Sindicato “muito satisfeito” com greve nas fábricas de papel da Navigator

10-12-2019
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Operações de Figueira da Foz, Setúbal e Vila Velha de Ródão foram muito ou totalmente afetadas. Em Cacia, não houve adesão à greve.

Dinheiro Vivo/Lusa 16 Novembro, 2019 • 19:19

Um dos sindicatos responsáveis pela greve de quatro dias nas unidades industriais do grupo Navigator, que termina à meia-noite deste sábado, diz estar "muito satisfeito" pelo resultado alcançado, alegando que três fábricas não produziram papel. As operações em Figueira da Foz, Setúbal e Vila Velha de Ródão foram muito ou totalmente afetadas. Em Cacia, a atividade decorreu normalmente pois não houve adesão à greve.

Em declarações à Lusa, Paulo Ferreira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Norte (SITE CN), disse que a unidade da Figueira da Foz do grupo Navigator "não produziu papel, as instalações estiveram fechadas e não saiu nenhum camião".

Em declarações anteriores, na quarta-feira, primeiro dia da paralisação, a Navigator, grupo fundado e liderado por Pedro Queiroz Pereira, entretanto falecido, reafirmou que "não encontra justificação para esta greve", lembrando que a empresa "reduziu o horário de trabalho de 40 para 39 horas semanais em 2019 e para as 38 horas semanais a partir de 2020".

Na Figueira da Foz, a paralisação estendeu-se à pasta de papel - cuja máquina, segundo disse Paulo Ferreira, este sábado, incorpora a pasta na produção de papel, enquanto em Setúbal também as duas máquinas de papel estiveram paradas.

Quanto à unidade de Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco, "a produção também foi bastante afetada, com as duas máquinas paradas", embora esta indústria produza "guardanapos e não papel de fotocópia" como acontece na Figueira da Foz, sublinhou.

Já a unidade da Navigator de Cacia, no distrito de Aveiro, "foi a única onde não houve adesão pelos trabalhadores e se houve foi residual", admitiu o sindicalista.

Paulo Ferreira voltou a destacar que a paralisação de quatro dias decorreu "pela primeira vez em conjunto" nas quatro unidades industriais da Navigator, promovida por três sindicatos de diferentes localizações geográficas. "O que prova que o plano de carreiras é abrangente para todos", frisou.

O dirigente do SITE CN revelou, por outro lado, que na segunda-feira as comissões de trabalhadores de Vila Velha de Ródão, Setúbal e Figueira da Foz vão reunir para avaliarem os resultados da greve e discutir futuras ações. "Este processo não acaba aqui, a luta continua", enfatizou.

Contactada pela Lusa, fonte oficial do grupo The Navigator Company disse que a empresa não tem mais comentários a fazer sobre a greve.

Além da redução de horário, o empregador relembrou recentemente que também existe um fundo de pensões garantido a todos os seus trabalhadores e prémios de desempenho de mais de 80 milhões de euros atribuídos aos seus colaboradores nos últimos cinco anos. Mais dois argumentos do grupo empresarial para contestar a paralisação.

Na altura, o grupo adiantou que na fábrica de Aveiro não existia "nenhum trabalhador em greve" e que duas das três fábricas de papel de Setúbal estavam a funcionar, não indicando, no entanto, dados sobre a situação das unidades da Figueira da Foz e Vila Velha de Ródão.

Bloco questiona governo sobre inspeções à empresa

Entretanto, em nota divulgada na sexta-feira, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) anunciou ter questionado o Governo sobre a situação nas empresas do grupo Navigator e as reivindicações dos trabalhadores.

No texto, assinado pelos deputados Sandra Cunha, Joana Mortágua, José Soeiro e Isabel Pires e dirigida à ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, o BE pergunta se têm existido "ações inspetivas" às empresas do grupo Navigator, "nomeadamente com fundamento em discriminação salarial ou com base em inadequado enquadramento de carreiras" e quais os resultados dessas inspeções.

Os deputados bloquistas pretendem ainda saber se o Governo "está disponível para promover a negociação entre as estruturas representativas dos trabalhadores e as empresas, com vista a alcançar um acordo que permita ir ao encontro das reivindicações dos trabalhadores e ao cumprimento da lei".

Operações de Figueira da Foz, Setúbal e Vila Velha de Ródão foram muito ou totalmente afetadas. Em Cacia, não houve adesão à greve.

Dinheiro Vivo/Lusa 16 Novembro, 2019 • 19:19

Um dos sindicatos responsáveis pela greve de quatro dias nas unidades industriais do grupo Navigator, que termina à meia-noite deste sábado, diz estar "muito satisfeito" pelo resultado alcançado, alegando que três fábricas não produziram papel. As operações em Figueira da Foz, Setúbal e Vila Velha de Ródão foram muito ou totalmente afetadas. Em Cacia, a atividade decorreu normalmente pois não houve adesão à greve.

Em declarações à Lusa, Paulo Ferreira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Norte (SITE CN), disse que a unidade da Figueira da Foz do grupo Navigator "não produziu papel, as instalações estiveram fechadas e não saiu nenhum camião".

Em declarações anteriores, na quarta-feira, primeiro dia da paralisação, a Navigator, grupo fundado e liderado por Pedro Queiroz Pereira, entretanto falecido, reafirmou que "não encontra justificação para esta greve", lembrando que a empresa "reduziu o horário de trabalho de 40 para 39 horas semanais em 2019 e para as 38 horas semanais a partir de 2020".

Na Figueira da Foz, a paralisação estendeu-se à pasta de papel - cuja máquina, segundo disse Paulo Ferreira, este sábado, incorpora a pasta na produção de papel, enquanto em Setúbal também as duas máquinas de papel estiveram paradas.

Quanto à unidade de Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco, "a produção também foi bastante afetada, com as duas máquinas paradas", embora esta indústria produza "guardanapos e não papel de fotocópia" como acontece na Figueira da Foz, sublinhou.

Já a unidade da Navigator de Cacia, no distrito de Aveiro, "foi a única onde não houve adesão pelos trabalhadores e se houve foi residual", admitiu o sindicalista.

Paulo Ferreira voltou a destacar que a paralisação de quatro dias decorreu "pela primeira vez em conjunto" nas quatro unidades industriais da Navigator, promovida por três sindicatos de diferentes localizações geográficas. "O que prova que o plano de carreiras é abrangente para todos", frisou.

O dirigente do SITE CN revelou, por outro lado, que na segunda-feira as comissões de trabalhadores de Vila Velha de Ródão, Setúbal e Figueira da Foz vão reunir para avaliarem os resultados da greve e discutir futuras ações. "Este processo não acaba aqui, a luta continua", enfatizou.

Contactada pela Lusa, fonte oficial do grupo The Navigator Company disse que a empresa não tem mais comentários a fazer sobre a greve.

Além da redução de horário, o empregador relembrou recentemente que também existe um fundo de pensões garantido a todos os seus trabalhadores e prémios de desempenho de mais de 80 milhões de euros atribuídos aos seus colaboradores nos últimos cinco anos. Mais dois argumentos do grupo empresarial para contestar a paralisação.

Na altura, o grupo adiantou que na fábrica de Aveiro não existia "nenhum trabalhador em greve" e que duas das três fábricas de papel de Setúbal estavam a funcionar, não indicando, no entanto, dados sobre a situação das unidades da Figueira da Foz e Vila Velha de Ródão.

Bloco questiona governo sobre inspeções à empresa

Entretanto, em nota divulgada na sexta-feira, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) anunciou ter questionado o Governo sobre a situação nas empresas do grupo Navigator e as reivindicações dos trabalhadores.

No texto, assinado pelos deputados Sandra Cunha, Joana Mortágua, José Soeiro e Isabel Pires e dirigida à ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, o BE pergunta se têm existido "ações inspetivas" às empresas do grupo Navigator, "nomeadamente com fundamento em discriminação salarial ou com base em inadequado enquadramento de carreiras" e quais os resultados dessas inspeções.

Os deputados bloquistas pretendem ainda saber se o Governo "está disponível para promover a negociação entre as estruturas representativas dos trabalhadores e as empresas, com vista a alcançar um acordo que permita ir ao encontro das reivindicações dos trabalhadores e ao cumprimento da lei".

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