Forte Apache

09-01-2020
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Fernando Moreira de Sá, 14.12.12

Li no Público que as primárias (autárquicas) no PS estão uma valente confusão.

Se a memória me não falha, quem apoiou e aprovou a ideia de primárias para a escolha dos candidatos autárquicos foi António José Seguro. Uma medida arriscada e, até certo ponto, inovadora. Os militantes de um partido não podem servir apenas para pagar quotas, colocar "likes" no facebook e encher restaurantes "carne assada". As directas para eleger o líder e, agora, os candidatos nas autárquicas de 2013 são opções que permitem dar um pouco mais de sentido ao facto de se ser militante. Mesmo que tal medida possa ser problemática por via dos chamados sindicatos de voto. Ou seja, a decisão tomada por António José Seguro tinha sido corajosa. Tinha, reparem bem, tinha.

O problema é que o António José Seguro, por ter medo da própria sombra, transformou-se no "Tó-Zé" com uma rapidez impressionante. O homem e a sua equipa vive em permanente medo: medo dos apoiantes de Sócrates, medo dos apoiantes de Costa, medo de tudo o que mexe. Transformou-se num político medroso. E assim se percebe que as ditas directas para a escolha de candidatos rapidamente se tornaram numa novela mexicana.

Em Matosinhos reina a confusão. Em Monção, um dos militantes que queria ser candidato nas directas não foi autorizado. Em Santo Tirso, está tudo em polvorosa. Segundo o Público (página 8, de 12/12/12, Margarida Gomes), a actual Vice-presidente da Câmara Municipal é candidata nas directas com o apoio da concelhia e a oposição da Distrital. O ex-Presidente da Câmara é candidato apoiado pela Distrital mas, como não conseguiu preencher os mínimos para ir a directas, a Distrital resolveu a coisa administrativamente e, via secretaria, vai disputar as eleições directas com Ana Maria Ferreira - por acaso, Ana Maria Ferreira é apoiada pelo actual Presidente da Câmara que, por sua vez, não apoiou José Luís Carneiro que, por sua vez, apoia o Tó-Zé e ambos foram apoiados por Joaquim Couto que, ao contrário do que aconteceu em Monção, lá conseguiu na secretaria ser candidato. Confusos? Também eu. Já agora, a talhe de foice, o mesmo Joaquim Couto que é o Coordenador Autárquico Distrital e que está metido numa grande confusão em Barcelos (outra câmara PS), por via de uns ajustes directos da CMBarcelos à sua empresa ("Empresas ligadas ao PS lucram perto de 300 mil euros", pode-se ler no Barcelos Popular).

Ou seja, o Tó-Zé que defendia a escolha dos candidatos em directas deixou de o defender...sempre que apareceu um candidato forte que, azar dos Távoras, não o tivesse apoiado e fosse conotado ou com a ala António Costa ou com a de Sócrates.

Em suma, o PS está entregue a um bando de medrosos. E querem ser alternativa, pois, pois....

Fernando Moreira de Sá, 14.12.12

Li no Público que as primárias (autárquicas) no PS estão uma valente confusão.

Se a memória me não falha, quem apoiou e aprovou a ideia de primárias para a escolha dos candidatos autárquicos foi António José Seguro. Uma medida arriscada e, até certo ponto, inovadora. Os militantes de um partido não podem servir apenas para pagar quotas, colocar "likes" no facebook e encher restaurantes "carne assada". As directas para eleger o líder e, agora, os candidatos nas autárquicas de 2013 são opções que permitem dar um pouco mais de sentido ao facto de se ser militante. Mesmo que tal medida possa ser problemática por via dos chamados sindicatos de voto. Ou seja, a decisão tomada por António José Seguro tinha sido corajosa. Tinha, reparem bem, tinha.

O problema é que o António José Seguro, por ter medo da própria sombra, transformou-se no "Tó-Zé" com uma rapidez impressionante. O homem e a sua equipa vive em permanente medo: medo dos apoiantes de Sócrates, medo dos apoiantes de Costa, medo de tudo o que mexe. Transformou-se num político medroso. E assim se percebe que as ditas directas para a escolha de candidatos rapidamente se tornaram numa novela mexicana.

Em Matosinhos reina a confusão. Em Monção, um dos militantes que queria ser candidato nas directas não foi autorizado. Em Santo Tirso, está tudo em polvorosa. Segundo o Público (página 8, de 12/12/12, Margarida Gomes), a actual Vice-presidente da Câmara Municipal é candidata nas directas com o apoio da concelhia e a oposição da Distrital. O ex-Presidente da Câmara é candidato apoiado pela Distrital mas, como não conseguiu preencher os mínimos para ir a directas, a Distrital resolveu a coisa administrativamente e, via secretaria, vai disputar as eleições directas com Ana Maria Ferreira - por acaso, Ana Maria Ferreira é apoiada pelo actual Presidente da Câmara que, por sua vez, não apoiou José Luís Carneiro que, por sua vez, apoia o Tó-Zé e ambos foram apoiados por Joaquim Couto que, ao contrário do que aconteceu em Monção, lá conseguiu na secretaria ser candidato. Confusos? Também eu. Já agora, a talhe de foice, o mesmo Joaquim Couto que é o Coordenador Autárquico Distrital e que está metido numa grande confusão em Barcelos (outra câmara PS), por via de uns ajustes directos da CMBarcelos à sua empresa ("Empresas ligadas ao PS lucram perto de 300 mil euros", pode-se ler no Barcelos Popular).

Ou seja, o Tó-Zé que defendia a escolha dos candidatos em directas deixou de o defender...sempre que apareceu um candidato forte que, azar dos Távoras, não o tivesse apoiado e fosse conotado ou com a ala António Costa ou com a de Sócrates.

Em suma, o PS está entregue a um bando de medrosos. E querem ser alternativa, pois, pois....

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