Novo Banco rejeita ser usado em “manobras político-mediáticas” e deixa desafio a deputados

01-06-2020
marcar artigo

Um dia depois de o Novo Banco ter sido o tema central no debate quinzenal, com dúvidas levantadas sobre os seus "calotes", feitas pro exemplo pelo presidente do PSD, a administração liderada por António Ramalho veio ao terreno para se defender. Após dias de silêncio, um comunicado vem sublinhar que o banco recusa ser arma de arremesso político.

“O conselho de administração do Novo Banco não aceita e lamenta profundamente que o bom nome da instituição continue a ser usado como arma de arremesso político e/ou manobras político-mediáticas”, aponta o comunicado enviado às redações esta quinta-feira, 21 de maio.

Há semanas que os debates parlamentares com membros do Governo têm o Novo Banco como um dos temas principais, sendo que o desta quarta-feira foi praticamente centrado no banco, desde a injeção de 850 milhões feita no início do mês até à atribuição de bónus, e ainda também à forma como o banco tem sido gerido.

Rui Rio, presidente do PSD, questionou mesmo a forma como estão a ser feitas as vendas de créditos e imóveis no banco. “Sabe o senhor primeiro-ministro se as vendas tem sido feitas por via normal ou por jurisdição offshore?”."Aqueles a quem se estão a vender tem uma ligação direta ou indireta ao acionista?”, questinou Rio a António Costa.

Já o primeiro-ministro admitiu, em resposta a Catarina Martins, que se se provar má gestão no banco, os dinheiros estatais injetados podem vir a ser recuperados.

Banco "mais escrutinado"

No comunicado intitulado “Novo Banco rejeita ser usado em manobras político-mediáticas”, o banco repete aquilo que António Ramalho tem defendido várias vezes: o banco “é seguramente uma das entidades bancárias mais escrutinadas, tanto a nível nacional como a nível europeu, fruto, aliás, do processo que lhe deu origem”.

Palavras ditas depois da polémica em que António Costa (e a oposição) e Marcelo Rebelo de Sousa disseram que o Estado só devia ter emprestado 850 milhões de euros ao Fundo de Resolução, para colocar no Novo Banco, após conhecidas as conclusões da auditoria aos atos de gestão que está a ser cargo da Deloitte, algo que não aconteceu (nem estava previsto no acordo assinado em 2017 que prevê as ajudas do Estado ao banco). A transferência foi feita e, agora, terá de ser feita até uma nova auditoria, segundo a lei da transparência da banca.

Neste ponto, o banco está alinhado com Mário Centeno e com o primeiro-ministro, que sublinham que há cinco níveis de análise antes dos empréstimos estatais serem concretizados.

Desafio para deputados fazerem tudo

“Se, apesar de tudo, subsistem dúvidas sobre a criação e a forma como é gerido o Novo Banco, como transpareceu, uma vez mais, do debate parlamentar de ontem à tarde, os senhores deputados devem procurar, através de todas as iniciativas, e sublinhamos todas as iniciativas que estão nas suas atribuições, apurar tudo o que quiserem”, continua o documento.

António Ramalho e a sua equipa – que não respondem às polémicas das transferências nem da atribuição dos prémios – deixam assim um desafio para que os deputados possam fazer uso das suas funções para escrutinar o banco. Aliás, ainda no ano passado, antes das eleições, se falou na possibilidade de uma comissão de inquérito ao Novo Banco, que acabou por não se concretizar.

“O Novo Banco está disponível para tudo esclarecer. Mas não pode continuar a assistir a constantes manobras que só prejudicam a sua atividade, perturbam o esforço de recuperação duramente realizado por milhares de colaboradores do Banco, que diariamente servem centenas de milhares de clientes, e esquecem a importância do Novo Banco para a economia do país que ficou bem evidenciada, sobretudo nesta hora de maior dificuldade para as empresas e famílias portuguesas”, conclui a instituição financeira, parecendo referir que foi a entidade que, na primeira linha de financiamento com garantia estatal para empresas, foi a que mais emprestou a empresas.

O banco herdeiro do BES tem estado no centro de política após a referida polémica transferência do Estado, bem como pela atribuição de um prémio de 2 milhões de euros à gestão pelo desempenho em 2019 que, embora só seja pago em 2022, levantou dúvidas ao acionista minoritário, o Fundo de Resolução.

Um dia depois de o Novo Banco ter sido o tema central no debate quinzenal, com dúvidas levantadas sobre os seus "calotes", feitas pro exemplo pelo presidente do PSD, a administração liderada por António Ramalho veio ao terreno para se defender. Após dias de silêncio, um comunicado vem sublinhar que o banco recusa ser arma de arremesso político.

“O conselho de administração do Novo Banco não aceita e lamenta profundamente que o bom nome da instituição continue a ser usado como arma de arremesso político e/ou manobras político-mediáticas”, aponta o comunicado enviado às redações esta quinta-feira, 21 de maio.

Há semanas que os debates parlamentares com membros do Governo têm o Novo Banco como um dos temas principais, sendo que o desta quarta-feira foi praticamente centrado no banco, desde a injeção de 850 milhões feita no início do mês até à atribuição de bónus, e ainda também à forma como o banco tem sido gerido.

Rui Rio, presidente do PSD, questionou mesmo a forma como estão a ser feitas as vendas de créditos e imóveis no banco. “Sabe o senhor primeiro-ministro se as vendas tem sido feitas por via normal ou por jurisdição offshore?”."Aqueles a quem se estão a vender tem uma ligação direta ou indireta ao acionista?”, questinou Rio a António Costa.

Já o primeiro-ministro admitiu, em resposta a Catarina Martins, que se se provar má gestão no banco, os dinheiros estatais injetados podem vir a ser recuperados.

Banco "mais escrutinado"

No comunicado intitulado “Novo Banco rejeita ser usado em manobras político-mediáticas”, o banco repete aquilo que António Ramalho tem defendido várias vezes: o banco “é seguramente uma das entidades bancárias mais escrutinadas, tanto a nível nacional como a nível europeu, fruto, aliás, do processo que lhe deu origem”.

Palavras ditas depois da polémica em que António Costa (e a oposição) e Marcelo Rebelo de Sousa disseram que o Estado só devia ter emprestado 850 milhões de euros ao Fundo de Resolução, para colocar no Novo Banco, após conhecidas as conclusões da auditoria aos atos de gestão que está a ser cargo da Deloitte, algo que não aconteceu (nem estava previsto no acordo assinado em 2017 que prevê as ajudas do Estado ao banco). A transferência foi feita e, agora, terá de ser feita até uma nova auditoria, segundo a lei da transparência da banca.

Neste ponto, o banco está alinhado com Mário Centeno e com o primeiro-ministro, que sublinham que há cinco níveis de análise antes dos empréstimos estatais serem concretizados.

Desafio para deputados fazerem tudo

“Se, apesar de tudo, subsistem dúvidas sobre a criação e a forma como é gerido o Novo Banco, como transpareceu, uma vez mais, do debate parlamentar de ontem à tarde, os senhores deputados devem procurar, através de todas as iniciativas, e sublinhamos todas as iniciativas que estão nas suas atribuições, apurar tudo o que quiserem”, continua o documento.

António Ramalho e a sua equipa – que não respondem às polémicas das transferências nem da atribuição dos prémios – deixam assim um desafio para que os deputados possam fazer uso das suas funções para escrutinar o banco. Aliás, ainda no ano passado, antes das eleições, se falou na possibilidade de uma comissão de inquérito ao Novo Banco, que acabou por não se concretizar.

“O Novo Banco está disponível para tudo esclarecer. Mas não pode continuar a assistir a constantes manobras que só prejudicam a sua atividade, perturbam o esforço de recuperação duramente realizado por milhares de colaboradores do Banco, que diariamente servem centenas de milhares de clientes, e esquecem a importância do Novo Banco para a economia do país que ficou bem evidenciada, sobretudo nesta hora de maior dificuldade para as empresas e famílias portuguesas”, conclui a instituição financeira, parecendo referir que foi a entidade que, na primeira linha de financiamento com garantia estatal para empresas, foi a que mais emprestou a empresas.

O banco herdeiro do BES tem estado no centro de política após a referida polémica transferência do Estado, bem como pela atribuição de um prémio de 2 milhões de euros à gestão pelo desempenho em 2019 que, embora só seja pago em 2022, levantou dúvidas ao acionista minoritário, o Fundo de Resolução.

marcar artigo