campo aberto: O que terá a democracia a ver com telemóveis?

01-06-2020
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Relata o Público de hoje que a votação em sessão de Câmara para se proceder à discussão pública da obra na Av. dos Aliados foi precedida de um telefonema para um vereador socialista. Este, em vez de ter o telemóvel desligado, ausentou-se da sala, permitindo a Rui Rio usar o seu voto de qualidade para impedir que esse debate se realizasse.E, caros amigos, é este o ponto a que chegou a nossa democracia. Por causa de um telemóvel a cidade acabou de perder a possibilidade de ser mais aberta, participativa e culta. Os políticos que, afinal de contas, todos nós elegemos, optaram pela irresponsabilidade, pela superficialidade ou pelo autismo e arrogância.Quando se chega a este ponto de absurdo uma pessoa começa a pensar se algum dia as coisas poderão realmente mudar. Eu acredito que sim, mas só com decisores de outra categoria. Não tenho quaisquer dúvidas: estes não servem. E neste caso não me refiro, naturalmente, apenas à maioria PSD-PP. Como se viu, o PS acabou por ser indirectamente conivente com a situação, talvez com a agravante de o ter feito através de um comportamento tão pouco ortodoxo.É apenas mais uma notícia infeliz no meio de outras tantas infelizes. A conclusão geral que se pode tirar é que por enquanto os portugueses só têm direito à mediocridade. Exigir qualidade e maturidade neste momento é um pouco como pregar aos peixes, como já dizia o Padre António Vieira.Nuno Quental

Relata o Público de hoje que a votação em sessão de Câmara para se proceder à discussão pública da obra na Av. dos Aliados foi precedida de um telefonema para um vereador socialista. Este, em vez de ter o telemóvel desligado, ausentou-se da sala, permitindo a Rui Rio usar o seu voto de qualidade para impedir que esse debate se realizasse.E, caros amigos, é este o ponto a que chegou a nossa democracia. Por causa de um telemóvel a cidade acabou de perder a possibilidade de ser mais aberta, participativa e culta. Os políticos que, afinal de contas, todos nós elegemos, optaram pela irresponsabilidade, pela superficialidade ou pelo autismo e arrogância.Quando se chega a este ponto de absurdo uma pessoa começa a pensar se algum dia as coisas poderão realmente mudar. Eu acredito que sim, mas só com decisores de outra categoria. Não tenho quaisquer dúvidas: estes não servem. E neste caso não me refiro, naturalmente, apenas à maioria PSD-PP. Como se viu, o PS acabou por ser indirectamente conivente com a situação, talvez com a agravante de o ter feito através de um comportamento tão pouco ortodoxo.É apenas mais uma notícia infeliz no meio de outras tantas infelizes. A conclusão geral que se pode tirar é que por enquanto os portugueses só têm direito à mediocridade. Exigir qualidade e maturidade neste momento é um pouco como pregar aos peixes, como já dizia o Padre António Vieira.Nuno Quental

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