Diário do Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores: "Cuidados Paliativos: Confrontar a Morte"

22-11-2019
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"Cuidados Paliativos: Confrontar a Morte" é a primeira publicação de autoria açoriana da Universidade Católica Editora. Sandra Martins Pereira escreveu a obra a partir da sua tese de doutoramento em Bioética.A docente na Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo fez questão de lançar o livro na Escola onde leciona, acreditando que este é um livro que terá interesse para os técnicos de saúde que trabalham com cuidados paliativos.A apresentação pública oficial decorreu no passado dia 19 de janeiro, na ESEAH, porque a instituição, segundo explica Sandra, "contribuiu em primeira estância para os conteúdos registados no meu currículo profissional". O livro aborda questões relacionadas com os doentes e as suas famílias assim como os dilemas éticos com os quais médicos e enfermeiros podem ser confrontados no dia-a-dia da sua atividade profissional."Pela dignidade, pelo rigor e pela qualidade de vida do doente". É assim que a autora sintetiza o conteúdo geral do livro composto por 175 páginas que apresentam formas de tratar, cuidar e apoiar ativamente doentes em fase terminal de vida e/ou com doenças incuráveis.Segundo a enfermeira, o trabalho surge por incentivo do docente orientador do seu doutoramento, António Fonseca, que redigiu o prefácio do livro."A ideia desta publicação também surgiu pela minha integração num projeto de investigação integrado no Instituto de Bioética da UCP, coordenado pelos professores António Fonseca e Ana Sofia Carvalho", explica a docente, que espera que esta obra seja um livro de bolso para todos os técnicos de saúde que trabalham na área dos cuidados paliativos."Espero que este seja uma mais valia para quem se dedica a esta área e acredito que esta publicação pode ser utilizada como um livro de bolso e de consulta em qualquer situação. Pelo menos é o que espero", confessa. O que são Cuidados Paliativos? Os cuidados paliativos definem-se como uma resposta ativa aos problemas decorrentes da doença grave e/ou prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas famílias.São cuidados de saúde especializados, numa resposta técnica, humanizada e rigorosa, àquela tão propagada ideia de que quando não curamos uma doença grave, "já não há nada a fazer".Os cuidados paliativos e a obra de Sandra Pereira vêm mostrar que isso não é verdade, pois quem trabalha nessa área pode não concretizar a cura, mas pode fazer muito para proporcionar conforto, dignidade e qualidade de vida.A intervenção dos cuidados paliativos consiste em saber controlar os vários sintomas que os doentes apresentam que não apenas a dor; em saber comunicar adequadamente com o doente e a sua família, promovendo "obrigatoriamente" a sua dignidade e prestar apoio à família numa abordagem em equipa interdisciplinar, devidamente treinada.Nos doentes que possam necessitar de cuidados paliativos incluem-se doentes com cancro, com SIDA em estado avançado, doentes com insuficiências de órgãos avançadas, por exemplo, cardíacas, respiratórias, hepáticas e renais; doentes com doenças neurológicas degenerativas e graves e doentes com AVC's e demências em estado muito avançado.Estes cuidados de saúde, para serem eficazes na redução pretendida do sofrimento, devem ser disponibilizados muito tempo antes do falecimento e não apenas nos últimos dias de vida.Basicamente, são cuidados que pretendem ajudar a viver, para doentes graves e/ou incuráveis, que podem ser oferecidos meses, semanas e em algumas vezes anos antes de as pessoas virem a morrer.Os cuidados paliativos devem ser parte integrante do sistema de saúde, pois promovem uma intervenção técnica que requer formação específica obrigatória para os profissionais que os prestam.São cuidados preventivos que previnem o sofrimento motivado por sintomas como a dor, a fadiga, a falta de ar entre outros, pelas múltiplas perdas físicas e psicológicas associadas à doença grave e terminal e reduzem o risco de lutos patológicos.Para além disso, ajudam os doentes com sofrimento intenso a viver tão ativamente quanto possível até à sua morte e centram-se na importância da dignidade da pessoa ainda que vulnerável e limitada, aceitando a morte como uma etapa natural da vida. Quem pode prestar cuidados paliativosSó podem prestar cuidados paliativos especializados aqueles profissionais que tenham formação e treino prático adequado para o desempenho dessas tarefas específicas.Atualmente e de acordo com critérios de qualidade consensuais, existem em Portugal cerca de 17 unidades de cuidados paliativos de diferentes tipologias, sendo elas, internamento, apoio intra-hospitalar e na comunidade.In Diario Insular

"Cuidados Paliativos: Confrontar a Morte" é a primeira publicação de autoria açoriana da Universidade Católica Editora. Sandra Martins Pereira escreveu a obra a partir da sua tese de doutoramento em Bioética.A docente na Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo fez questão de lançar o livro na Escola onde leciona, acreditando que este é um livro que terá interesse para os técnicos de saúde que trabalham com cuidados paliativos.A apresentação pública oficial decorreu no passado dia 19 de janeiro, na ESEAH, porque a instituição, segundo explica Sandra, "contribuiu em primeira estância para os conteúdos registados no meu currículo profissional". O livro aborda questões relacionadas com os doentes e as suas famílias assim como os dilemas éticos com os quais médicos e enfermeiros podem ser confrontados no dia-a-dia da sua atividade profissional."Pela dignidade, pelo rigor e pela qualidade de vida do doente". É assim que a autora sintetiza o conteúdo geral do livro composto por 175 páginas que apresentam formas de tratar, cuidar e apoiar ativamente doentes em fase terminal de vida e/ou com doenças incuráveis.Segundo a enfermeira, o trabalho surge por incentivo do docente orientador do seu doutoramento, António Fonseca, que redigiu o prefácio do livro."A ideia desta publicação também surgiu pela minha integração num projeto de investigação integrado no Instituto de Bioética da UCP, coordenado pelos professores António Fonseca e Ana Sofia Carvalho", explica a docente, que espera que esta obra seja um livro de bolso para todos os técnicos de saúde que trabalham na área dos cuidados paliativos."Espero que este seja uma mais valia para quem se dedica a esta área e acredito que esta publicação pode ser utilizada como um livro de bolso e de consulta em qualquer situação. Pelo menos é o que espero", confessa. O que são Cuidados Paliativos? Os cuidados paliativos definem-se como uma resposta ativa aos problemas decorrentes da doença grave e/ou prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas famílias.São cuidados de saúde especializados, numa resposta técnica, humanizada e rigorosa, àquela tão propagada ideia de que quando não curamos uma doença grave, "já não há nada a fazer".Os cuidados paliativos e a obra de Sandra Pereira vêm mostrar que isso não é verdade, pois quem trabalha nessa área pode não concretizar a cura, mas pode fazer muito para proporcionar conforto, dignidade e qualidade de vida.A intervenção dos cuidados paliativos consiste em saber controlar os vários sintomas que os doentes apresentam que não apenas a dor; em saber comunicar adequadamente com o doente e a sua família, promovendo "obrigatoriamente" a sua dignidade e prestar apoio à família numa abordagem em equipa interdisciplinar, devidamente treinada.Nos doentes que possam necessitar de cuidados paliativos incluem-se doentes com cancro, com SIDA em estado avançado, doentes com insuficiências de órgãos avançadas, por exemplo, cardíacas, respiratórias, hepáticas e renais; doentes com doenças neurológicas degenerativas e graves e doentes com AVC's e demências em estado muito avançado.Estes cuidados de saúde, para serem eficazes na redução pretendida do sofrimento, devem ser disponibilizados muito tempo antes do falecimento e não apenas nos últimos dias de vida.Basicamente, são cuidados que pretendem ajudar a viver, para doentes graves e/ou incuráveis, que podem ser oferecidos meses, semanas e em algumas vezes anos antes de as pessoas virem a morrer.Os cuidados paliativos devem ser parte integrante do sistema de saúde, pois promovem uma intervenção técnica que requer formação específica obrigatória para os profissionais que os prestam.São cuidados preventivos que previnem o sofrimento motivado por sintomas como a dor, a fadiga, a falta de ar entre outros, pelas múltiplas perdas físicas e psicológicas associadas à doença grave e terminal e reduzem o risco de lutos patológicos.Para além disso, ajudam os doentes com sofrimento intenso a viver tão ativamente quanto possível até à sua morte e centram-se na importância da dignidade da pessoa ainda que vulnerável e limitada, aceitando a morte como uma etapa natural da vida. Quem pode prestar cuidados paliativosSó podem prestar cuidados paliativos especializados aqueles profissionais que tenham formação e treino prático adequado para o desempenho dessas tarefas específicas.Atualmente e de acordo com critérios de qualidade consensuais, existem em Portugal cerca de 17 unidades de cuidados paliativos de diferentes tipologias, sendo elas, internamento, apoio intra-hospitalar e na comunidade.In Diario Insular

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