Mesas a dividir corredores e salas para 15 alunos. Visita a duas escolas que preparam o regresso às aulas

18-05-2020
marcar artigo

Preparar o regresso às aulas dos alunos do ensino secundário foi quase como remodelar uma escola inteira. Um aluno por mesa, circuitos separados para entrar e sair, corredores com novas regras e muitas ações de limpeza e desinfeção. A lista de tarefas é longa, mas comum às duas escolas que o Observador visitou para perceber como está a ser preparado o regresso dos alunos do 11.º e 12.º ano.

Na Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Vila Nova de Gaia, mais de 700 alunos vão voltar a ter aulas presenciais das disciplinas de exame, o que levou a um esforço redobrado de logística e preparação da escola. Todos vão usar máscara e os intervalos no recreio ou noutros espaços da escola vão deixar de existir. “Agora é tentar também acalmar e preparar a malta, porque não se trata apenas do espaço. É muito importante também preparar as pessoas e os colegas”, conta ao Observador Álvaro Santos, diretor da escola.

Também para Sandra Cunha, diretora pedagógica do Real Colégio, em Lisboa, “mais do que a parte pedagógica, neste momento o que preocupa mais é a parte emocional”. Há 46 alunos que vão voltar às aulas presenciais neste colégio, ainda que a componente online vá continuar a funcionar para os vários alunos estrangeiros matriculados. Embora em diferentes dimensões, ambas as escolas acreditam ter tudo preparado para receber os alunos. Será uma altura de dúvidas, ansiedade e questões, mas também um momento aguardado por muitos: “Parece que nos dá a sensação de que pode ser que isto passe e voltemos ao normal”.

Nesta escola de Gaia, as mesas da sala são usadas para dividir corredores

Nos longos corredores da Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares, Vila Nova de Gaia, há mesas colocadas em fila, delimitadas com fitas, para dividir o espaço a meio. Os cacifos já não vão ser utilizados, há dispensadores de desinfetante nas paredes e dentro das salas de aula — sala sim, sala não — há mudanças visíveis mesmo só espreitando pelo vidro da porta. “Se dissesse que não estou nervoso com tudo isto era irresponsável”, comenta o diretor da escola, enquanto percorre o espaço que desde março está sem alunos. O nervosismo tem um motivo: durante as últimas duas semanas, Álvaro Santos e a sua equipa passaram horas a fio a organizar e repensar horários, turmas e quase todo o funcionamento da escola para garantir que tudo está preparado e em segurança para voltar a receber estudantes na segunda-feira.

Há dois meses, quando os primeiros casos de Covid-19 apareceram em Portugal, o diretor da escola percorreu cada uma das 62 salas de aula para explicar às turmas “o que estava a acontecer e os cuidados que deveriam ter”. Pelo meio, os estabelecimentos de ensino fecharam todos e tudo passou a funcionar à distância. Também Álvaro Santos, que coordena esta escola há mais de 20 anos, deixou de ir todas as manhãs para a entrada da escola receber os alunos que chegavam, uma rotina que mantinha há vários anos. Agora, na segunda-feira, prepara-se para ir novamente às salas de aula, desta vez em menor número e com maior distanciamento, para explicar as novas regras aos alunos do 11.º e 12.º ano que vão regressar às aulas presenciais das disciplinas de exame. Mais do que um regresso às aulas, é uma escola que vai funcionar a um ritmo diferente e com muito mais controlo.

Já há mudanças visíveis logo à entrada, mas os detalhes continuam a ser acertados. Na zona da receção e dos serviços administrativos estão a ser montados painéis de acrílico para cada lugar de atendimento ao público. Há também desinfetante em cima das mesas, funcionários de máscara e luvas e o chão é cuidadosamente limpo várias vezes ao dia. Neste espaço, destinado quase exclusivamente aos funcionários, em vez de marcas colocadas no chão usam-se até elementos decorativos para ajudar a delimitar a distância: as filas para a secretaria, por exemplo, têm agora vasos colocados em fila que servem para indicar o local onde cada aluno, professor ou funcionário deve permanecer, devidamente distanciado da pessoa à frente ou atrás.

Preparar o regresso às aulas dos alunos do ensino secundário foi quase como remodelar uma escola inteira. Um aluno por mesa, circuitos separados para entrar e sair, corredores com novas regras e muitas ações de limpeza e desinfeção. A lista de tarefas é longa, mas comum às duas escolas que o Observador visitou para perceber como está a ser preparado o regresso dos alunos do 11.º e 12.º ano.

Na Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Vila Nova de Gaia, mais de 700 alunos vão voltar a ter aulas presenciais das disciplinas de exame, o que levou a um esforço redobrado de logística e preparação da escola. Todos vão usar máscara e os intervalos no recreio ou noutros espaços da escola vão deixar de existir. “Agora é tentar também acalmar e preparar a malta, porque não se trata apenas do espaço. É muito importante também preparar as pessoas e os colegas”, conta ao Observador Álvaro Santos, diretor da escola.

Também para Sandra Cunha, diretora pedagógica do Real Colégio, em Lisboa, “mais do que a parte pedagógica, neste momento o que preocupa mais é a parte emocional”. Há 46 alunos que vão voltar às aulas presenciais neste colégio, ainda que a componente online vá continuar a funcionar para os vários alunos estrangeiros matriculados. Embora em diferentes dimensões, ambas as escolas acreditam ter tudo preparado para receber os alunos. Será uma altura de dúvidas, ansiedade e questões, mas também um momento aguardado por muitos: “Parece que nos dá a sensação de que pode ser que isto passe e voltemos ao normal”.

Nesta escola de Gaia, as mesas da sala são usadas para dividir corredores

Nos longos corredores da Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares, Vila Nova de Gaia, há mesas colocadas em fila, delimitadas com fitas, para dividir o espaço a meio. Os cacifos já não vão ser utilizados, há dispensadores de desinfetante nas paredes e dentro das salas de aula — sala sim, sala não — há mudanças visíveis mesmo só espreitando pelo vidro da porta. “Se dissesse que não estou nervoso com tudo isto era irresponsável”, comenta o diretor da escola, enquanto percorre o espaço que desde março está sem alunos. O nervosismo tem um motivo: durante as últimas duas semanas, Álvaro Santos e a sua equipa passaram horas a fio a organizar e repensar horários, turmas e quase todo o funcionamento da escola para garantir que tudo está preparado e em segurança para voltar a receber estudantes na segunda-feira.

Há dois meses, quando os primeiros casos de Covid-19 apareceram em Portugal, o diretor da escola percorreu cada uma das 62 salas de aula para explicar às turmas “o que estava a acontecer e os cuidados que deveriam ter”. Pelo meio, os estabelecimentos de ensino fecharam todos e tudo passou a funcionar à distância. Também Álvaro Santos, que coordena esta escola há mais de 20 anos, deixou de ir todas as manhãs para a entrada da escola receber os alunos que chegavam, uma rotina que mantinha há vários anos. Agora, na segunda-feira, prepara-se para ir novamente às salas de aula, desta vez em menor número e com maior distanciamento, para explicar as novas regras aos alunos do 11.º e 12.º ano que vão regressar às aulas presenciais das disciplinas de exame. Mais do que um regresso às aulas, é uma escola que vai funcionar a um ritmo diferente e com muito mais controlo.

Já há mudanças visíveis logo à entrada, mas os detalhes continuam a ser acertados. Na zona da receção e dos serviços administrativos estão a ser montados painéis de acrílico para cada lugar de atendimento ao público. Há também desinfetante em cima das mesas, funcionários de máscara e luvas e o chão é cuidadosamente limpo várias vezes ao dia. Neste espaço, destinado quase exclusivamente aos funcionários, em vez de marcas colocadas no chão usam-se até elementos decorativos para ajudar a delimitar a distância: as filas para a secretaria, por exemplo, têm agora vasos colocados em fila que servem para indicar o local onde cada aluno, professor ou funcionário deve permanecer, devidamente distanciado da pessoa à frente ou atrás.

marcar artigo