Os portugueses não sabem conviver

13-12-2020
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Uma boa notícia: O Reino Unido acaba de aprovar a vacina da Pfizer e vai começar a administrá-la já na próxima semana. É o princípio do fim da pandemia de covid-19. Tem de ser. E desde as cinco da manhã de hoje que é permitido circular entre concelhos e, por exemplo, visitar amigos ou familiares de quem estivemos separados desde a última sexta-feira. Esta espécie de liberdade condicional – o país continua em estado de emergência e mantém-se o dever de recolhimento domiciliário – só vai durar até à próxima sexta-feira quando voltar a entrar em vigor o recolher obrigatório vespertino e noturno por causa da pandemia de covid 19 e do feriado da Imaculada Conceição que se celebra a 8 de dezembro. Na próxima sexta-feira, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa vai renovar o Estado de emergência e no sábado António Costa comunicará as restrições para o Natal e Ano Novo. Ontem, numa entrevista ao Observador , o primeiro-ministro vestiu a pele de Grinch involuntário e explicou que, apesar de algum alívio nas medidas de contenção, o Natal “não vai ser normal” (o que já sabíamos) e que vamos entrar no Ano Novo “sem festas” (o que já adivinhávamos). Estas restrições têm sido justificadas pelas autoridades sanitárias e pelo Governo com o facto de a maioria dos contágios ocorrer no “contexto familiar” ou no “convívio” com amigos . Contagiamo-nos mais do que os nórdicos porque, como é evidente, passamos a vida na casa uns dos outros e não sabemos viver longe da família. Eduardo Lourenço, que morreu ontem aos 97 anos e era, segundo o amigo e filósofo José Gil, mais divertido do que os seus ensaios, livros e opiniões faziam crer, escreveu em “O Labirinto da Saudade” , o seu Magnus Opum, que os portugueses “não convivem entre si” como “uma lenda tenaz o confirma”. O homem que “mais pensou Portugal e os portugueses” e por quem foi decretado um dia de luto nacional nesta quarta-feira, percebeu que, afinal, os seus compatriotas “espiam-se, controlam-se uns aos outros; não dialogam , disputam-se, e a convivência é uma osmose do mesmo ao mesmo, sem enriquecimento mútuo, que nunca um português confessará que aprendeu alguma coisa de um outro, a menos que seja pai ou mãe”. Divertido, não é? Por um acaso cósmico qualquer, soube da morte do ensaísta, professor e poeta quando conduzia e pude ouvir um fantástico (não estou a exagerar) programa da Antena 1 sobre o homem que foi galardoado com o prémio Camões e Pessoa, dois dos poetas que mais admirava; e que o povo da aldeia onde nasceu, São Pedro do Rio Seco, em Almeida, o homenageou em vida dando o seu nome à praça principal da aldeia. Ainda assim, numa entrevista dada ao Expresso em 2017, Lourenço confessou: “A única coisa de que me arrependo é de não ter estado à altura da pessoa que encontrei na minha vida e que a marcou para sempre” . Estava a falar da mulher, Annie Solomon, que tinha morrido quatro anos antes. O conselheiro de Estado também era um homem terno. Apesar de não ser um otimista, até Eduardo Lourenço concordaria que já se vislumbra uma espécie de luzinha ao fim deste túnel covid-19 que nos atormenta há mais de um ano e que já infetou mais de 300 mil pessoas em Portugal e matou 4577 : amanhã, o Governo vai apresentar o plano de vacinação nacional que espera (esperamos todos) poder começar a implementar em 2021. A Pfizer e a Moderna apresentaram pedidos de aprovação das vacinas que criaram à agência Europeia do Medicamento, o Reino Unido já aprovou a primeira e António Costa já assumiu que uma vacina “eficaz” será a grande prioridade da presidência portuguesa da União Europeia que arranca já em Janeiro de 2021. Ainda vamos a tempo de aprender a conviver.

OUTRAS NOTÍCIAS

Um grupo de nove proprietários de restaurantes, bares e discotecas entra hoje no sexto dia de greve de fome. Estão acampados em frente à Assembleia da República sob o lema "a pão e água" e só vão parar com o protesto quando forem recebidos pelo ministro da Economia, que se tem recusado a fazê-lo. O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, foi visitar o grupo ontem mas levou com um dedo em riste do chef Lujbomir Stanisic que o aconselhou a ir embora. A confederação do Turismo reúne-se hoje com representantes do Governo.

A crise no sector é inegável e está a ser agravada pelas medidas de contenção da pandemia, como as que vigoraram nos últimos fins de semana, nas pontes e nos feriados e que obrigaram os restaurantes a fechar as portas desde a uma da tarde. Sem clientes, o Majestic e o Guarany, no Porto, já as fecharam por tempo indeterminado.

O Reino Unido deixa de estar hoje em confinamento depois de quatro semanas trancada em casa. O último dia de reclusão foi celebrado como o fim de uma pena de prisão. É o país da União Europeia com o maior número de mortos: mais de 54 mil. E o primeiro a aprovar a vacina da Pfizer.

Começa hoje na Internet a Web Summit que pretende ligar mais de cem mil pessoas online. Não haverá evento, digamos, físico por causa da, adivinhou, covid.19. Ainda assim, Lisboa vai pagar 11 milhões de euros para patrocinar o evento. Porquê?

A freguesia de Rabo de Peixe, nos Açores, estará sob cerca sanitária desde a meia-noite de quinta-feira. O Governo decretou esta medida extrema por causa do aumento do número de contágios e proibiu a deslocação para fora da freguesia e o fecho das escolas, entre outras medidas. Os Açores têm pouco mais de mil casos que já mataram 17 pessoas.

Jószef Szájer, eurodeputado húngaro e um dos autores da revisão constitucional que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo no país magiar, foi detido pela polícia belga no decorrer de uma orgia gay que se realizava num bar da especialidade em Bruxelas. O político foi detido quando tentava fugir do local através de um algeroz. Tinha droga numa mochila, feriu-se na tentativa de fuga e demitiu-se dos cargos que ocupava alegando "cansaço". LOL.

Notícias não muito surpreendentes:

Marcelo Rebelo de Sousa vai recandidatar-se ao cargo de Presidente da República e o discurso já está escrito.

O procurador-geral dos Estados Unidos da América, William Barr, declarou ontem que não há indícios de fraude "que conduzissem a outro resultado" nas eleições presidenciais. Barr é republicano e próximo de Donald Trump, o Presidente que perdeu as eleições para Biden.

O FC Porto conseguiu apurar-se para os oitavos de Final da Liga dos Campeões depois de um empate arrancado a ferros contra o Manchester City. O guarda-redes Marchesiiiiiii foi a grande figura do jogo.

João Felix marcou o golo do empate do Atlético de Madrid contra o campeão Bayern. O Shaktar de Luís Castro vergou os milionários do Real Madrid.

O Estrela da Amadora morreu e renasceu agora com um nome mais sintético: Estrela. O clube que ganhou a Taça de Portugal de 1990 (entretanto roubada) e que já foi treinado por Fernando Santos e José Mourinho, entre outros, vai jogar amanhã com o Farense e abriu as portas à Tribuna.

Frases

“Eduardo Lourenço pensou Portugal toda a vida. Portugal está-lhe muito, muito grato"

Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o filósofo

"É, para mim em particular, um momento de grande tristeza. Trata-se de um amigo, um camarada, de alguém com quem tive a oportunidade de privar, de aprender muito”

António Costa, sobre o homem

“Tinha o talento raro de elevar qualquer conversa, por trivial que fosse, trazendo pontos de vista inesperados, informações e conhecimentos novos ou fazendo comentários que parecendo anódinos traziam sempre à tona o avesso das coisas”

Jorge Sampaio, sobre o conversador

“Sempre nos morreu alguém. Sempre nos morrerá alguém, sempre morrerá alguém a toda a gente. Nós só somos verdadeiramente quando esse alguém que contava para nós já não existe”.

Eduardo Lourenço e a morte

"Não há plano B"

António Costa a dramatizar a necessidade de um acordo sobre o orçamento europeu

“Quanto mais à mesa, mais perigoso o Natal é, porque tiramos a máscara para comer”

António Costa, o fantasma do Natal futuro

"Não há cá partidos, querido"

Lujbomir Stanisic, para "Chicão", demonstrando um domínio cada vez mais perfeito da língua portuguesa

"É natural que você não saiba o que é muita qualidade no futebol"

Jorge Jesus para a jornalista que o interrogava sobre a alegada falta de qualidade do futebol do Benfica

“Vai mas é treinar o Elvas”

Jorge Jesus, em mais um momento de classe, para Lito Vidigal, treinador do Marítimo

“Recordamos a Jorge Jesus o investimento feito esta temporada, sem correspondência com resultados e exibições, o que não o poderia deixar confortável caso algum adepto do emblema da Luz lhe apontasse o caminho de ir treinar para a Amadora”

Paulo Canhão, presidente do Elvas, tomando as dores do clube e de Vidigal

O que eu ando a ler

Anatomia de um Crime

Robert Traver

O título desta secção fixa do Expresso Curto é um bocado ditador porque ao contrário de Eduardo Lourenço, que dizia que “estar-se sem livros é já ter morrido”, a verdade é que nem sempre estou de volta de um qualquer clássico da literatura ou de um excitante romance policial. E desta vez vou escrever sobre um livro que gostava de estar a ler. Robert Traver é o pseudónimo literário de John D. Voelker, advogado e juiz do Supremo Tribunal do Michigan, nos Estados Unidos da América, que adorava histórias policiais e pesca com mosca. Escreveu “Anatomia de um Crime” no final dos anos 50 e o livro seria adaptado ao cinema por Otto Preminger (o realizador do fabuloso “Laura”), tornando-se imediatamente um clássico e um dos melhores dramas de tribunal de todos os tempos. A fita, que só vi este fim de semana, conta a história de um advogado-pescador que defende um militar acusado de matar um homem que terá violado a sua mulher. A estratégia do advogado passa por alegar insanidade na altura do crime e baseia-se num caso real que o próprio Voelker defendeu quando era advogado e que mudaria a maneira como os tribunais julgam este tipo de casos. O filme é protagonizado por James Stewart e Bem Gazzara e tem música de Duke Ellington, que entra numa breve cena. O juiz é uma figura histórica da lei americana e ficou famoso pelo caso “People vs Hidlabridle” que legalizaria a prática do naturismo no Michigan no início dos anos sessenta. Tem mais livros que também foram adaptados ao cinema e que hei-de ler.

Maria Callas faria hoje 98 anos.. Oiça-a. E não faça mais nada nestes cinco minutos. Vai estar um belo dia de sol que pode acompanhar no Expresso, Blitz, Tribuna e SIC, não necessariamente por esta ordem.

Uma boa notícia: O Reino Unido acaba de aprovar a vacina da Pfizer e vai começar a administrá-la já na próxima semana. É o princípio do fim da pandemia de covid-19. Tem de ser. E desde as cinco da manhã de hoje que é permitido circular entre concelhos e, por exemplo, visitar amigos ou familiares de quem estivemos separados desde a última sexta-feira. Esta espécie de liberdade condicional – o país continua em estado de emergência e mantém-se o dever de recolhimento domiciliário – só vai durar até à próxima sexta-feira quando voltar a entrar em vigor o recolher obrigatório vespertino e noturno por causa da pandemia de covid 19 e do feriado da Imaculada Conceição que se celebra a 8 de dezembro. Na próxima sexta-feira, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa vai renovar o Estado de emergência e no sábado António Costa comunicará as restrições para o Natal e Ano Novo. Ontem, numa entrevista ao Observador , o primeiro-ministro vestiu a pele de Grinch involuntário e explicou que, apesar de algum alívio nas medidas de contenção, o Natal “não vai ser normal” (o que já sabíamos) e que vamos entrar no Ano Novo “sem festas” (o que já adivinhávamos). Estas restrições têm sido justificadas pelas autoridades sanitárias e pelo Governo com o facto de a maioria dos contágios ocorrer no “contexto familiar” ou no “convívio” com amigos . Contagiamo-nos mais do que os nórdicos porque, como é evidente, passamos a vida na casa uns dos outros e não sabemos viver longe da família. Eduardo Lourenço, que morreu ontem aos 97 anos e era, segundo o amigo e filósofo José Gil, mais divertido do que os seus ensaios, livros e opiniões faziam crer, escreveu em “O Labirinto da Saudade” , o seu Magnus Opum, que os portugueses “não convivem entre si” como “uma lenda tenaz o confirma”. O homem que “mais pensou Portugal e os portugueses” e por quem foi decretado um dia de luto nacional nesta quarta-feira, percebeu que, afinal, os seus compatriotas “espiam-se, controlam-se uns aos outros; não dialogam , disputam-se, e a convivência é uma osmose do mesmo ao mesmo, sem enriquecimento mútuo, que nunca um português confessará que aprendeu alguma coisa de um outro, a menos que seja pai ou mãe”. Divertido, não é? Por um acaso cósmico qualquer, soube da morte do ensaísta, professor e poeta quando conduzia e pude ouvir um fantástico (não estou a exagerar) programa da Antena 1 sobre o homem que foi galardoado com o prémio Camões e Pessoa, dois dos poetas que mais admirava; e que o povo da aldeia onde nasceu, São Pedro do Rio Seco, em Almeida, o homenageou em vida dando o seu nome à praça principal da aldeia. Ainda assim, numa entrevista dada ao Expresso em 2017, Lourenço confessou: “A única coisa de que me arrependo é de não ter estado à altura da pessoa que encontrei na minha vida e que a marcou para sempre” . Estava a falar da mulher, Annie Solomon, que tinha morrido quatro anos antes. O conselheiro de Estado também era um homem terno. Apesar de não ser um otimista, até Eduardo Lourenço concordaria que já se vislumbra uma espécie de luzinha ao fim deste túnel covid-19 que nos atormenta há mais de um ano e que já infetou mais de 300 mil pessoas em Portugal e matou 4577 : amanhã, o Governo vai apresentar o plano de vacinação nacional que espera (esperamos todos) poder começar a implementar em 2021. A Pfizer e a Moderna apresentaram pedidos de aprovação das vacinas que criaram à agência Europeia do Medicamento, o Reino Unido já aprovou a primeira e António Costa já assumiu que uma vacina “eficaz” será a grande prioridade da presidência portuguesa da União Europeia que arranca já em Janeiro de 2021. Ainda vamos a tempo de aprender a conviver.

OUTRAS NOTÍCIAS

Um grupo de nove proprietários de restaurantes, bares e discotecas entra hoje no sexto dia de greve de fome. Estão acampados em frente à Assembleia da República sob o lema "a pão e água" e só vão parar com o protesto quando forem recebidos pelo ministro da Economia, que se tem recusado a fazê-lo. O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, foi visitar o grupo ontem mas levou com um dedo em riste do chef Lujbomir Stanisic que o aconselhou a ir embora. A confederação do Turismo reúne-se hoje com representantes do Governo.

A crise no sector é inegável e está a ser agravada pelas medidas de contenção da pandemia, como as que vigoraram nos últimos fins de semana, nas pontes e nos feriados e que obrigaram os restaurantes a fechar as portas desde a uma da tarde. Sem clientes, o Majestic e o Guarany, no Porto, já as fecharam por tempo indeterminado.

O Reino Unido deixa de estar hoje em confinamento depois de quatro semanas trancada em casa. O último dia de reclusão foi celebrado como o fim de uma pena de prisão. É o país da União Europeia com o maior número de mortos: mais de 54 mil. E o primeiro a aprovar a vacina da Pfizer.

Começa hoje na Internet a Web Summit que pretende ligar mais de cem mil pessoas online. Não haverá evento, digamos, físico por causa da, adivinhou, covid.19. Ainda assim, Lisboa vai pagar 11 milhões de euros para patrocinar o evento. Porquê?

A freguesia de Rabo de Peixe, nos Açores, estará sob cerca sanitária desde a meia-noite de quinta-feira. O Governo decretou esta medida extrema por causa do aumento do número de contágios e proibiu a deslocação para fora da freguesia e o fecho das escolas, entre outras medidas. Os Açores têm pouco mais de mil casos que já mataram 17 pessoas.

Jószef Szájer, eurodeputado húngaro e um dos autores da revisão constitucional que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo no país magiar, foi detido pela polícia belga no decorrer de uma orgia gay que se realizava num bar da especialidade em Bruxelas. O político foi detido quando tentava fugir do local através de um algeroz. Tinha droga numa mochila, feriu-se na tentativa de fuga e demitiu-se dos cargos que ocupava alegando "cansaço". LOL.

Notícias não muito surpreendentes:

Marcelo Rebelo de Sousa vai recandidatar-se ao cargo de Presidente da República e o discurso já está escrito.

O procurador-geral dos Estados Unidos da América, William Barr, declarou ontem que não há indícios de fraude "que conduzissem a outro resultado" nas eleições presidenciais. Barr é republicano e próximo de Donald Trump, o Presidente que perdeu as eleições para Biden.

O FC Porto conseguiu apurar-se para os oitavos de Final da Liga dos Campeões depois de um empate arrancado a ferros contra o Manchester City. O guarda-redes Marchesiiiiiii foi a grande figura do jogo.

João Felix marcou o golo do empate do Atlético de Madrid contra o campeão Bayern. O Shaktar de Luís Castro vergou os milionários do Real Madrid.

O Estrela da Amadora morreu e renasceu agora com um nome mais sintético: Estrela. O clube que ganhou a Taça de Portugal de 1990 (entretanto roubada) e que já foi treinado por Fernando Santos e José Mourinho, entre outros, vai jogar amanhã com o Farense e abriu as portas à Tribuna.

Frases

“Eduardo Lourenço pensou Portugal toda a vida. Portugal está-lhe muito, muito grato"

Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o filósofo

"É, para mim em particular, um momento de grande tristeza. Trata-se de um amigo, um camarada, de alguém com quem tive a oportunidade de privar, de aprender muito”

António Costa, sobre o homem

“Tinha o talento raro de elevar qualquer conversa, por trivial que fosse, trazendo pontos de vista inesperados, informações e conhecimentos novos ou fazendo comentários que parecendo anódinos traziam sempre à tona o avesso das coisas”

Jorge Sampaio, sobre o conversador

“Sempre nos morreu alguém. Sempre nos morrerá alguém, sempre morrerá alguém a toda a gente. Nós só somos verdadeiramente quando esse alguém que contava para nós já não existe”.

Eduardo Lourenço e a morte

"Não há plano B"

António Costa a dramatizar a necessidade de um acordo sobre o orçamento europeu

“Quanto mais à mesa, mais perigoso o Natal é, porque tiramos a máscara para comer”

António Costa, o fantasma do Natal futuro

"Não há cá partidos, querido"

Lujbomir Stanisic, para "Chicão", demonstrando um domínio cada vez mais perfeito da língua portuguesa

"É natural que você não saiba o que é muita qualidade no futebol"

Jorge Jesus para a jornalista que o interrogava sobre a alegada falta de qualidade do futebol do Benfica

“Vai mas é treinar o Elvas”

Jorge Jesus, em mais um momento de classe, para Lito Vidigal, treinador do Marítimo

“Recordamos a Jorge Jesus o investimento feito esta temporada, sem correspondência com resultados e exibições, o que não o poderia deixar confortável caso algum adepto do emblema da Luz lhe apontasse o caminho de ir treinar para a Amadora”

Paulo Canhão, presidente do Elvas, tomando as dores do clube e de Vidigal

O que eu ando a ler

Anatomia de um Crime

Robert Traver

O título desta secção fixa do Expresso Curto é um bocado ditador porque ao contrário de Eduardo Lourenço, que dizia que “estar-se sem livros é já ter morrido”, a verdade é que nem sempre estou de volta de um qualquer clássico da literatura ou de um excitante romance policial. E desta vez vou escrever sobre um livro que gostava de estar a ler. Robert Traver é o pseudónimo literário de John D. Voelker, advogado e juiz do Supremo Tribunal do Michigan, nos Estados Unidos da América, que adorava histórias policiais e pesca com mosca. Escreveu “Anatomia de um Crime” no final dos anos 50 e o livro seria adaptado ao cinema por Otto Preminger (o realizador do fabuloso “Laura”), tornando-se imediatamente um clássico e um dos melhores dramas de tribunal de todos os tempos. A fita, que só vi este fim de semana, conta a história de um advogado-pescador que defende um militar acusado de matar um homem que terá violado a sua mulher. A estratégia do advogado passa por alegar insanidade na altura do crime e baseia-se num caso real que o próprio Voelker defendeu quando era advogado e que mudaria a maneira como os tribunais julgam este tipo de casos. O filme é protagonizado por James Stewart e Bem Gazzara e tem música de Duke Ellington, que entra numa breve cena. O juiz é uma figura histórica da lei americana e ficou famoso pelo caso “People vs Hidlabridle” que legalizaria a prática do naturismo no Michigan no início dos anos sessenta. Tem mais livros que também foram adaptados ao cinema e que hei-de ler.

Maria Callas faria hoje 98 anos.. Oiça-a. E não faça mais nada nestes cinco minutos. Vai estar um belo dia de sol que pode acompanhar no Expresso, Blitz, Tribuna e SIC, não necessariamente por esta ordem.

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