Santos Silva recusa ser “fofinho com tiranos” e mostra à Iniciativa Liberal a sua “gravata açoriana”

16-11-2020
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O deputado único da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim de Figueiredo, criticou esta quarta-feira “a timidez e a contemporização” do Governo português com “os tiranos deste mundo”. Referindo-se à “subtileza e inteligência dos nossos serviços diplomáticos”, palavras usadas minutos antes pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o deputado perguntou onde essas características se começam “a confundir com tibieza e submissão”.

“Porque é que somos tão fofinhos com os ditadores deste mundo?”, reforçou Cotrim de Figueiredo, aludindo aos “resvalos autoritários” da Hungria e da Polónia e aos abusos cometidos na Bielorrússia e na China.

Na audição na Comissão de Orçamento e Finanças no Parlamento, Santos Silva recusou o rótulo de “fofinho” e serviu-se de uma peça do seu vestuário. “Em relação a sermos fofinhos com tiranos ou amigos de tiranos ou defensores de ditadura, senhor deputado, só tenho a dizer isto: esta gravata é açoriana”, afirmou. “E eu não pertenço a nenhum partido que esteja encostado a quem gosta de ditadores e tiranos para efeitos apenas de garantir algum apoio governamental. Estamos assim esclarecidos”, acrescentou, aludindo ao acordo para uma governação à direita nos Açores, viabilizado pela IL e pelo Chega.

“Eu não sou nada fofinho com tiranos nem com amigos de tiranos nem com primos de amigos de tiranos nem com vizinhos circunstanciais que se encostam a primos de amigos de tiranos”, insistiu o governante.

“Uma entrada pela esquerda baixa”

A resposta mereceu aplausos da bancada do PS e protestos das bancadas da direita, o que motivou uma reprimenda do presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, o socialista Sérgio Sousa Pinto.

Lembrando “as relações históricas” entre os dois países, Santos Silva sublinhou que Portugal é “um parceiro económico” da China e que o investimento e as exportações “subiram bastante”. “Nada disto põe em dúvida a clareza do nosso posicionamento geoestratégico e a clareza com que defendemos os direitos humanos em todas as instâncias internacionais”, precisou, dizendo ainda que “não damos lições de moral aos outros”.

Cotrim de Figueiredo qualificou a resposta do ministro como “uma entrada pela esquerda baixa”, dizendo não pertencer a qualquer partido que tenha assinado um acordo com “nenhum outro partido que pertença a um grupo parlamentar europeu que já teve como líder um ex-membro da Stasi”, a polícia política da antiga Alemanha de leste.

As relações sino-portuguesas já antes tinham sido levantadas por André Silva (PAN), para quem prevalece o princípio de “o que vale para todos não vale para a China”. Acusando o Governo de “passividade”, André Silva criticou o Executivo por não dizer “uma palavra sobre os atentados aos direitos humanos” e de se limitar a “enaltecer as relações bilaterais”.

O deputado único da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim de Figueiredo, criticou esta quarta-feira “a timidez e a contemporização” do Governo português com “os tiranos deste mundo”. Referindo-se à “subtileza e inteligência dos nossos serviços diplomáticos”, palavras usadas minutos antes pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o deputado perguntou onde essas características se começam “a confundir com tibieza e submissão”.

“Porque é que somos tão fofinhos com os ditadores deste mundo?”, reforçou Cotrim de Figueiredo, aludindo aos “resvalos autoritários” da Hungria e da Polónia e aos abusos cometidos na Bielorrússia e na China.

Na audição na Comissão de Orçamento e Finanças no Parlamento, Santos Silva recusou o rótulo de “fofinho” e serviu-se de uma peça do seu vestuário. “Em relação a sermos fofinhos com tiranos ou amigos de tiranos ou defensores de ditadura, senhor deputado, só tenho a dizer isto: esta gravata é açoriana”, afirmou. “E eu não pertenço a nenhum partido que esteja encostado a quem gosta de ditadores e tiranos para efeitos apenas de garantir algum apoio governamental. Estamos assim esclarecidos”, acrescentou, aludindo ao acordo para uma governação à direita nos Açores, viabilizado pela IL e pelo Chega.

“Eu não sou nada fofinho com tiranos nem com amigos de tiranos nem com primos de amigos de tiranos nem com vizinhos circunstanciais que se encostam a primos de amigos de tiranos”, insistiu o governante.

“Uma entrada pela esquerda baixa”

A resposta mereceu aplausos da bancada do PS e protestos das bancadas da direita, o que motivou uma reprimenda do presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, o socialista Sérgio Sousa Pinto.

Lembrando “as relações históricas” entre os dois países, Santos Silva sublinhou que Portugal é “um parceiro económico” da China e que o investimento e as exportações “subiram bastante”. “Nada disto põe em dúvida a clareza do nosso posicionamento geoestratégico e a clareza com que defendemos os direitos humanos em todas as instâncias internacionais”, precisou, dizendo ainda que “não damos lições de moral aos outros”.

Cotrim de Figueiredo qualificou a resposta do ministro como “uma entrada pela esquerda baixa”, dizendo não pertencer a qualquer partido que tenha assinado um acordo com “nenhum outro partido que pertença a um grupo parlamentar europeu que já teve como líder um ex-membro da Stasi”, a polícia política da antiga Alemanha de leste.

As relações sino-portuguesas já antes tinham sido levantadas por André Silva (PAN), para quem prevalece o princípio de “o que vale para todos não vale para a China”. Acusando o Governo de “passividade”, André Silva criticou o Executivo por não dizer “uma palavra sobre os atentados aos direitos humanos” e de se limitar a “enaltecer as relações bilaterais”.

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