A estatística a favor de LFV: Vender assim que cheira a dinheiro grosso

02-09-2020
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Numa altura em que surgem rumores de que Gonçalo Guedes
estará de saída do PSG para um possível empréstimo, rumor que se junta a um
outro de que Renato Sanches estará de saída do Bayern, possivelmente até de
forma definitiva, duas leituras são possíveis:

1. A
primeira é a de acreditarmos que nem Gonçalo nem Renato serão alguma
vez esses jogadores extraordinários que um dia se imaginou que pudessem vir a
ser, e nesse caso o Benfica foi inteligente, vendendo-os possivelmente no pico
do seu valor comercial.

2. A
segunda vai um pouco ao encontro daquilo que sempre defendi, de que jogadores
jovens como o Renato e o Guedes precisavam de mais tempo de Benfica para
saírem da Luz mais jogadores e com mais maturidade, beneficiando com isso o
Benfica (tendo-os mais tempo) mas também os jogadores ao saírem mais preparados
para enfrentar exigências maiores.

O caso do Guedes é um caso flagrante, que a mim só
surpreenderia era se ele tivesse chegado a Paris e se tivesse imposto
imediatamente.

O Guedes da época 2015/2016 foi um Guedes que começou com
alguma moral e algum espaço na equipa, mas a quem raramente as coisas saíram
bem, e rapidamente se percebeu que jogava sem confiança e muitas vezes com os
olhos permanentemente no chão.

O Guedes de 2016/2017 começou também sem espaço nenhum na
equipa mas, beneficiando das lesões dos “três titulares” da frente, foi chamado
ao onze, continuando a ser um jogador irregular mas revelando aqui e ali
fogachos do grande jogador que poderia vir a ser.

Mas quando Guedes estava em período ascendente e até como
grande figura do Benfica do momento, foi novamente relegado para o banco de
suplentes em detrimento de Jonas, Mitroglou e Jimenez, entretanto recuperados...

Ora, a lógica
diz que quem no Benfica ainda está longe de ser um jogador maduro, e que quando
está bem no Benfica perde o seu lugar para Mitroglou, Jonas e Jimenez, não vai
certamente chegar a Paris e a um clube milionário como o PSG e impor-se a
Cavanis, Di Marias, Draxlers e outros, para mais quando se percebe que psicologicamente
o Guedes não era ainda um jogador forte.

E de Renato,
pois, dá pena ver como um jogador tão promissor há um ano atrás, até agora nos
SUB-21 foi um jogador em sub-rendimento. Está sem confiança, o que não
surpreende diga-se, tal como é importante não esquecer que continua a ter
apenas 19 anos e lidar com estas coisas da pressão da bola e do valor que se
pagou por ele não deve ser fácil, juntando ao facto de ter saído da Luz com
apenas 24 jogos de equipa A, muito pouco na minha opinião para um jogador que
quer chegar a um colosso como o Bayern e impor-se.

A minha dúvida
aqui persiste:

Fez o Benfica
dois excelentes negócios porque os jogadores nunca mais valerão o que o Benfica
recebeu por eles, ou fez o Benfica o negócio possível movido pela necessidade
de encaixe financeiro imediato, prejudicando ainda assim a equipa que perdeu
dois jogadores que poderiam ter ficado mais um ano ou dois colhendo com isso o
Benfica benefícios desportivos e mais tarde os financeiros, e prejudicando também
os jogadores que, percebe-se hoje, no plano de carreira saíram do Benfica cedo
demais?

Fica a dúvida
para discussão, tal como fica a minha dúvida sobre o que pensarão os jogadores
nesta altura: Preferiam ter ficado mais um ano na Luz e saído com outra bagagem
para enfrentar o resto da carreira, ou estão felizes ainda assim por terem
saído quando saíram, porque os benefícios financeiros que colheram se sobrepõe
a qualquer oscilação na carreira que possam ter?

E a este tópico gostaria de juntar um outro, a título de
curiosidade:

Das vendas milionárias do Benfica dos últimos anos, e já
excluindo Renato e Guedes, quer Rodrigo, quer Enzo Peres, quer Gaitan, quer
Markovic foram de certa forma “flops” para os clubes que os contrataram.

Salvaram-se Oblak, embora este tenha saído “apenas” por
16 milhões de euros e na situação em que foi, e André Gomes que também “só” saiu por 15 milhões, que
conseguiu dar um salto milionário para o Barcelona, e ainda assim deixar muita
gente a questionar-se como é que um “cepo” daqueles (para alguns) consegue
chegar ao Barcelona e ser titular da seleção nacional.

A última
grande venda do Benfica que chegou ao clube destino e se impôs como grande
jogador que era foi... Matic, e já lá vão uns anos...

Há ainda,
claro, Bernardo e Cancelo, mas estes são casos diferentes, o Bernardo por
exemplo foi para o local perfeito e para o treinador perfeito para poder
crescer, mas é engraçado constatar que se calhar os jogadores mais promissores
a sair do Benfica nos últimos anos, nunca tiveram espaço no Benfica A.

Bem, mas pode-se continuar:

As duas vendas milionárias do Sporting, João Mário e
Slimani, também estão bem longe de se terem afirmado como jogadores de topo
tendo em conta o que se pagou por eles.

E se falarmos do Porto e de Jackson Martinez, Danilo,
Magala e Fernando, estamos a falar de outros “flops”, tendo do Porto afirmado-se a um nível mais alto Alex Sandro e Ottamendi.

Em suma, em
Portugal vende-se de facto muito bem, quase sempre por muito dinheiro, e são
muito poucos os jogadores a sair de Portugal por verbas astronómicas e que
voltem a valer mais tarde aquilo que em Portugal se recebeu por eles...

Eventualmente,
a estatística joga de facto a favor daquilo que Luís Filipe Vieira tem feito quase sempre: Vender
assim que cheira a dinheiro grosso... 

A não venda
de Nélson Oliveira quando tanto prometia foi uma lição.

Numa altura em que surgem rumores de que Gonçalo Guedes
estará de saída do PSG para um possível empréstimo, rumor que se junta a um
outro de que Renato Sanches estará de saída do Bayern, possivelmente até de
forma definitiva, duas leituras são possíveis:

1. A
primeira é a de acreditarmos que nem Gonçalo nem Renato serão alguma
vez esses jogadores extraordinários que um dia se imaginou que pudessem vir a
ser, e nesse caso o Benfica foi inteligente, vendendo-os possivelmente no pico
do seu valor comercial.

2. A
segunda vai um pouco ao encontro daquilo que sempre defendi, de que jogadores
jovens como o Renato e o Guedes precisavam de mais tempo de Benfica para
saírem da Luz mais jogadores e com mais maturidade, beneficiando com isso o
Benfica (tendo-os mais tempo) mas também os jogadores ao saírem mais preparados
para enfrentar exigências maiores.

O caso do Guedes é um caso flagrante, que a mim só
surpreenderia era se ele tivesse chegado a Paris e se tivesse imposto
imediatamente.

O Guedes da época 2015/2016 foi um Guedes que começou com
alguma moral e algum espaço na equipa, mas a quem raramente as coisas saíram
bem, e rapidamente se percebeu que jogava sem confiança e muitas vezes com os
olhos permanentemente no chão.

O Guedes de 2016/2017 começou também sem espaço nenhum na
equipa mas, beneficiando das lesões dos “três titulares” da frente, foi chamado
ao onze, continuando a ser um jogador irregular mas revelando aqui e ali
fogachos do grande jogador que poderia vir a ser.

Mas quando Guedes estava em período ascendente e até como
grande figura do Benfica do momento, foi novamente relegado para o banco de
suplentes em detrimento de Jonas, Mitroglou e Jimenez, entretanto recuperados...

Ora, a lógica
diz que quem no Benfica ainda está longe de ser um jogador maduro, e que quando
está bem no Benfica perde o seu lugar para Mitroglou, Jonas e Jimenez, não vai
certamente chegar a Paris e a um clube milionário como o PSG e impor-se a
Cavanis, Di Marias, Draxlers e outros, para mais quando se percebe que psicologicamente
o Guedes não era ainda um jogador forte.

E de Renato,
pois, dá pena ver como um jogador tão promissor há um ano atrás, até agora nos
SUB-21 foi um jogador em sub-rendimento. Está sem confiança, o que não
surpreende diga-se, tal como é importante não esquecer que continua a ter
apenas 19 anos e lidar com estas coisas da pressão da bola e do valor que se
pagou por ele não deve ser fácil, juntando ao facto de ter saído da Luz com
apenas 24 jogos de equipa A, muito pouco na minha opinião para um jogador que
quer chegar a um colosso como o Bayern e impor-se.

A minha dúvida
aqui persiste:

Fez o Benfica
dois excelentes negócios porque os jogadores nunca mais valerão o que o Benfica
recebeu por eles, ou fez o Benfica o negócio possível movido pela necessidade
de encaixe financeiro imediato, prejudicando ainda assim a equipa que perdeu
dois jogadores que poderiam ter ficado mais um ano ou dois colhendo com isso o
Benfica benefícios desportivos e mais tarde os financeiros, e prejudicando também
os jogadores que, percebe-se hoje, no plano de carreira saíram do Benfica cedo
demais?

Fica a dúvida
para discussão, tal como fica a minha dúvida sobre o que pensarão os jogadores
nesta altura: Preferiam ter ficado mais um ano na Luz e saído com outra bagagem
para enfrentar o resto da carreira, ou estão felizes ainda assim por terem
saído quando saíram, porque os benefícios financeiros que colheram se sobrepõe
a qualquer oscilação na carreira que possam ter?

E a este tópico gostaria de juntar um outro, a título de
curiosidade:

Das vendas milionárias do Benfica dos últimos anos, e já
excluindo Renato e Guedes, quer Rodrigo, quer Enzo Peres, quer Gaitan, quer
Markovic foram de certa forma “flops” para os clubes que os contrataram.

Salvaram-se Oblak, embora este tenha saído “apenas” por
16 milhões de euros e na situação em que foi, e André Gomes que também “só” saiu por 15 milhões, que
conseguiu dar um salto milionário para o Barcelona, e ainda assim deixar muita
gente a questionar-se como é que um “cepo” daqueles (para alguns) consegue
chegar ao Barcelona e ser titular da seleção nacional.

A última
grande venda do Benfica que chegou ao clube destino e se impôs como grande
jogador que era foi... Matic, e já lá vão uns anos...

Há ainda,
claro, Bernardo e Cancelo, mas estes são casos diferentes, o Bernardo por
exemplo foi para o local perfeito e para o treinador perfeito para poder
crescer, mas é engraçado constatar que se calhar os jogadores mais promissores
a sair do Benfica nos últimos anos, nunca tiveram espaço no Benfica A.

Bem, mas pode-se continuar:

As duas vendas milionárias do Sporting, João Mário e
Slimani, também estão bem longe de se terem afirmado como jogadores de topo
tendo em conta o que se pagou por eles.

E se falarmos do Porto e de Jackson Martinez, Danilo,
Magala e Fernando, estamos a falar de outros “flops”, tendo do Porto afirmado-se a um nível mais alto Alex Sandro e Ottamendi.

Em suma, em
Portugal vende-se de facto muito bem, quase sempre por muito dinheiro, e são
muito poucos os jogadores a sair de Portugal por verbas astronómicas e que
voltem a valer mais tarde aquilo que em Portugal se recebeu por eles...

Eventualmente,
a estatística joga de facto a favor daquilo que Luís Filipe Vieira tem feito quase sempre: Vender
assim que cheira a dinheiro grosso... 

A não venda
de Nélson Oliveira quando tanto prometia foi uma lição.

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