portugal dos pequeninos

02-09-2020
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1. «Por que razão não há homens? Porque, tanto no PS como no PSD, e até, ocasionalmente, no próprio CDS, a oposição à ditadura (clandestina, aberta ou "colaborante") os criara. A maioria dos deputados de 1975, de 76, de 79, de 80, chegou a São Bento por convicção, com sacrifício, com risco (principalmente, em 75) e, ponto importante, com uma carreira respeitável. Poucos vieram por oportunismo. Quase nenhum para se promover, para ganhar influência, para entrar nos "negócios", para ar-ranjar um emprego. As coisas mudaram quando a política se profissionalizou e o interesse geral foi subordinado ao interesse particular do partido e, dentro do partido, ao de cada indivíduo. O país que se lixe. A obsessão da Assembleia (e do Governo) é meramente táctica: o voto, a vantagem imediata, o efeito na televisão ou na imprensa. É uma obsessão estéril e torpe. Não, de facto, não há homens.» (Vasco Pulido Valente, Público)2. A propósito de não haver homens, o rapazola Sérgio Sousa Pinto - um pequeno enfatuado que foi líder da JS e que andou a pastar pelo PE para regressar ao parlamento português nesta legislatura - "acusou" o Chefe de Estado de se "meter" na maravilhosa agenda do PS sobre casamentos não sei quê. Mais. O pequeno idiota "adverte" Cavaco para não fazer "coro" com a oposição acerca de tão fantástica matéria sob pena de colocar em causa (reparem até onde a idiotia pode ir) a "estabilidade política". Tudo serve de arremesso para tapar o sol com a peneira. Não, de facto, não há homens.3. Manuel Alegre, antes de ser o candidato oficial do PS às próximas presidenciais, já é o do dr. Louçã. O Bloco "lançou" ontem o poeta antes mesmo dele se lançar. Num raro momento de lucidez, Jorge Sampaio recordou que a única forma de um candidato a PR falar directamente com o país, sem ficar refém de partidos sobretudo do dele, é fazer uma "declaraçãozinha" a dizer "eu sou candidato" e, depois, quem quiser que o siga. Ora Alegre começa logo mal ao deixar que o profeta Louçã faça a dita declaração por si. Não há homens.4. «Há duas maneiras de governar os países: a grega e a outra. A nossa é a grega e, acreditem, acaba sempre mal.» (Miguel Sousa Tavares, Expresso) Não se governam países sem homens capazes de o governar. Nem a lanterna de Diógenes, cheia de pilhas de longa duração, os acharia por cá. Não, de facto, não há homens.5. «A devassa da vida privada tornou-se uma actividade comum e deixou de ser considerada devassa. Nos nossos talk-shows, como os de Júlia Pinheiro (TVI) ou Fátima Lopes (SIC), uns indivíduos com mau aspecto e umas indivíduas passadas pelo ferro de engomar do botox discutem as noites, os dias, as roupas, os corpos, as declarações, os namoricos, os arrufos, as separações, as relações com os filhos, enteados, pais e padrastos dos "conhecidos". As próprias apresentadoras comprazem-se nessa odiosa tarefa. Enquanto nos entretêm com o circo, o pão é o que se sabe: o desemprego aumenta, a crise rouba o melhor das vidas a milhões de pessoas, os corruptos prosperam, a política é altamente deficiente e os media que mitificam e destroem os Tiger Woods do mundo ou da nossa aldeia sobem nos jogos de bolsa (...). Uma Canção para Ti é um horror estético. Júlia Pinheiro grita como um vitelo à beira do choque eléctrico fatal. Manuel Luís Goucha, que faz muito bem as manhãs da TVI, não consegue acompanhá-la na gritaria. As crianças canoras gritam como la Pinheiro, mas agravam com uma desafinação desenfreada e generalizada. As famílias das criancinhas exploradas desartisticamente gritam na assistência pela vitória dos seus monstrinhos queridos.» (Eduardo Cintra Torres, Público). De facto, não há homens.


1. «Por que razão não há homens? Porque, tanto no PS como no PSD, e até, ocasionalmente, no próprio CDS, a oposição à ditadura (clandestina, aberta ou "colaborante") os criara. A maioria dos deputados de 1975, de 76, de 79, de 80, chegou a São Bento por convicção, com sacrifício, com risco (principalmente, em 75) e, ponto importante, com uma carreira respeitável. Poucos vieram por oportunismo. Quase nenhum para se promover, para ganhar influência, para entrar nos "negócios", para ar-ranjar um emprego. As coisas mudaram quando a política se profissionalizou e o interesse geral foi subordinado ao interesse particular do partido e, dentro do partido, ao de cada indivíduo. O país que se lixe. A obsessão da Assembleia (e do Governo) é meramente táctica: o voto, a vantagem imediata, o efeito na televisão ou na imprensa. É uma obsessão estéril e torpe. Não, de facto, não há homens.» (Vasco Pulido Valente, Público)2. A propósito de não haver homens, o rapazola Sérgio Sousa Pinto - um pequeno enfatuado que foi líder da JS e que andou a pastar pelo PE para regressar ao parlamento português nesta legislatura - "acusou" o Chefe de Estado de se "meter" na maravilhosa agenda do PS sobre casamentos não sei quê. Mais. O pequeno idiota "adverte" Cavaco para não fazer "coro" com a oposição acerca de tão fantástica matéria sob pena de colocar em causa (reparem até onde a idiotia pode ir) a "estabilidade política". Tudo serve de arremesso para tapar o sol com a peneira. Não, de facto, não há homens.3. Manuel Alegre, antes de ser o candidato oficial do PS às próximas presidenciais, já é o do dr. Louçã. O Bloco "lançou" ontem o poeta antes mesmo dele se lançar. Num raro momento de lucidez, Jorge Sampaio recordou que a única forma de um candidato a PR falar directamente com o país, sem ficar refém de partidos sobretudo do dele, é fazer uma "declaraçãozinha" a dizer "eu sou candidato" e, depois, quem quiser que o siga. Ora Alegre começa logo mal ao deixar que o profeta Louçã faça a dita declaração por si. Não há homens.4. «Há duas maneiras de governar os países: a grega e a outra. A nossa é a grega e, acreditem, acaba sempre mal.» (Miguel Sousa Tavares, Expresso) Não se governam países sem homens capazes de o governar. Nem a lanterna de Diógenes, cheia de pilhas de longa duração, os acharia por cá. Não, de facto, não há homens.5. «A devassa da vida privada tornou-se uma actividade comum e deixou de ser considerada devassa. Nos nossos talk-shows, como os de Júlia Pinheiro (TVI) ou Fátima Lopes (SIC), uns indivíduos com mau aspecto e umas indivíduas passadas pelo ferro de engomar do botox discutem as noites, os dias, as roupas, os corpos, as declarações, os namoricos, os arrufos, as separações, as relações com os filhos, enteados, pais e padrastos dos "conhecidos". As próprias apresentadoras comprazem-se nessa odiosa tarefa. Enquanto nos entretêm com o circo, o pão é o que se sabe: o desemprego aumenta, a crise rouba o melhor das vidas a milhões de pessoas, os corruptos prosperam, a política é altamente deficiente e os media que mitificam e destroem os Tiger Woods do mundo ou da nossa aldeia sobem nos jogos de bolsa (...). Uma Canção para Ti é um horror estético. Júlia Pinheiro grita como um vitelo à beira do choque eléctrico fatal. Manuel Luís Goucha, que faz muito bem as manhãs da TVI, não consegue acompanhá-la na gritaria. As crianças canoras gritam como la Pinheiro, mas agravam com uma desafinação desenfreada e generalizada. As famílias das criancinhas exploradas desartisticamente gritam na assistência pela vitória dos seus monstrinhos queridos.» (Eduardo Cintra Torres, Público). De facto, não há homens.

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