GOTA DE ÁGUA: Tekever

24-12-2019
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(por José Pedro Frazão) Inovação portuguesa. Dos
"drones" controlados pela mente ao satélite em contagem decrescente

É uma pequena e média empresa
que parece querer crescer ainda mais, sobretudo para o espaço. Galardoada com o
Prémio PME Inovação COTEC 2015, ex-aequo com a Palbit, a Tekever aposta forte
na área das tecnologias de informação e na área aeroespacial, de defesa e
segurança.

Dos “drones” à construção de
um satélite, a Tekever, sediada em Lisboa, está em plena afirmação
internacional e expansão nacional. Não falta até uma aposta no interior, a
pensar na empregabilidade de cursos superiores ministrados na Beira Interior.

Ricardo Mendes, fundador da
empresa, explica que a Tekever é já uma holding de sete empresas com 120
trabalhadores, com um volume de negócios em torno dos 20 milhões de euros,
conseguidos na maioria pela exportação.

Uma das apostas situa-se na
área dos aviões não-tripulados, através da Tekever - Autonomous Systems.

“Posso destacar o primeiro
sistema de vigilância marítimo europeu, feito com equipamentos nosso, de médio
e grande porte, entre os 150 e os 200 quilos, que irá estar em operação a
partir do Verão do próximo ano. Desenvolvemos uma plataforma tecnológica base,
em que todos os equipamentos possam comunicar entre si e cooperar. Todos eles
têm ‘inteligência’ a bordo e capacidade para comunicar entre si para
cumprimento de missões”, diz o administrador principal da Tekever.

São “drones” de utilização
industrial e especializada, nas áreas da segurança marítima, protecção da
natureza ou combate a incêndios. Em breve os aviões não tripulados de fabrico
português vão vigiar mares e oceanos.

“Vamos encabeçar um projecto
em parecia com a Agência Europeia de Segurança Marítima e com a Agência
Espacial Europeia, que vai estar no próximo Verão em várias áreas:
Mediterrâneo, Mar do Norte e Oceano Atlântico, ao largo de Portugal. São
projectos em três áreas em que os sistemas de vigilância marítima com ‘drones’
vão estar em acção”, explica o responsável da Tekever.

A mente já controla o
“drone”

A PME portuguesa foi mais
longe e testou mesmo um projecto de “drone” controlado por ondas cerebrais.
Chama-se Brainflight e é um projecto de inovação que já foi sujeito a
demonstrações públicas na Alemanha e em Portugal.

“Na Alemanha, quisemos
demonstrar o controlo de um avião tripulado, com um piloto num simulador,
equipado com equipamento de Brainflight que, no fundo, capta as ondas
cerebrais, faz a sua transformação em sinais eléctricos e a sua interpretação
para o controlo do equipamento. Em Portugal, foi feita uma demonstração aberta
onde um operador de um sistema não tripulado colocou o mesmo equipamento e
controlou um avião não tripulado que já estava no ar numa zona segura”. Sim, é
possível, garante o empresário português.

Aposta no interior

Dos desenhos ao fabrico da
parte mecânica, a PME portuguesa só não faz os motores e os trens de aterragem.
Tudo é executado em Portugal ou Inglaterra. Para crescer em tamanho nos
equipamentos, a Tekever decidiu avançar para uma fábrica no interior do país.

“A aposta em Ponte de Sôr
justifica-se pela baixa densidade populacional e alguns factores muito
interessantes. Há infraestruturas já ligadas à aeronáutica, devido ao aeródromo
com excelentes condições e um pequeno parque industrial muito próximo. Fica
também próximo de Castelo Branco e Covilhã, onde existem cursos muito
interessantes na engenharia aeronáutica. Podem providenciar recursos humanos de
qualidade que venham reforçar a nossa equipa nessa região”, justifica o administrador
da Tekever.

Um satélite na forja

Pensaram em Vasco da Gama e
não fizeram por menos. Na dimensão aeroespacial, a Tekever colocou uma das suas
empresas a trabalhar num satélite integralmente feito em Portugal.

O GAMA SAT tem lançamento
apontado para finais de 2016 e todos os subsistemas - comunicações, propulsão,
controlo, energia – têm a assinatura da Tekever, num projecto co-financiado
pela Comissão Europeia.

Poderão aproveitar alguma
tecnologia própria já em utilização em satélites chineses. 

Exemplo, o GAMA
LINK, que já aí anda a fazer das suas.

“É um equipamento produzido
para tornar mais fáceis e flexíveis as comunicações entre sistemas espaciais,
como satélites. Neste momento já está num grau de maturidade muito elevado. Já
foi para o espaço, a bordo de três satélites chineses lançados em Setembro, e
teremos bastantes mais missões planeadas para os próximos anos. 

O GAMA LINK
permite-nos fazer uma espécie de internet no espaço. Fazer com que a
comunicação entre satélites sejam mais simples e não complexas, ponto a ponto
como na maioria dos casos”, explica o fundador da empresa co-galardoada com o
Prémio PME Inovação COTEC 2015.

(por José Pedro Frazão) Inovação portuguesa. Dos
"drones" controlados pela mente ao satélite em contagem decrescente

É uma pequena e média empresa
que parece querer crescer ainda mais, sobretudo para o espaço. Galardoada com o
Prémio PME Inovação COTEC 2015, ex-aequo com a Palbit, a Tekever aposta forte
na área das tecnologias de informação e na área aeroespacial, de defesa e
segurança.

Dos “drones” à construção de
um satélite, a Tekever, sediada em Lisboa, está em plena afirmação
internacional e expansão nacional. Não falta até uma aposta no interior, a
pensar na empregabilidade de cursos superiores ministrados na Beira Interior.

Ricardo Mendes, fundador da
empresa, explica que a Tekever é já uma holding de sete empresas com 120
trabalhadores, com um volume de negócios em torno dos 20 milhões de euros,
conseguidos na maioria pela exportação.

Uma das apostas situa-se na
área dos aviões não-tripulados, através da Tekever - Autonomous Systems.

“Posso destacar o primeiro
sistema de vigilância marítimo europeu, feito com equipamentos nosso, de médio
e grande porte, entre os 150 e os 200 quilos, que irá estar em operação a
partir do Verão do próximo ano. Desenvolvemos uma plataforma tecnológica base,
em que todos os equipamentos possam comunicar entre si e cooperar. Todos eles
têm ‘inteligência’ a bordo e capacidade para comunicar entre si para
cumprimento de missões”, diz o administrador principal da Tekever.

São “drones” de utilização
industrial e especializada, nas áreas da segurança marítima, protecção da
natureza ou combate a incêndios. Em breve os aviões não tripulados de fabrico
português vão vigiar mares e oceanos.

“Vamos encabeçar um projecto
em parecia com a Agência Europeia de Segurança Marítima e com a Agência
Espacial Europeia, que vai estar no próximo Verão em várias áreas:
Mediterrâneo, Mar do Norte e Oceano Atlântico, ao largo de Portugal. São
projectos em três áreas em que os sistemas de vigilância marítima com ‘drones’
vão estar em acção”, explica o responsável da Tekever.

A mente já controla o
“drone”

A PME portuguesa foi mais
longe e testou mesmo um projecto de “drone” controlado por ondas cerebrais.
Chama-se Brainflight e é um projecto de inovação que já foi sujeito a
demonstrações públicas na Alemanha e em Portugal.

“Na Alemanha, quisemos
demonstrar o controlo de um avião tripulado, com um piloto num simulador,
equipado com equipamento de Brainflight que, no fundo, capta as ondas
cerebrais, faz a sua transformação em sinais eléctricos e a sua interpretação
para o controlo do equipamento. Em Portugal, foi feita uma demonstração aberta
onde um operador de um sistema não tripulado colocou o mesmo equipamento e
controlou um avião não tripulado que já estava no ar numa zona segura”. Sim, é
possível, garante o empresário português.

Aposta no interior

Dos desenhos ao fabrico da
parte mecânica, a PME portuguesa só não faz os motores e os trens de aterragem.
Tudo é executado em Portugal ou Inglaterra. Para crescer em tamanho nos
equipamentos, a Tekever decidiu avançar para uma fábrica no interior do país.

“A aposta em Ponte de Sôr
justifica-se pela baixa densidade populacional e alguns factores muito
interessantes. Há infraestruturas já ligadas à aeronáutica, devido ao aeródromo
com excelentes condições e um pequeno parque industrial muito próximo. Fica
também próximo de Castelo Branco e Covilhã, onde existem cursos muito
interessantes na engenharia aeronáutica. Podem providenciar recursos humanos de
qualidade que venham reforçar a nossa equipa nessa região”, justifica o administrador
da Tekever.

Um satélite na forja

Pensaram em Vasco da Gama e
não fizeram por menos. Na dimensão aeroespacial, a Tekever colocou uma das suas
empresas a trabalhar num satélite integralmente feito em Portugal.

O GAMA SAT tem lançamento
apontado para finais de 2016 e todos os subsistemas - comunicações, propulsão,
controlo, energia – têm a assinatura da Tekever, num projecto co-financiado
pela Comissão Europeia.

Poderão aproveitar alguma
tecnologia própria já em utilização em satélites chineses. 

Exemplo, o GAMA
LINK, que já aí anda a fazer das suas.

“É um equipamento produzido
para tornar mais fáceis e flexíveis as comunicações entre sistemas espaciais,
como satélites. Neste momento já está num grau de maturidade muito elevado. Já
foi para o espaço, a bordo de três satélites chineses lançados em Setembro, e
teremos bastantes mais missões planeadas para os próximos anos. 

O GAMA LINK
permite-nos fazer uma espécie de internet no espaço. Fazer com que a
comunicação entre satélites sejam mais simples e não complexas, ponto a ponto
como na maioria dos casos”, explica o fundador da empresa co-galardoada com o
Prémio PME Inovação COTEC 2015.

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