Durante anos a
fio fui neste blogue um defensor acérrimo de Luís Filipe Vieira, mesmo quando o
Benfica só perdia. Quando alguns o criticavam por nada ganhar, eu defendia-o
porque acreditava no caminho... O caminho que se iniciou numa fase em que nem
Estádio tínhamos e andávamos com a casa às costas.
Tempos em que
perdíamos e perdíamos bem, e acabávamos a 15 e a 20 pontos do primeiro, de um Porto
que com ou sem trafulhices, com ou sem apito dourado, era, TAMBÉM no campo
inquestionavelmente melhor do que nós.
Mas entendi o penoso
caminho e tolerei as derrotas, e acreditei nas palavras do Presidente quando
dizia que o Benfica se preparava estruturalmente para atingir um patamar em que
também pudesse ganhar no plano desportivo.
E atingimos esse
patamar diga-se. LFV, ele próprio disse na sua antepenúltima eleição que a
reestruturação estava feita e que a partir de agora o novo mandato seria o
mandato dos resultados desportivos. Esse foi o momento em que também eu virei
uma página. O que estava para trás era um livro fechado, e independentemente
dos méritos da obra feita (que reconheço INQUESTIONAVELMENTE) a partir daí iria
avaliar LFV pelo que fizesse no plano desportivo.
O ano de Quique
Flores foi o ano zero. LFV mostrou ao que ia e colocou os euros para construir
uma grande equipa. Falhou nesse ano. Pedi a sua cabeça? Claro que não! As bases
estavam lançadas, o foco estava no terreno de jogo, os bons jogadores eram o
alvo, era preciso uns acertos, faltava um bom treinador que potenciasse tudo o
que de bom já havia.
Jorge Jesus operou a mudança, e não é preciso
andar muito para trás para perceber o que de bom trouxe ao clube. Basta ver o
que no Sporting acontece hoje, porque no Benfica foi igualzinho: As bancadas
encheram, os jogadores valorizaram-se, as receitas cresceram, o assédio aos
seus jogadores por verbas acima dos trinta milhões começaram a ser normais, as
receitas das vendas aumentaram muitíssimo, essas receitas permitiram que um
clube que antes nada gastava de repente já pudesse investir 30 milhões num
defeso com a ideia de voltar a valorizar e a vender, e assim por diante.
Faltaram os
títulos ao Sporting, é certo! Mas esteve pertíssimo. E nem Ferguson chegou ao
United e ganhou de imediato. E também é preciso lembrar que o SCP que Jorge
Jesus encontrou era um Sporting muitíssimos patamares abaixo de Benfica e
Porto. Ver o SCP em dois anos e dois meses apenas a jogar no mesmíssimo patamar
de Benfica e Porto, e se calhar até acima, gastando bem menos dinheiro do que
quer Benfica quer Porto gastaram no mesmo período, é mérito de quem senão do
seu treinador?
Qual é a fórmula para fazer crescer um clube? Esta
é a única que conheço (e defendo): Lutar pelas competições até ao fim, ilusão
nos adeptos, estádios cheios, valorizar jogadores e tirar deles rendimento
desportivo e financeiro que permitam
continuar a investir em outros bons jogadores, valorizar e voltar a vender... E
isso o Benfica já tinha! Com uma vantagem, ainda assim ganhava títulos muitas
vezes. E quando não ganhava caía na última curva! E não era contra o Porto dos
Maregas! Era contra Portos de Hulks, Falcões e James Rodruiguez e Portos vencedores
de Ligas Europas!
E claro, investir, porque se há algo que a
história mostra claramente é que os clubes que mais gastam são os que ganham
quase sempre! E o Benfica, como clube que mais fatura, tem de ser essa a sua
força: poder investir mais e melhor do que os outros! Nesta área não há fórmulas
secretas para descobrir!
Pelo meio outros
mitos caíram! O primeiro de que nunca Jorge Jesus ganharia 4 milhões em nenhum
outro clube! Pois não, ganha 6 ou 7, e se quisesse ir para as Arábias podiam
ser 10 ou 12!
O outro, que Jorge Jesus tinha de sair porque era
avesso à formação... Mas mesmo assim ainda houve no Benfica um André Almeida e
um André Gomes a virem da formação, e pasme-se, até um Roderick lançado num
jogo que provavelmente nos custou um campeonato. Esse curiosamente, os críticos
da não aposta na formação nunca gostam de lembrar!
Mesmo nesses anos em que o Benfica de Jorge Jesus
perdeu, nunca pedi a sua cabeça. Mas comecei a pedir a de LFV em muitos
momentos em que achei que minava a sorte do seu treinador, e em que continuámos
a vencer APESAR do Presidente, apenas e só porque tínhamos um treinador que, ao
contrário de Rui Vitória, nas horas das armadilhas que lhe lançavam de cima inventava
soluções e a equipa continuava a ganhar!
E que armadilhas foram essas? Por exemplo, vendas
de jogadores nucleares em Janeiro, na fase crucial da época, Matic e Enzo por
exemplo. E Gonçalo Guedes! Que outro grande clube europeu o faz? Não se pode
esperar pelo verão?! O desespero é assim tão grande?
Outro exemplo: Punir Cardozo publicamente depois
do incidente do Jamor, desvalorizá-lo em público, dá-lo como carta fora do
baralho, obrigar Jesus a preparar um plantel sem Cardozo, e, à última da hora
Cardozo fica no plantel porque ninguém o quis e Jesus que se desemerde,
começando uma época dificílima (depois do descalabro do fim da última), com um
estádio dividido, metade a gritar por Jesus e a outra metade a gritar Cardozo!
INADMISSÍVEL VINDO DE UM PRESIDENTE COM UM MÍNIMO DE SENSIBILIDADE PARA ESTAS
COISAS!!
Outro exemplo? Vendas de Javi Garcia e Witsel a
dois dias do fecho do mercado no Verão, os DOIS titulares do coração da equipa.
A desculpa esfarrapada de que nada pode fazer porque bateram a cláusula do
Witsel. MENTIRA! Pagar a cláusula é colocar o dinheiro no banco, e não é a
prestações, é TODO! E isso não aconteceu! Era muito dinheiro? Era. Mas isto é
matar a ambição de qualquer equipa ainda antes da época começar! Valeu... Jesus
e mais um milagre!
Nesses tempos já LFV desbaratava tudo o que podia na esperança de que Jorge Jesus operaria sempre algum milagre e ficaria sempre
porque, achava LFV, era escravo dos 4 milhões que recebia e que só o Benfica
lhe iria pagar!
Mas erro crasso, Jesus não ficou e não era refém
de nada. Até Jesus percebeu antes do tempo o caminho que o clube seguia (cada
vez mais responsabilidade, cada vez menos condições para atingir os fins). Mais
tarde ou mais cedo iria ser ele a vítima de todo o processo e o bode expiatório
de todos os desaires. Tal como Rui Vitória vai ser!
Pelo meio, mais uma bandeira que serviu para
afastar Jesus e que serviu também para me afastar ainda mais de Luís Filipe
Vieira: O Benfica Made in Benfica! Jorge Jesus tinha de apostar na
formação. Mas até aqui Jorge Jesus foi esperto. Percebeu o que também eu
percebi há muito, que isto da formação era propaganda barata. Apostar para quê?
Para ficarem no Benfica muitos anos e crescerem com a equipa? Não. Apostar para
vender ao fim de meia dúzia de jogos que é, em suma, aquilo que se tem feito.
E a isto Jorge Jesus disse, não obrigado. Para
isso aposto nos meus, naqueles em quem confio e que sei que também serão vendidos
assim que cheire a dinheiro mas que ao menos enquanto cá estão me dão mais
garantias e menos dores de crescimento. Roderick foi uma lição!
Foi assim que Bernardo ou Cancelo foram
emprestados com umas clausulas que por lá havia! Culpa do Jesus (que já estava
de saída)? Claro que sim, para os tolos pois claro!
E depois o outro mito caiu. Em Alvalade houve
Gelson a aparecer, houve Semedo a titular, e este ano vê-se Podence e Iuri com
presença assídua na equipa! Tudo com Jorge Jesus! O que mudou? Se calhar um
treinador que sabe a diferença entre apostar em jogadores que sabe que não serão
vendidos ao fim de meia dúzia de jogos, e a outra de apostar num Bernardo Silva
em Agosto com receio de que em Janeiro já esteja na China!
A verdade (a
minha pelo menos) é que SE LFV tem sabido ajudar no futebol (em vez de
desajudar em tantos momentos) e manter Jorge Jesus no Benfica, nos anos
seguintes, em 10 campeonatos ganhávamos 8 no mínimo. Vale o que vale, é a minha
convicção! Não seria tão cedo que os rivais chegariam sequer perto! Mas
deitámos tudo a perder.
O treinador que percebia da poda saiu, o que
chegou percebe pouco, e o Presidente está visto que de bola não percebe nada
mas acha que percebe!
Isto para dizer o
quê! Que perdi a fé neste Presidente enquanto responsável do futebol do Benfica
(sim, é isso que ele acha que é). Perdi a fé há muito tempo, e aqui o escrevi
há muito tempo também. Tudo isto independentemente dos méritos imensos que lhe
reconheço em outros tempos e em outras áreas. Mas do passado vivem os museus!
Estou também
descrente como sempre estive sobre o Benfica Made in Benfica e que as soluções
estão no Seixal. Está mais que visto que no Benfica, do Seixal só ficam os
medíocres! Se o Seixal vai ser a base, Deus nos ajude!
Estou também em TOTAL desacordo com o Presidente
se ele acha que qualquer estratégia empresarial será capaz de sobreviver com um
Benfica perdedor dentro do campo, com adeptos descrentes e bancadas vazias, e
sem receitas de Liga dos Campeões!
O que é a
diminuição de 17 milhões ao passivo, se comparado já hoje com 0 vitórias na
Liga dos Campeões este ano e a uma possível não presença na Liga dos Campeões
do próximo ano? E em que montras vamos valorizar os nossos “medianos”. Quem é
que neste momento no Benfica vale mais do que 10 milhões de euros?!
Sou só eu a perceber o desfecho óbvio desta
política, e que ao contrário de num passado recente, o que custa realmente desta
vez é perceber que não há fantasmas de Vales e Azevedos para culpar, mas apenas
sabotagem vinda de DENTRO do próprio clube?
Em resumo, eu não
estou contra por o Benfica ter uma ou outra derrota que custe mais ou menos a
digerir. Eu estou contra ESTA POLÍTICA que no meu entender levará sempre
inevitavelmente a este desfecho mais cedo cedo ou mais tarde. E continuarei a
ser contra esta política mesmo que o Benfica ganhe este ano (como desejo) porque
não acredito que nenhuma vitória neste contexto possa ser duradoura.
Ganhámos nos últimos dois anos? Ainda bem que sim,
mas não me queiram fazer crer que essa foi uma vitória sustentada na nova
política! Foi uma vitória sustentada na base do que já vinha de trás, e é agora,
quando essa base definha, que se percebe que na hora de renovar há muita pouca
gente com verdadeiro know how para manter a roda a girar e manter o clube numa
senda ganhadora.
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Entidades
Durante anos a
fio fui neste blogue um defensor acérrimo de Luís Filipe Vieira, mesmo quando o
Benfica só perdia. Quando alguns o criticavam por nada ganhar, eu defendia-o
porque acreditava no caminho... O caminho que se iniciou numa fase em que nem
Estádio tínhamos e andávamos com a casa às costas.
Tempos em que
perdíamos e perdíamos bem, e acabávamos a 15 e a 20 pontos do primeiro, de um Porto
que com ou sem trafulhices, com ou sem apito dourado, era, TAMBÉM no campo
inquestionavelmente melhor do que nós.
Mas entendi o penoso
caminho e tolerei as derrotas, e acreditei nas palavras do Presidente quando
dizia que o Benfica se preparava estruturalmente para atingir um patamar em que
também pudesse ganhar no plano desportivo.
E atingimos esse
patamar diga-se. LFV, ele próprio disse na sua antepenúltima eleição que a
reestruturação estava feita e que a partir de agora o novo mandato seria o
mandato dos resultados desportivos. Esse foi o momento em que também eu virei
uma página. O que estava para trás era um livro fechado, e independentemente
dos méritos da obra feita (que reconheço INQUESTIONAVELMENTE) a partir daí iria
avaliar LFV pelo que fizesse no plano desportivo.
O ano de Quique
Flores foi o ano zero. LFV mostrou ao que ia e colocou os euros para construir
uma grande equipa. Falhou nesse ano. Pedi a sua cabeça? Claro que não! As bases
estavam lançadas, o foco estava no terreno de jogo, os bons jogadores eram o
alvo, era preciso uns acertos, faltava um bom treinador que potenciasse tudo o
que de bom já havia.
Jorge Jesus operou a mudança, e não é preciso
andar muito para trás para perceber o que de bom trouxe ao clube. Basta ver o
que no Sporting acontece hoje, porque no Benfica foi igualzinho: As bancadas
encheram, os jogadores valorizaram-se, as receitas cresceram, o assédio aos
seus jogadores por verbas acima dos trinta milhões começaram a ser normais, as
receitas das vendas aumentaram muitíssimo, essas receitas permitiram que um
clube que antes nada gastava de repente já pudesse investir 30 milhões num
defeso com a ideia de voltar a valorizar e a vender, e assim por diante.
Faltaram os
títulos ao Sporting, é certo! Mas esteve pertíssimo. E nem Ferguson chegou ao
United e ganhou de imediato. E também é preciso lembrar que o SCP que Jorge
Jesus encontrou era um Sporting muitíssimos patamares abaixo de Benfica e
Porto. Ver o SCP em dois anos e dois meses apenas a jogar no mesmíssimo patamar
de Benfica e Porto, e se calhar até acima, gastando bem menos dinheiro do que
quer Benfica quer Porto gastaram no mesmo período, é mérito de quem senão do
seu treinador?
Qual é a fórmula para fazer crescer um clube? Esta
é a única que conheço (e defendo): Lutar pelas competições até ao fim, ilusão
nos adeptos, estádios cheios, valorizar jogadores e tirar deles rendimento
desportivo e financeiro que permitam
continuar a investir em outros bons jogadores, valorizar e voltar a vender... E
isso o Benfica já tinha! Com uma vantagem, ainda assim ganhava títulos muitas
vezes. E quando não ganhava caía na última curva! E não era contra o Porto dos
Maregas! Era contra Portos de Hulks, Falcões e James Rodruiguez e Portos vencedores
de Ligas Europas!
E claro, investir, porque se há algo que a
história mostra claramente é que os clubes que mais gastam são os que ganham
quase sempre! E o Benfica, como clube que mais fatura, tem de ser essa a sua
força: poder investir mais e melhor do que os outros! Nesta área não há fórmulas
secretas para descobrir!
Pelo meio outros
mitos caíram! O primeiro de que nunca Jorge Jesus ganharia 4 milhões em nenhum
outro clube! Pois não, ganha 6 ou 7, e se quisesse ir para as Arábias podiam
ser 10 ou 12!
O outro, que Jorge Jesus tinha de sair porque era
avesso à formação... Mas mesmo assim ainda houve no Benfica um André Almeida e
um André Gomes a virem da formação, e pasme-se, até um Roderick lançado num
jogo que provavelmente nos custou um campeonato. Esse curiosamente, os críticos
da não aposta na formação nunca gostam de lembrar!
Mesmo nesses anos em que o Benfica de Jorge Jesus
perdeu, nunca pedi a sua cabeça. Mas comecei a pedir a de LFV em muitos
momentos em que achei que minava a sorte do seu treinador, e em que continuámos
a vencer APESAR do Presidente, apenas e só porque tínhamos um treinador que, ao
contrário de Rui Vitória, nas horas das armadilhas que lhe lançavam de cima inventava
soluções e a equipa continuava a ganhar!
E que armadilhas foram essas? Por exemplo, vendas
de jogadores nucleares em Janeiro, na fase crucial da época, Matic e Enzo por
exemplo. E Gonçalo Guedes! Que outro grande clube europeu o faz? Não se pode
esperar pelo verão?! O desespero é assim tão grande?
Outro exemplo: Punir Cardozo publicamente depois
do incidente do Jamor, desvalorizá-lo em público, dá-lo como carta fora do
baralho, obrigar Jesus a preparar um plantel sem Cardozo, e, à última da hora
Cardozo fica no plantel porque ninguém o quis e Jesus que se desemerde,
começando uma época dificílima (depois do descalabro do fim da última), com um
estádio dividido, metade a gritar por Jesus e a outra metade a gritar Cardozo!
INADMISSÍVEL VINDO DE UM PRESIDENTE COM UM MÍNIMO DE SENSIBILIDADE PARA ESTAS
COISAS!!
Outro exemplo? Vendas de Javi Garcia e Witsel a
dois dias do fecho do mercado no Verão, os DOIS titulares do coração da equipa.
A desculpa esfarrapada de que nada pode fazer porque bateram a cláusula do
Witsel. MENTIRA! Pagar a cláusula é colocar o dinheiro no banco, e não é a
prestações, é TODO! E isso não aconteceu! Era muito dinheiro? Era. Mas isto é
matar a ambição de qualquer equipa ainda antes da época começar! Valeu... Jesus
e mais um milagre!
Nesses tempos já LFV desbaratava tudo o que podia na esperança de que Jorge Jesus operaria sempre algum milagre e ficaria sempre
porque, achava LFV, era escravo dos 4 milhões que recebia e que só o Benfica
lhe iria pagar!
Mas erro crasso, Jesus não ficou e não era refém
de nada. Até Jesus percebeu antes do tempo o caminho que o clube seguia (cada
vez mais responsabilidade, cada vez menos condições para atingir os fins). Mais
tarde ou mais cedo iria ser ele a vítima de todo o processo e o bode expiatório
de todos os desaires. Tal como Rui Vitória vai ser!
Pelo meio, mais uma bandeira que serviu para
afastar Jesus e que serviu também para me afastar ainda mais de Luís Filipe
Vieira: O Benfica Made in Benfica! Jorge Jesus tinha de apostar na
formação. Mas até aqui Jorge Jesus foi esperto. Percebeu o que também eu
percebi há muito, que isto da formação era propaganda barata. Apostar para quê?
Para ficarem no Benfica muitos anos e crescerem com a equipa? Não. Apostar para
vender ao fim de meia dúzia de jogos que é, em suma, aquilo que se tem feito.
E a isto Jorge Jesus disse, não obrigado. Para
isso aposto nos meus, naqueles em quem confio e que sei que também serão vendidos
assim que cheire a dinheiro mas que ao menos enquanto cá estão me dão mais
garantias e menos dores de crescimento. Roderick foi uma lição!
Foi assim que Bernardo ou Cancelo foram
emprestados com umas clausulas que por lá havia! Culpa do Jesus (que já estava
de saída)? Claro que sim, para os tolos pois claro!
E depois o outro mito caiu. Em Alvalade houve
Gelson a aparecer, houve Semedo a titular, e este ano vê-se Podence e Iuri com
presença assídua na equipa! Tudo com Jorge Jesus! O que mudou? Se calhar um
treinador que sabe a diferença entre apostar em jogadores que sabe que não serão
vendidos ao fim de meia dúzia de jogos, e a outra de apostar num Bernardo Silva
em Agosto com receio de que em Janeiro já esteja na China!
A verdade (a
minha pelo menos) é que SE LFV tem sabido ajudar no futebol (em vez de
desajudar em tantos momentos) e manter Jorge Jesus no Benfica, nos anos
seguintes, em 10 campeonatos ganhávamos 8 no mínimo. Vale o que vale, é a minha
convicção! Não seria tão cedo que os rivais chegariam sequer perto! Mas
deitámos tudo a perder.
O treinador que percebia da poda saiu, o que
chegou percebe pouco, e o Presidente está visto que de bola não percebe nada
mas acha que percebe!
Isto para dizer o
quê! Que perdi a fé neste Presidente enquanto responsável do futebol do Benfica
(sim, é isso que ele acha que é). Perdi a fé há muito tempo, e aqui o escrevi
há muito tempo também. Tudo isto independentemente dos méritos imensos que lhe
reconheço em outros tempos e em outras áreas. Mas do passado vivem os museus!
Estou também
descrente como sempre estive sobre o Benfica Made in Benfica e que as soluções
estão no Seixal. Está mais que visto que no Benfica, do Seixal só ficam os
medíocres! Se o Seixal vai ser a base, Deus nos ajude!
Estou também em TOTAL desacordo com o Presidente
se ele acha que qualquer estratégia empresarial será capaz de sobreviver com um
Benfica perdedor dentro do campo, com adeptos descrentes e bancadas vazias, e
sem receitas de Liga dos Campeões!
O que é a
diminuição de 17 milhões ao passivo, se comparado já hoje com 0 vitórias na
Liga dos Campeões este ano e a uma possível não presença na Liga dos Campeões
do próximo ano? E em que montras vamos valorizar os nossos “medianos”. Quem é
que neste momento no Benfica vale mais do que 10 milhões de euros?!
Sou só eu a perceber o desfecho óbvio desta
política, e que ao contrário de num passado recente, o que custa realmente desta
vez é perceber que não há fantasmas de Vales e Azevedos para culpar, mas apenas
sabotagem vinda de DENTRO do próprio clube?
Em resumo, eu não
estou contra por o Benfica ter uma ou outra derrota que custe mais ou menos a
digerir. Eu estou contra ESTA POLÍTICA que no meu entender levará sempre
inevitavelmente a este desfecho mais cedo cedo ou mais tarde. E continuarei a
ser contra esta política mesmo que o Benfica ganhe este ano (como desejo) porque
não acredito que nenhuma vitória neste contexto possa ser duradoura.
Ganhámos nos últimos dois anos? Ainda bem que sim,
mas não me queiram fazer crer que essa foi uma vitória sustentada na nova
política! Foi uma vitória sustentada na base do que já vinha de trás, e é agora,
quando essa base definha, que se percebe que na hora de renovar há muita pouca
gente com verdadeiro know how para manter a roda a girar e manter o clube numa
senda ganhadora.