GOTA DE ÁGUA: Bruxelas coloca Governo sob vigilância apertada

24-12-2019
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BRUXELAS EVIDENCIA FALHANÇO DO GOVERNO

A decisão da Comissão Europeia de
colocar a execução orçamental de Portugal sob vigilância reforçada entra em
colisão com a tese “fantasiosa” do Governo de direita sobre a recuperação
económica e social do país, denunciou o vice-presidente da bancada do PS,
Vieira da Silva, em declarações à Imprensa, na Assembleia da República.

Segundo Vieira da Silva, na apreciação
da Comissão Europeia fica “claro que Portugal continua numa situação crítica e
difícil”, pelo que “as afirmações fantasiosas que têm povoado o discurso do
Governo sobre a situação portuguesa não são infelizmente verdadeiras”.

O vice-presidente da bancada do PS
destacou igualmente a nota da Comissão Europeia sobre o elevado peso da dívida
de Portugal para sublinhar que esta é “uma realidade que não pode ser
escamoteada e que constitui um dos problemas cruciais do país”.

“Mas, desta vez, a Comissão Europeia
acrescenta outros fatores de desequilíbrio que explicam essa vigilância
reforçada”, aponta Vieira da Silva, acrescentando que a Comissão identifica
também “o baixo crescimento económico, os níveis baixos de inflação e o alto
desemprego como fatores que explicam os desequilíbrios do país”.

Recorde-se que Bruxelas anunciou que, no
quadro das análises feitas no contexto do semestre económico, decidiu colocar
cinco Estados-membros, França, Itália, Croácia, Bulgária e Portugal, sob
“monitorização específica”, por “desequilíbrios económicos excessivos”.

Numa conferência de Imprensa convocada à
“última hora”, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici,
explicou que Portugal foi colocado neste grupo de países sobretudo devido à sua
elevada dívida.

Mas, a Comissão Europeia salienta
outros aspetos preocupantes das situação do país ao
afirmar, nomeadamente, que o sistema de proteção social português “não foi
capaz de lidar” com o aumento da pobreza nos últimos anos e que os cortes nos
apoios sociais afetaram “desproporcionalmente” os mais pobres.

Bruxelas recorda que o número de pessoas
em risco de pobreza e exclusão social aumentou 210 mil entre 2012 e 2013 (27,4%
da totalidade da população portuguesa), o aumento “mais alto” da União
Europeia, apontando ainda que os indicadores de pobreza em Portugal se têm
deteriorado com a crise económica e financeira.

Nesta ordem de ideias, a Comissão afirmou
igualmente que a criação de emprego em Portugal deverá abrandar, alertando para
o risco de a taxa de desemprego poder estabilizar em níveis muito elevados.

Já o Eurostat – gabinete oficial de
estatísticas da União Europeia – revelou hoje que Portugal tem o quinto salário
mínimo mais baixo da zona euro, ficando apenas à frente dos três países
bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) e da Eslováquia, todos com remunerações
mínimas entre os 300 e os 390 euros.

Por seu lado, a Amnistia Internacional,
no seu relatório anual divulgado ontem, defende que seja feita uma
monitorização e avaliação do impacto das medidas de austeridade em Portugal,
para que não colidam com os direitos humanos.

Destaque-se que o impacto das medidas de
austeridade na vida dos portugueses consta, pela primeira vez, no relatório
anual internacional da organização, que recomenda que o nosso país deve
proteger os direitos humanos dos grupos mais vulneráveis. 

(MARY RODRIGUEs, in www.accaosocialista.pt)

BRUXELAS EVIDENCIA FALHANÇO DO GOVERNO

A decisão da Comissão Europeia de
colocar a execução orçamental de Portugal sob vigilância reforçada entra em
colisão com a tese “fantasiosa” do Governo de direita sobre a recuperação
económica e social do país, denunciou o vice-presidente da bancada do PS,
Vieira da Silva, em declarações à Imprensa, na Assembleia da República.

Segundo Vieira da Silva, na apreciação
da Comissão Europeia fica “claro que Portugal continua numa situação crítica e
difícil”, pelo que “as afirmações fantasiosas que têm povoado o discurso do
Governo sobre a situação portuguesa não são infelizmente verdadeiras”.

O vice-presidente da bancada do PS
destacou igualmente a nota da Comissão Europeia sobre o elevado peso da dívida
de Portugal para sublinhar que esta é “uma realidade que não pode ser
escamoteada e que constitui um dos problemas cruciais do país”.

“Mas, desta vez, a Comissão Europeia
acrescenta outros fatores de desequilíbrio que explicam essa vigilância
reforçada”, aponta Vieira da Silva, acrescentando que a Comissão identifica
também “o baixo crescimento económico, os níveis baixos de inflação e o alto
desemprego como fatores que explicam os desequilíbrios do país”.

Recorde-se que Bruxelas anunciou que, no
quadro das análises feitas no contexto do semestre económico, decidiu colocar
cinco Estados-membros, França, Itália, Croácia, Bulgária e Portugal, sob
“monitorização específica”, por “desequilíbrios económicos excessivos”.

Numa conferência de Imprensa convocada à
“última hora”, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici,
explicou que Portugal foi colocado neste grupo de países sobretudo devido à sua
elevada dívida.

Mas, a Comissão Europeia salienta
outros aspetos preocupantes das situação do país ao
afirmar, nomeadamente, que o sistema de proteção social português “não foi
capaz de lidar” com o aumento da pobreza nos últimos anos e que os cortes nos
apoios sociais afetaram “desproporcionalmente” os mais pobres.

Bruxelas recorda que o número de pessoas
em risco de pobreza e exclusão social aumentou 210 mil entre 2012 e 2013 (27,4%
da totalidade da população portuguesa), o aumento “mais alto” da União
Europeia, apontando ainda que os indicadores de pobreza em Portugal se têm
deteriorado com a crise económica e financeira.

Nesta ordem de ideias, a Comissão afirmou
igualmente que a criação de emprego em Portugal deverá abrandar, alertando para
o risco de a taxa de desemprego poder estabilizar em níveis muito elevados.

Já o Eurostat – gabinete oficial de
estatísticas da União Europeia – revelou hoje que Portugal tem o quinto salário
mínimo mais baixo da zona euro, ficando apenas à frente dos três países
bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) e da Eslováquia, todos com remunerações
mínimas entre os 300 e os 390 euros.

Por seu lado, a Amnistia Internacional,
no seu relatório anual divulgado ontem, defende que seja feita uma
monitorização e avaliação do impacto das medidas de austeridade em Portugal,
para que não colidam com os direitos humanos.

Destaque-se que o impacto das medidas de
austeridade na vida dos portugueses consta, pela primeira vez, no relatório
anual internacional da organização, que recomenda que o nosso país deve
proteger os direitos humanos dos grupos mais vulneráveis. 

(MARY RODRIGUEs, in www.accaosocialista.pt)

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