De Fernando Pessoa a "Onde Está o Wally?", o debate do Orçamento em grandes clássicos da literatura

19-04-2020
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O Médico e o Monstro, Robert Louis Stevenson

Dr. Pedro Nuno Jekyll Santos procura explicar que dentro deste Governo existe uma natureza de esquerda. E que ela está lá apesar de um excedente das contas públicas. Até porque, explicou aos deputados da ponta mais à esquerda da bancada do Governo, não se pode “com seriedade, dizer aos portugueses que queremos mais médicos, enfermeiros, policias, professores, hospitais, centros de saúde, tribunais, estradas, comboios, transportes e energia mais barata e, ao mesmo tempo, exigir que quem pode contribuir, contribua menos”.

Quem mais tem, pode contribuir mais. É esta a linha que promete a quem, como ele, tem aspirações a que o Orçamento possa agradar à esquerda que está sentada à esquerda do PS. Não fosse ele o pivot das negociações da era da geringonça, sobretudo daquelas que levaram à aprovação dos últimos quatro orçamentos do Estado. E faz questão de deixar bem clara essa sua linha também nos apartes que vai lançando da sua cadeira aos deputados da direita, sobretudo Chega e Iniciativa Liberal, que se dirigiram ao púlpito para intervenções. Quanto mais à direita, mais este Mr. Hyde Santos solta a sua veia (para não dizer todo o sistema circulatório) de esquerda.

Já na relação com a direita, Pedro Nuno Jekyll Santos, garante que o PS sabe controlar bem a natureza despesista (e neste lado da história, esse é o Mr. Hyde) que PSD e CDS tantas vezes lhe apontam. “Hoje, convenhamos, é mais difícil acusar de despesismo o Governo que obteve o défice mais baixo da nossa democracia. Mas muitos ainda insistem na ideia de que os socialistas não sabem fazer as reformas estruturais criadoras de riqueza”. E garante que o PS soube fazer reformas, mas que elas não são o que a direita pretendia já que não querem dizer “privatizar, liberalizar, desregular”: “Para nós, as reformas são aquelas que mobilizam os setores público, privado, social e académico”.

Entre as várias vertentes políticas que tenta equilibrar no seu discurso, agradando à esquerda e enxotando a direita, o ministro das Infraestruturas e da Habitação teve de reconhecer que há duas áreas que tem em mãos que são críticas: transportes e habitação. Mas prometeu a cura para “décadas de desinvestimento”. Embora também avise que não consegue fazê-lo “em meia dúzia de anos”.

O Médico e o Monstro, Robert Louis Stevenson

Dr. Pedro Nuno Jekyll Santos procura explicar que dentro deste Governo existe uma natureza de esquerda. E que ela está lá apesar de um excedente das contas públicas. Até porque, explicou aos deputados da ponta mais à esquerda da bancada do Governo, não se pode “com seriedade, dizer aos portugueses que queremos mais médicos, enfermeiros, policias, professores, hospitais, centros de saúde, tribunais, estradas, comboios, transportes e energia mais barata e, ao mesmo tempo, exigir que quem pode contribuir, contribua menos”.

Quem mais tem, pode contribuir mais. É esta a linha que promete a quem, como ele, tem aspirações a que o Orçamento possa agradar à esquerda que está sentada à esquerda do PS. Não fosse ele o pivot das negociações da era da geringonça, sobretudo daquelas que levaram à aprovação dos últimos quatro orçamentos do Estado. E faz questão de deixar bem clara essa sua linha também nos apartes que vai lançando da sua cadeira aos deputados da direita, sobretudo Chega e Iniciativa Liberal, que se dirigiram ao púlpito para intervenções. Quanto mais à direita, mais este Mr. Hyde Santos solta a sua veia (para não dizer todo o sistema circulatório) de esquerda.

Já na relação com a direita, Pedro Nuno Jekyll Santos, garante que o PS sabe controlar bem a natureza despesista (e neste lado da história, esse é o Mr. Hyde) que PSD e CDS tantas vezes lhe apontam. “Hoje, convenhamos, é mais difícil acusar de despesismo o Governo que obteve o défice mais baixo da nossa democracia. Mas muitos ainda insistem na ideia de que os socialistas não sabem fazer as reformas estruturais criadoras de riqueza”. E garante que o PS soube fazer reformas, mas que elas não são o que a direita pretendia já que não querem dizer “privatizar, liberalizar, desregular”: “Para nós, as reformas são aquelas que mobilizam os setores público, privado, social e académico”.

Entre as várias vertentes políticas que tenta equilibrar no seu discurso, agradando à esquerda e enxotando a direita, o ministro das Infraestruturas e da Habitação teve de reconhecer que há duas áreas que tem em mãos que são críticas: transportes e habitação. Mas prometeu a cura para “décadas de desinvestimento”. Embora também avise que não consegue fazê-lo “em meia dúzia de anos”.

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