nunca se sabe", disse Rio aos jornalistas depois de votar na sede do PSD no Porto, acrescentando que "até poderia pôr três [cenários], mas um empate é estatisticamente difícil".

Questionado sobre se o discurso de "vitória expressiva" que fez no final da primeira volta não lhe poderá agora ser prejudicial, desmobilizando alguns dos seus apoiantes por considerarem que o resultado está garantido, Rio afirmou que a vitória "foi expressiva, mas não foi definitiva", salientando que "aqui o definitivo é o que é importante".

"Acho que uns podem pensar que já está ganho, outros podem pensar que já está perdido, e uns desmobilizam por uma maneira, outros por outra, e outros não, outros mobilizam-se... não sei", admitiu.

Sobre se receia uma maior taxa de abstenção nesta segunda volta - depois de na primeira ronda a taxa de participação de 79% ter sido a mais alta de sempre em percentagem em diretas - Rio disse não ter informações a esse respeito, mas destacou que "esta eleição tem exatamente a mesma importância da semana passada".

"Na semana passada, podia-se eleger o presidente do PSD logo à primeira. Era difícil, mas podia. Mas agora vai-se eleger mesmo, portanto, esta eleição é relevante. Espero que as pessoas venham", sustentou.

Relativamente aos cerca de 20% de abstenção da primeira volta, considerou que foi "bom", mas disse que "podia ser melhor", e salientou que "não é comparável com aquilo que há a nível nacional": "Exige-se mais, neste aspeto, dos militantes do partido, porque se são militantes têm um certo empenho e, portanto, a taxa [de participação] tende a ser melhor do que à escala nacional", referiu.

Quanto à possibilidade de as acusações entre os candidatos de troca de apoios por promessa de lugares poderem levar a alguma desmobilização dos militantes nesta segunda volta, Rio respondeu apenas: "Não, não, não". "Estou tranquilo sempre, em todas as eleições que fiz na vida, e já fiz muitas. Esta situação que estou a viver já vivi muitas vezes, sempre tranquilo", assegurou.

Garantindo ainda que não preparou, nem pretender preparar, um discurso escrito para o final da noite deste sábado - "tomo uns tópicos e vou pensar um bocadinho nesses tópicos", esclareceu - Rui Rio disse, já à saída da sala onde votou, que "se tivesse sido" útil um debate televisivo com Luís Montenegro o "tinha feito".

Montenegro espera que anulação do sufrágio na Madeira não suscite dúvidas sobre resultados

O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro afirmou estar "confiante" numa vitória na segunda volta das diretas do partido e espera que a anulação do sufrágio no PSD/Madeira não suscite "dúvidas" no "resultado final".

"Estou muito confiante e muito tranquilo. A campanha foi uma campanha longa, tive sempre o cuidado de fazer o maior número de sessões e de encontros com os militantes para poder esclarecer os meus propósitos, as minhas ideias, as minhas convicções e as orientações estratégicas que pretendo para o PSD. Fi-lo sempre com elevação, sem atacar ninguém", disse Montenegro.

Antes de votar em Espinho, em declarações aos jornalistas, disse que o PSD, um partido "com força e vivacidade que faz falta à democracia portuguesa", vai sair "mais forte" destas eleições.

Questionado sobre a anulação do sufrágio no PSD/Madeira, Montenegro afirmou que este processo eleitoral "fica manchado pelo facto de haver militantes impedidos de exercerem o seu direito de voto", classificando a anulação como um "falhanço de articulação e coordenação política".

"Infelizmente, não houve capacidade, nem competência para tratar disso atempadamente e eu só posso lamentar e desejar que as eleições não tenham como desfecho final, ficarmos com a dúvida do que é que seria esse resultado final se os militantes da Madeira tivessem participado", sublinhou.

O candidato à liderança do PSD reiterou ainda que o país "precisa de uma oposição forte" e uma "alternativa política" ao governo socialista que considerou estar "a atrasar o desenvolvimento do país" e a comportar-se como "um verdadeiro governo de deixa andar".

"Portugal precisa de uma oposição forte, uma oposição firme e precisa também de uma alternativa política para também, futuramente, podermos enveredar por um círculo de desenvolvimento muito mais intenso e que chegue ao quotidiano das pessoas, à vida concreta de cada um nos seus mais diversos domínios e nas suas mais diversas dimensões", referiu.

Montenegro admitiu que, caso não saia vencedor destas eleições, se encontra "disponível para contribuir para o reforço do PSD" e para a sua "capacidade de ir em busca da confiança dos eleitores".

Primeira volta realizou-se na semana passada

Na primeira volta, realizada há uma semana, Rui Rio foi o candidato mais votado com 49,02% dos votos expressos (15.546 votos), seguido do antigo líder parlamentar do PSD, que obteve 41,42% do total (13.137). O vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais Miguel Pinto Luz ficou em terceiro, com 9,55% (3.030), e fora da segunda volta.Na primeira volta, votaram 32.082 militantes, uma taxa de participação de 79%, a mais alta de sempre em percentagem em diretas, apesar de ser a mais baixa em números absolutos de todas as eleições do PSD em que houve disputa, devido às novas regras para o pagamento de quotas.No total do País, Rio teve na primeira volta mais 2.409 votos que Montenegro, mas os dois candidatos menos votados somaram, em conjunto, mais 621 votos do que o atual presidente.A polémica com o PSD/Madeira - todos os votos da primeira volta na Região Autónoma foram considerados nulos pelo CJN por discrepâncias com o caderno eleitoral oficial - vai manter-se, tendo a estrutura regional decidido que não vai abrir as sedes para a segunda volta, considerando que isso seria uma "humilhação" para os militantes sociais-democratas do arquipélago.Tal como há uma semana, os resultados poderão ser acompanhados em na página oficial do partido, e a secretaria-geral promete aumentar a capacidade de acesso ao site e ter uma versão otimizada para telemóveis.A 'chave' do resultado eleitoral deverá voltar a estar, como habitualmente, nas quatro maiores distritais do PSD: Porto, Lisboa, Braga e Aveiro registam, por esta ordem, o maior número de militantes em condições de votar, centralizando mais de 57% do total.No passado sábado, Rui Rio ganhou em 13 distritos ou estruturas, incluindo duas das maiores: Porto, Aveiro, Bragança, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real, Santarém, Faro, Beja, Portalegre, Évora, Açores e Europa.Já Luís Montenegro venceu em seis: além da poderosa distrital de Braga, venceu em Leiria, Viseu, Coimbra, Castelo Branco e Lisboa Área Oeste.Pinto Luz saiu vencedor na Área Metropolitana de Lisboa (com Montenegro em segundo) e em Setúbal, reclamando também vitória na Madeira, mas os votos da Região Autónoma não foram contabilizados.Já no círculo Fora da Europa, os quatro militantes que votaram repartiram-se igualmente por Rio e Montenegro, registando-se um empate.Nesta última semana, as acusações entre os candidatos de troca de apoios por promessa de lugares - negadas por ambos - marcaram a campanha, bem como as 'transferências' dos apoiantes de Pinto Luz para Rio e Montenegro.Os antigos secretários-gerais do PSD Miguel Relvas e Matos Rosa, o antigo vice-presidente Marco António Costa, os líderes das distritais de Lisboa e de Setúbal, Ângelo Pereira e Bruno Vitorino, o vice-presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, os deputados Carlos Silva, Sandra Pereira e Alexandre Poço, ou o presidente da concelhia do Porto, Hugo Neto, foram alguns ex-apoiantes do autarca de Cascais que anunciaram o seu voto em Montenegro na segunda volta.Em sentido contrário, o ex-ministro Mira Amaral, o cientista Carvalho Rodrigues e os deputados Ana Miguel Santos e Nuno Carvalho (que foram cabeças de lista nas últimas legislativas em Aveiro e Setúbal, respetivamente) passaram do apoio a Pinto Luz para a declaração de voto no atual presidente e recandidato.Em 2018, Rui Rio derrotou Santana Lopes por 54,15% dos votos (22.728 votos), numa eleição em que o universo eleitoral foi de 70.692 militantes, mas em que acabaram por votar apenas 42.655 (cerca de 60% do total).

"PSD não está partido": Rui Rio discursa após vitória nas eleições

Por Correio da Manhã e Lusa | 18 de Janeiro de 2020 às 16:30

Fonte oficial da candidatura avança que o atual líder do PSD vence com mais de 53% dos votos.

O atual presidente do PSD, Rui Rio, e o antigo líder parlamentar Luís Montenegro voltam este sábado a disputar eleições diretas, numa inédita segunda volta em que podem votar 40.604 militantes com as quotas em dia. Rui Rio venceu a corrida.

Acompanhe os resultados no Correio da Manhã:

Relacionadas Rui Rio, o 'corredor de fundo' que renovou mandato até 2022 O candidato e presidente do PSD, Rui Rio, foi reeleito com 53,02% dos votos, derrotando o ex-líder parlamentar Luís Montenegro, que teve 46,98%, anunciou o conselho de jurisdição nacional do partido.

O anúncio foi feito pelo presidente do conselho de jurisdição, Nunes Liberato, na sede nacional dos sociais-democratas, em Lisboa, cerca das 23:20.

Os resultados provisórios indicam que Rui Rio obteve 16.420 votos (53,02%) e Luís Montenegro 14.547 (46,98%).

Podiam votar um total de 40.628 militantes, tendo exercido o seu direito 31.295. Registaram-se 199 votos em brancos e 129 nulos.

O órgão de jurisdição do PSD declarou que a eleição de hoje decorreu "com toda a normalidade e muito poucos incidentes".

Apesar de não estar fechada contagem, dado que faltam apurar cerca de 40 secções, Nuno Liberato garantiu que "são resultados que não tem influência global no resultado final".

Assim, o presidente do conselho de jurisdição declarou "eleito presidente da comissão política nacional o militante Rui Rio".

Nunes Liberato explicou que, em alguns casos, se registou um atraso na entrega, à sede nacional, por parte dessas cerca de 40 secçõs, excluindo as da Madeira, onde não houve votação.

"Não têm influência nos resultados finais", repetiu.

23h18 - O reeleito presidente social-democrata, Rui Rio, afirmou que espera poder "trabalhar com estabilidade e lealdade", recusou que o PSD esteja "partido" e vincou estar "a iniciar o momento para marcar a unidade" no partido.

"Encaro esta vitória com satisfação, orgulho e, acima de tudo, com sentido de responsabilidade. Fez hoje um ano que o Conselho Nacional do PSD votou pela estabilidade, ao votar contra a minha destituição. Hoje, os militantes do PSD voltaram a votar pela estabilidade ao votar pela manutenção da atual liderança. Espero que, a partir de hoje, possamos trabalhar com estabilidade e lealdade", afirmou.No discurso aos militantes num hotel do Porto, Rio disse querer, a partir de hoje, "com o PSD, começar a ganhar o país", observando que "houve um momento para se marcar as diferenças", mas começa agora a ocasião "para marcar a unidade".O candidato derrotado à liderança do PSD, Luís Montenegro, avisou que "não vale a pena anunciarem" a sua morte política, considerando que essa notícia seria "manifestamente exagerada".

Na declaração em que reconheceu a derrota, Luís Montenegro disse que irá ao Congresso do PSD, que se realiza entre 07 e 09 de fevereiro, em Viana do Castelo, mas assegurou que, num futuro próximo, não irá assumir qualquer cargo no partido.

Questionado se admite ser candidato nas autárquicas de 2021, o antigo deputado considerou que "esta questão não se coloca" de momento.

"Eu não sou político de profissão, sou político por missão, não tenho essa visão de preocupação em relação ao meu futuro político. Estou centrado em ser um militante ativo do PSD e continuar a contribuir e colaborar para que o partido tenha êxito nos seus diversos combates", afirmou.

Na fase de perguntas e respostas à comunicação social, Montenegro disse estar "sempre disponível" para ajudar o seu partido, mas assegurou que "nos próximos tempos" não tenciona desempenhar "nenhuma função nem nenhum cargo" no PSD.

"Vou regressar, depois destes meses de campanha, com muita tranquilidade e de consciência tranquila à minha condição de militante de base", afirmou.

Questionado sobre as razões pelas quais considera que a sua candidatura não saiu vencedora, disse não achar "interessante" fazer essa análise.

"O que é interessante é verificar que o partido relegitimou o dr. Rui Rio e deu-lhe nova oportunidade de poder inverter - e com ele o partido - o ciclo de maus resultados eleitorais".

Quanto à sua participação no congresso de Viana do Castelo, Montenegro definiu-a como "uma participação no debate".

"Não vou reivindicar no congresso nada que não seja o que me compete, que é dar a minha opinião, o meu contributo: participar nesse grande debate que é a reunião magna do PSD, esgoto aí a minha participação no congresso e creio que já não é pouco", disse.

Questionado se o repto que lançou há um ano de diretas antecipadas - rejeitado em Conselho Nacional - o pode ter prejudicado, o antigo líder parlamentar do PSD reiterou que pretendia uma clarificação, que continua a entender que "foi feita tardiamente".

"Respeito os resultados e desejo sucesso ao líder e à liderança do partido", afirmou.

Montenegro salientou que esta "foi a primeira vez" que concorreu à liderança do PSD e disse ter "tido muita honra" em participar nesta disputa.

"Não tenho nenhuma previsão sobre aquilo que possa ser o futuro, mas quero dizer de uma forma clara: não vale pena anunciarem a minha morte política, porque creio que essa notícia é manifestamente exagerada", afirmou.

22h21 - Miguel Pinto Luz, o candidato que ficou de fora da segunda volta na corrida à liderança do PSD, saudou o atual presidente do partido, Rui Rio, pela sua "vitória" na eleição.

Numa nota publicada no Facebook, o vice-presidente da câmara de Cascais cumprimentou Rio "pela vitória e por ter merecido a confiança dos militantes", agradecendo ainda a Luís Montenegro, o candidato derrotado, "pela elevação democrática com que disputou esta eleição".

Numa altura em que os resultados oficiais da segunda volta ainda não são conhecidos, Pinto Luz afirma que o "PSD precisa, depois deste período de disputa interna, de voltar a ser uma opção credível e a verdadeira alternativa ao atual Governo" do PS.

Miguel Pinto Luz promete ainda que o partido pode contar com a sua "militância leal e interventiva" e agradeceu a "todos os militantes que participaram em mais uma demonstração de vitalidade democrática" dos sociais-democratas.

O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro reconheceu a derrota nas eleições diretas e disse que já telefonou ao presidente Rui Rio a saudá-lo pela vitória, pedindo-lhe que tenha "a capacidade de devolver a unidade ao partido". "Já telefonei ao Rui Rio e transmiti-lhe as felicitações", disse o candidato.

"Aqui não há nenhum equívoco e nenhuma dúvida ele é o vencedor destas eleições, é credor do nosso cumprimento", afirmou Luís Montenegro, que reclamou representar os votos de cerca de 47% dos militantes do PSD.

Montenegro só cumprimentou Rui Rio a meio da sua intervenção inicial, já depois de saudar os militantes do PSD, a sua estrutura de campanha e até o terceiro candidato menos votado na primeira volta, Migue Pinto Luz, a quem agradeceu pela sua campanha e pelo seu "contributo para este debate".

Além de considerar Rio "credor" do seu cumprimento, Montenegro deixou-lhe de imediato um desafio para os dois próximos atos eleitorais nacionais.

"É credor do nosso desejo de que possa ultrapassar com êxito os combates eleitorais que o partido vai enfrentar nos Açores, ainda este ano, e no próximo ano nas autárquicas", afirmou.

O antigo líder parlamentar fez ainda um outro pedido ao atual e futuro presidente do PSD.

"Não pondo em causa de maneira nenhuma os resultados de hoje, mas com a legitimidade de aqui representar cerca de 47% dos militantes, de pedir ao dr. Rui Rio e à nova direção política que saibam interpretar os resultados eleitorais dos últimos atos eleitorais e também da avaliação que os militantes fizeram hoje nas urnas", afirmou.

Montenegro defendeu ser importante que "o PSD tenha paz e tranquilidade", mas considerou que é responsabilidade de todos "contribuir para acabar com uma cultura de fação, de divisões insustentáveis e agressividades intoleráveis".

"Esta unidade começa precisamente na liderança e no líder, quero desejar que o dr. Rui Rio tenha a capacidade de devolver esta unidade ao nosso PSD", afirmou.

Os apoiantes do candidato à liderança do PSD Luís Montenegro começaram a entrar na sala onde o antigo presidente da bancada fará a sua declaração, quando ambas as candidaturas apontam a vitória de Rui Rio.

Os números, ainda não oficiais, indicam uma vitória do atual presidente e recandidato por valores acima dos 53%.

Apesar de ainda não ter sido indicado a que horas falará Luís Montenegro, as cerca de 50 cadeiras da sala do hotel junto ao rio Tejo, em Lisboa, já estão todas ocupadas.

Rui Rio vence eleições do PSD e é reeleito presidente do partido. Fonte oficial da candidatura avança que o atual líder do PSD vence estas eleições diretas com mais de 53% dos votos.Rui Rio e Luís Montenegro empatados! 50% para cada um dos candidatos.Estão apuradas 179 das 318 secções, o que corresponde a 14.163 dos 40.628 votos possíveis.Montenegro aproxima-se de Rui Rio. Diferença é inferior a 1%.Rui Rio continua na frente com 52,45%. Já foram contados 20 mil votos.Vinte minutos depois de se saber que o atual líder do PSD liderava as votações, já foram contados mais de 10 mil votos.Rui Rio vai na frente da corrida à liderança do partido. Até ao momento já foram contados 2201 votos. Estão ainda por apurar 38126 votos.Dos votos já contados, 53,64% dizem respeito ao atual líder do PSD. Já 46,36% correspondem a Luís Montenegro.---Pouco antes das 16h00, os dois candidatos à liderança do Partido Social Democrata exerceram o seu direito de voto. Rui Rio votou no Porto e Luís Montenegro em Espinho.Este sábado, as eleições decorreram em todo o País entre as 14h00 e as 20h00. A proclamação dos resultados será feita pelo Conselho de Jurisdição Nacional (CJN), na sede do partido, em Lisboa.O candidato à liderança do PSD Rui Rio afirmou-se "confiante" numa vitória na segunda volta das eleições diretas do partido, embora admitindo que "nunca se sabe", e garantiu estar "tranquilo como em todas as eleições".

"Estou confiante, mas tenho sempre de pôr dois cenários, nunca se sabe", disse Rio aos jornalistas depois de votar na sede do PSD no Porto, acrescentando que "até poderia pôr três [cenários], mas um empate é estatisticamente difícil".

Questionado sobre se o discurso de "vitória expressiva" que fez no final da primeira volta não lhe poderá agora ser prejudicial, desmobilizando alguns dos seus apoiantes por considerarem que o resultado está garantido, Rio afirmou que a vitória "foi expressiva, mas não foi definitiva", salientando que "aqui o definitivo é o que é importante".

"Acho que uns podem pensar que já está ganho, outros podem pensar que já está perdido, e uns desmobilizam por uma maneira, outros por outra, e outros não, outros mobilizam-se... não sei", admitiu.

Sobre se receia uma maior taxa de abstenção nesta segunda volta - depois de na primeira ronda a taxa de participação de 79% ter sido a mais alta de sempre em percentagem em diretas - Rio disse não ter informações a esse respeito, mas destacou que "esta eleição tem exatamente a mesma importância da semana passada".

"Na semana passada, podia-se eleger o presidente do PSD logo à primeira. Era difícil, mas podia. Mas agora vai-se eleger mesmo, portanto, esta eleição é relevante. Espero que as pessoas venham", sustentou.

Relativamente aos cerca de 20% de abstenção da primeira volta, considerou que foi "bom", mas disse que "podia ser melhor", e salientou que "não é comparável com aquilo que há a nível nacional": "Exige-se mais, neste aspeto, dos militantes do partido, porque se são militantes têm um certo empenho e, portanto, a taxa [de participação] tende a ser melhor do que à escala nacional", referiu.

Quanto à possibilidade de as acusações entre os candidatos de troca de apoios por promessa de lugares poderem levar a alguma desmobilização dos militantes nesta segunda volta, Rio respondeu apenas: "Não, não, não". "Estou tranquilo sempre, em todas as eleições que fiz na vida, e já fiz muitas. Esta situação que estou a viver já vivi muitas vezes, sempre tranquilo", assegurou.

Garantindo ainda que não preparou, nem pretender preparar, um discurso escrito para o final da noite deste sábado - "tomo uns tópicos e vou pensar um bocadinho nesses tópicos", esclareceu - Rui Rio disse, já à saída da sala onde votou, que "se tivesse sido" útil um debate televisivo com Luís Montenegro o "tinha feito".

Montenegro espera que anulação do sufrágio na Madeira não suscite dúvidas sobre resultados

O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro afirmou estar "confiante" numa vitória na segunda volta das diretas do partido e espera que a anulação do sufrágio no PSD/Madeira não suscite "dúvidas" no "resultado final".

"Estou muito confiante e muito tranquilo. A campanha foi uma campanha longa, tive sempre o cuidado de fazer o maior número de sessões e de encontros com os militantes para poder esclarecer os meus propósitos, as minhas ideias, as minhas convicções e as orientações estratégicas que pretendo para o PSD. Fi-lo sempre com elevação, sem atacar ninguém", disse Montenegro.

Antes de votar em Espinho, em declarações aos jornalistas, disse que o PSD, um partido "com força e vivacidade que faz falta à democracia portuguesa", vai sair "mais forte" destas eleições.

Questionado sobre a anulação do sufrágio no PSD/Madeira, Montenegro afirmou que este processo eleitoral "fica manchado pelo facto de haver militantes impedidos de exercerem o seu direito de voto", classificando a anulação como um "falhanço de articulação e coordenação política".

"Infelizmente, não houve capacidade, nem competência para tratar disso atempadamente e eu só posso lamentar e desejar que as eleições não tenham como desfecho final, ficarmos com a dúvida do que é que seria esse resultado final se os militantes da Madeira tivessem participado", sublinhou.

O candidato à liderança do PSD reiterou ainda que o país "precisa de uma oposição forte" e uma "alternativa política" ao governo socialista que considerou estar "a atrasar o desenvolvimento do país" e a comportar-se como "um verdadeiro governo de deixa andar".

"Portugal precisa de uma oposição forte, uma oposição firme e precisa também de uma alternativa política para também, futuramente, podermos enveredar por um círculo de desenvolvimento muito mais intenso e que chegue ao quotidiano das pessoas, à vida concreta de cada um nos seus mais diversos domínios e nas suas mais diversas dimensões", referiu.

Montenegro admitiu que, caso não saia vencedor destas eleições, se encontra "disponível para contribuir para o reforço do PSD" e para a sua "capacidade de ir em busca da confiança dos eleitores".

Primeira volta realizou-se na semana passada

Na primeira volta, realizada há uma semana, Rui Rio foi o candidato mais votado com 49,02% dos votos expressos (15.546 votos), seguido do antigo líder parlamentar do PSD, que obteve 41,42% do total (13.137). O vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais Miguel Pinto Luz ficou em terceiro, com 9,55% (3.030), e fora da segunda volta.Na primeira volta, votaram 32.082 militantes, uma taxa de participação de 79%, a mais alta de sempre em percentagem em diretas, apesar de ser a mais baixa em números absolutos de todas as eleições do PSD em que houve disputa, devido às novas regras para o pagamento de quotas.No total do País, Rio teve na primeira volta mais 2.409 votos que Montenegro, mas os dois candidatos menos votados somaram, em conjunto, mais 621 votos do que o atual presidente.A polémica com o PSD/Madeira - todos os votos da primeira volta na Região Autónoma foram considerados nulos pelo CJN por discrepâncias com o caderno eleitoral oficial - vai manter-se, tendo a estrutura regional decidido que não vai abrir as sedes para a segunda volta, considerando que isso seria uma "humilhação" para os militantes sociais-democratas do arquipélago.Tal como há uma semana, os resultados poderão ser acompanhados em na página oficial do partido, e a secretaria-geral promete aumentar a capacidade de acesso ao site e ter uma versão otimizada para telemóveis.A 'chave' do resultado eleitoral deverá voltar a estar, como habitualmente, nas quatro maiores distritais do PSD: Porto, Lisboa, Braga e Aveiro registam, por esta ordem, o maior número de militantes em condições de votar, centralizando mais de 57% do total.No passado sábado, Rui Rio ganhou em 13 distritos ou estruturas, incluindo duas das maiores: Porto, Aveiro, Bragança, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real, Santarém, Faro, Beja, Portalegre, Évora, Açores e Europa.Já Luís Montenegro venceu em seis: além da poderosa distrital de Braga, venceu em Leiria, Viseu, Coimbra, Castelo Branco e Lisboa Área Oeste.Pinto Luz saiu vencedor na Área Metropolitana de Lisboa (com Montenegro em segundo) e em Setúbal, reclamando também vitória na Madeira, mas os votos da Região Autónoma não foram contabilizados.Já no círculo Fora da Europa, os quatro militantes que votaram repartiram-se igualmente por Rio e Montenegro, registando-se um empate.Nesta última semana, as acusações entre os candidatos de troca de apoios por promessa de lugares - negadas por ambos - marcaram a campanha, bem como as 'transferências' dos apoiantes de Pinto Luz para Rio e Montenegro.Os antigos secretários-gerais do PSD Miguel Relvas e Matos Rosa, o antigo vice-presidente Marco António Costa, os líderes das distritais de Lisboa e de Setúbal, Ângelo Pereira e Bruno Vitorino, o vice-presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, os deputados Carlos Silva, Sandra Pereira e Alexandre Poço, ou o presidente da concelhia do Porto, Hugo Neto, foram alguns ex-apoiantes do autarca de Cascais que anunciaram o seu voto em Montenegro na segunda volta.Em sentido contrário, o ex-ministro Mira Amaral, o cientista Carvalho Rodrigues e os deputados Ana Miguel Santos e Nuno Carvalho (que foram cabeças de lista nas últimas legislativas em Aveiro e Setúbal, respetivamente) passaram do apoio a Pinto Luz para a declaração de voto no atual presidente e recandidato.Em 2018, Rui Rio derrotou Santana Lopes por 54,15% dos votos (22.728 votos), numa eleição em que o universo eleitoral foi de 70.692 militantes, mas em que acabaram por votar apenas 42.655 (cerca de 60% do total).

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