Rio vs Marcelo. Cartas e intrigas numa relação pouco harmoniosa

13-09-2020
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Farto da intriga”, dizia a carta, soube-se depois pelos jornais. Rui Rio entrou na sede do PSD numa manhã de junho de 1997, subiu ao primeiro andar da São Caetano e deixou o envelope dramático em cima da secretária do líder. Na mesma manhã, Marcelo Rebelo de Sousa — então presidente do PSD — dava mais uma conferência de imprensa, quando lhe passaram um bilhete a dizer que estivesse preparado para as perguntas dos jornalistas: o secretário-geral tinha-se demitido...

Quando respondeu, Marcelo fê-lo como se ainda não tivesse lido: “Não sabia minimamente. É uma pena, mas a vida continua. A única coisa que permanece entre congressos é a liderança.” Ironizou, desvalorizou, mostrou autoridade e partiu para outra. Nessa tarde, anunciava um novo secretário-geral: Carlos Horta e Costa. O desenlace não era surpreendente. Rui Rio batia com a porta seis meses depois do seu amigo José Pacheco Pereira (então líder da distrital de Lisboa) se ter demitido de vice-presidente da direção marcelista. Na ressaca de mais uma convulsão — o PSD estava sempre a pegar fogo —, Pacheco Pereira reagia assim: “Infelizmente, quanto à intriga de que Rui Rio se diz vítima, conheço-a muito bem e não constitui novidade nenhuma.”

Farto da intriga”, dizia a carta, soube-se depois pelos jornais. Rui Rio entrou na sede do PSD numa manhã de junho de 1997, subiu ao primeiro andar da São Caetano e deixou o envelope dramático em cima da secretária do líder. Na mesma manhã, Marcelo Rebelo de Sousa — então presidente do PSD — dava mais uma conferência de imprensa, quando lhe passaram um bilhete a dizer que estivesse preparado para as perguntas dos jornalistas: o secretário-geral tinha-se demitido...

Quando respondeu, Marcelo fê-lo como se ainda não tivesse lido: “Não sabia minimamente. É uma pena, mas a vida continua. A única coisa que permanece entre congressos é a liderança.” Ironizou, desvalorizou, mostrou autoridade e partiu para outra. Nessa tarde, anunciava um novo secretário-geral: Carlos Horta e Costa. O desenlace não era surpreendente. Rui Rio batia com a porta seis meses depois do seu amigo José Pacheco Pereira (então líder da distrital de Lisboa) se ter demitido de vice-presidente da direção marcelista. Na ressaca de mais uma convulsão — o PSD estava sempre a pegar fogo —, Pacheco Pereira reagia assim: “Infelizmente, quanto à intriga de que Rui Rio se diz vítima, conheço-a muito bem e não constitui novidade nenhuma.”

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