Catarina Martins responde a António Costa: BE está disponível para “juntar vontades” num programa de investimento público

05-05-2020
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Depois do tempo de união nacional virá o do debate político e económico - e, à esquerda, começam a aparecer os primeiros sinais disso mesmo. Este sábado, Catarina Martins fez questão de responder a António Costa para deixar clara qual a disponibilidade - e os limites - do Bloco de Esquerda: o partido está pronto para alinhar com o PS num programa de investimento público, mas recusará qualquer receita semelhante à da troika para resolver a crise.

A resposta de Catarina Martins surge depois de a agência Lusa ter publicado uma entrevista ao primeiro-ministro em que Costa diz que ficaria “desiludido” se só pudesse contar com BE e PCP “em tempo de vacas gordas”. Ora, para a coordenadora do Bloco de Esquerda, que respondeu através de um vídeo enviado às redações, há dúvidas de que esse tempo “alguma vez tenha existido” e uma promessa: o Bloco estará disponível para negociar em tempo de crise.

“Este é o momento de aprender com os erros do passado e de não cair nas armadilhas de sempre. É o momento de juntar gente e juntar vontade por um programa que combata o desemprego, que desenvolva o país, de investimento público e Estado Social. O Bloco está disponível para esse debate e essas soluções”, frisa a líder bloquista.

Para o que não está disponível, garante, é para o “perigo do regresso à lógica da austeridade” que vislumbra no discurso da União Europeia (“que flexibiliza agora mas vai exigir cortes no futuro”), de Rui Rio (“repete que o que se gastar agora se vai ter de pagar no futuro”) e até de António Costa, quando fala do “fim do tempo das vacas gordas”. “Em todos estes discursos, a lógica é sempre a da falhada austeridade da troika: quando a economia está mal, o Estado também corta. Esse é um erro tremendo”.

Já em entrevista ao Expresso, publicada na edição semanal desta sexta-feira, a coordenadora do Bloco de Esquerda colocava as cartas na mesa: o PS poderá contar com o Bloco se quiser tentar uma resposta à crise diametralmente oposta à receita de 2008, apostando em políticas contracíclicas; a outra opção será virar-se para o PSD, numa lógica de bloco central. Na mesma entrevista, concedia que este é o tempo de enfrentar a crise sanitária, mas avisava que o Governo não poderá “demorar muito mais” a definir a sua estratégia para a crise económica (e os próximos Orçamentos do Estado).

O Bloco é assim o primeiro partido a puxar para a conversa o xadrez político que se desenhará no pós-pandemia, fazendo saber ao PS com o que pode contar. O PCP já veio assegurar também que não alinhará em soluções austeritárias, faltando saber se alinharia numa solução nos moldes que o BE propõe.

Depois do tempo de união nacional virá o do debate político e económico - e, à esquerda, começam a aparecer os primeiros sinais disso mesmo. Este sábado, Catarina Martins fez questão de responder a António Costa para deixar clara qual a disponibilidade - e os limites - do Bloco de Esquerda: o partido está pronto para alinhar com o PS num programa de investimento público, mas recusará qualquer receita semelhante à da troika para resolver a crise.

A resposta de Catarina Martins surge depois de a agência Lusa ter publicado uma entrevista ao primeiro-ministro em que Costa diz que ficaria “desiludido” se só pudesse contar com BE e PCP “em tempo de vacas gordas”. Ora, para a coordenadora do Bloco de Esquerda, que respondeu através de um vídeo enviado às redações, há dúvidas de que esse tempo “alguma vez tenha existido” e uma promessa: o Bloco estará disponível para negociar em tempo de crise.

“Este é o momento de aprender com os erros do passado e de não cair nas armadilhas de sempre. É o momento de juntar gente e juntar vontade por um programa que combata o desemprego, que desenvolva o país, de investimento público e Estado Social. O Bloco está disponível para esse debate e essas soluções”, frisa a líder bloquista.

Para o que não está disponível, garante, é para o “perigo do regresso à lógica da austeridade” que vislumbra no discurso da União Europeia (“que flexibiliza agora mas vai exigir cortes no futuro”), de Rui Rio (“repete que o que se gastar agora se vai ter de pagar no futuro”) e até de António Costa, quando fala do “fim do tempo das vacas gordas”. “Em todos estes discursos, a lógica é sempre a da falhada austeridade da troika: quando a economia está mal, o Estado também corta. Esse é um erro tremendo”.

Já em entrevista ao Expresso, publicada na edição semanal desta sexta-feira, a coordenadora do Bloco de Esquerda colocava as cartas na mesa: o PS poderá contar com o Bloco se quiser tentar uma resposta à crise diametralmente oposta à receita de 2008, apostando em políticas contracíclicas; a outra opção será virar-se para o PSD, numa lógica de bloco central. Na mesma entrevista, concedia que este é o tempo de enfrentar a crise sanitária, mas avisava que o Governo não poderá “demorar muito mais” a definir a sua estratégia para a crise económica (e os próximos Orçamentos do Estado).

O Bloco é assim o primeiro partido a puxar para a conversa o xadrez político que se desenhará no pós-pandemia, fazendo saber ao PS com o que pode contar. O PCP já veio assegurar também que não alinhará em soluções austeritárias, faltando saber se alinharia numa solução nos moldes que o BE propõe.

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