Entendimentos do PS à esquerda só em situações bloqueio

04-04-2020
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Sérgio Sousa Pinto e Manuel Alegre encerraram o debate das moções de orientação política no segundo dia do XIV Congresso Nacional do PS, que decorre em Guimarães até domingo.

Na sua intervenção final, Manuel Alegre, que teve cerca de 16 por cento dos votos na corrida ao cargo de secretário-geral do PS, procurou identificar contradições entre o novo líder socialista, José Sócrates, e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Jaime Gama, "número um" da lista de Sócrates para a Comissão Nacional.

"Onde o camarada José Sócrates lançou pontes (no seu discurso de sexta-feira) para a unidade do PS, no respeito pela pluralidade interna, houve depois quem pretendesse cortar com essas pontes", declarou Alegre, referindo-se a Jaime Gama.

Apesar de nem por uma única vez ter citado o nome de Gama, o vice-presidente da Assembleia da República fez uma intervenção repleta de críticas ao ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de António Guterres.

"Na minha candidatura ninguém tem a obsessão pela velha esquerda. A minha obsessão é o frentismo de direita - e não se combate a direita a diabolizar a esquerda", sustentou Manuel Alegre.

Alegre referiu-se directamente a Jorge Coelho, dizendo que o "ex-braço direito" de António Guterres partiu de um "pressuposto errado" ao julgar que a sua candidatura defendia uma frente de esquerda.

"O que não quero é que se repita o caso de um primeiro- ministro socialista ter de abandonar funções por não ter maioria e por se encontrar numa situação pantanosa do ponto de vista político", afirmou, numa alusão à demissão de António Guterres da chefia do Governo em Dezembro de 2001.

Sérgio Sousa Pinto respondeu depois aos apelos de Manuel Alegre e da deputada socialista Helena Roseta para que a candidatura de José Sócrates esclarecesse qual a política de coligações que o partido seguirá nas próximas eleições legislativas.

"Manuel Alegre, desculpe o meu jeito, mas nós também somos todos de esquerda", comentou o coordenador da moção de Sócrates.

Sérgio Sousa Pinto referiu que no tempo em que Mário Soares foi secretário-geral do PS (e que era apoiado por Manuel Alegre), "foi preciso algumas vezes combater os socialistas que se julgavam mais socialistas do que os outros".

"O PS não pode fechar a porta a entendimentos à esquerda, se o interesse nacional o justificar" e se "o país se encontrar numa situação de bloqueio", frisou o eurodeputado socialista, sublinhando depois que o PS "não pode levar o PCP e o Bloco de Esquerda ao colo para o Governo".

"Nós não precisamos do Bloco de Esquerda e do PCP. O país não nos pede isso, porque somos diferentes deles em questões fundamentais", referiu, dando como exemplo as posições de bloquistas e comunistas em relação ao processo de construção europeia.

Antes das intervenções de Alegre e Sousa Pinto, Ana Catarina Mendes atacou o discurso de Jaime Gama, acusando os que "são mais papistas que o papa" de se "fecharem na sua vitória".

"Não estamos aqui para fulanizar ataques pessoais. Estamos aqui para termos um PS mais forte", disse esta apoiante de Manuel Alegre, numa alusão às críticas de Gama sobre a "minoria intelectual obsoleta" a que aquela dirigente pertence.

Ana Mendes salientou que "uma minoria é muitas vezes semente de mudança" e afirmou que "obsoleto é o pensamento autoritário deste Governo" (PSD/CDS-PP).

Após o discurso de Sérgio Sousa Pinto, o militante socialista Porfírio Silva subiu à tribuna para anunciar que a sua moção, intitulada "Uma esquerda com raízes e com futuro", não iria a votos, reconhecendo que não elegeu o número de delegados mínimo (cerca de 75) para o fazer.

Cerca das 21:00, o presidente do PS, Almeida Santos, interrompeu os trabalhos do congresso durante uma hora para os delegados jantarem.

Sérgio Sousa Pinto e Manuel Alegre encerraram o debate das moções de orientação política no segundo dia do XIV Congresso Nacional do PS, que decorre em Guimarães até domingo.

Na sua intervenção final, Manuel Alegre, que teve cerca de 16 por cento dos votos na corrida ao cargo de secretário-geral do PS, procurou identificar contradições entre o novo líder socialista, José Sócrates, e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Jaime Gama, "número um" da lista de Sócrates para a Comissão Nacional.

"Onde o camarada José Sócrates lançou pontes (no seu discurso de sexta-feira) para a unidade do PS, no respeito pela pluralidade interna, houve depois quem pretendesse cortar com essas pontes", declarou Alegre, referindo-se a Jaime Gama.

Apesar de nem por uma única vez ter citado o nome de Gama, o vice-presidente da Assembleia da República fez uma intervenção repleta de críticas ao ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de António Guterres.

"Na minha candidatura ninguém tem a obsessão pela velha esquerda. A minha obsessão é o frentismo de direita - e não se combate a direita a diabolizar a esquerda", sustentou Manuel Alegre.

Alegre referiu-se directamente a Jorge Coelho, dizendo que o "ex-braço direito" de António Guterres partiu de um "pressuposto errado" ao julgar que a sua candidatura defendia uma frente de esquerda.

"O que não quero é que se repita o caso de um primeiro- ministro socialista ter de abandonar funções por não ter maioria e por se encontrar numa situação pantanosa do ponto de vista político", afirmou, numa alusão à demissão de António Guterres da chefia do Governo em Dezembro de 2001.

Sérgio Sousa Pinto respondeu depois aos apelos de Manuel Alegre e da deputada socialista Helena Roseta para que a candidatura de José Sócrates esclarecesse qual a política de coligações que o partido seguirá nas próximas eleições legislativas.

"Manuel Alegre, desculpe o meu jeito, mas nós também somos todos de esquerda", comentou o coordenador da moção de Sócrates.

Sérgio Sousa Pinto referiu que no tempo em que Mário Soares foi secretário-geral do PS (e que era apoiado por Manuel Alegre), "foi preciso algumas vezes combater os socialistas que se julgavam mais socialistas do que os outros".

"O PS não pode fechar a porta a entendimentos à esquerda, se o interesse nacional o justificar" e se "o país se encontrar numa situação de bloqueio", frisou o eurodeputado socialista, sublinhando depois que o PS "não pode levar o PCP e o Bloco de Esquerda ao colo para o Governo".

"Nós não precisamos do Bloco de Esquerda e do PCP. O país não nos pede isso, porque somos diferentes deles em questões fundamentais", referiu, dando como exemplo as posições de bloquistas e comunistas em relação ao processo de construção europeia.

Antes das intervenções de Alegre e Sousa Pinto, Ana Catarina Mendes atacou o discurso de Jaime Gama, acusando os que "são mais papistas que o papa" de se "fecharem na sua vitória".

"Não estamos aqui para fulanizar ataques pessoais. Estamos aqui para termos um PS mais forte", disse esta apoiante de Manuel Alegre, numa alusão às críticas de Gama sobre a "minoria intelectual obsoleta" a que aquela dirigente pertence.

Ana Mendes salientou que "uma minoria é muitas vezes semente de mudança" e afirmou que "obsoleto é o pensamento autoritário deste Governo" (PSD/CDS-PP).

Após o discurso de Sérgio Sousa Pinto, o militante socialista Porfírio Silva subiu à tribuna para anunciar que a sua moção, intitulada "Uma esquerda com raízes e com futuro", não iria a votos, reconhecendo que não elegeu o número de delegados mínimo (cerca de 75) para o fazer.

Cerca das 21:00, o presidente do PS, Almeida Santos, interrompeu os trabalhos do congresso durante uma hora para os delegados jantarem.

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