PSD. Apoiantes de Pinto Luz criticam Luís Montenegro: "Cheira a troika"

26-10-2019
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Já na terça-feira o antigo secretário de Estado do Ambiente, José Eduardo Martins, tinha arrasado aquela que tem sido a estratégia de Luís Montenegro. Desde logo, em entrevista à TSF, começou por criticar o legado (de Passos Coelho) que Montenegro quer proteger: “O insucesso eleitoral do PSD, vamos ser justos, não começa com Rui Rio“.

Sobre o antigo líder parlamentar, José Eduardo Martins critica as movimentações de janeiro de 2019: “[Foi] uma tentativa de golpe tão fraquinho, tão fraquinho, que morreu numa semana, e só lhe deu mais força [a Rui Rio] para fazer o último ano de mandato com toda a liberdade.” Mas, aí, o objetivo até foi mais criticar Rio e demonstrar que teve todas as condições para liderar. No entanto, quando lhe perguntaram se apoiaria Luís Montenegro caso Pinto Luz não passasse à segunda volta, José Eduardo Martins deixou claro que não dará o seu voto ao antigo líder parlamentar: “Na eventualidade de Miguel Pinto Luz ficar em terceiro, abstenho-me de fazer muito mais escolhas. Também não é preciso sempre fazer escolhas“.

Já quando anunciou o apoio a Miguel Pinto Luz, o antigo secretário-geral do PSD no tempo de Passos Coelho, José Matos Rosa, visou indiretamente Luís Montenegro (ao mesmo tempo que visava Rui Rio). Num artigo que escreveu no Público — publicado no dia a seguir ao antigo presidente da bancada anunciar a candidatura — Matos Rosa defendeu que “o futuro exige novos protagonistas e Miguel Pinto Luz traz essa renovação”. E que, por isso, “o PSD deve posicionar-se já neste cenário, de olhos postos no futuro”. Ou seja: apostar já as fichas em Pinto Luz.

Na segunda volta 1+1 será mais do que 1?

Dos três candidatos até agora anunciados (Miguel Pinto Luz, Luís Montenegro e Rui Rio), o vice-presidente da câmara de Cascais é o menos conhecido entre os militantes do PSD. Na linha de partida, os candidatos mais fortes (com mais aparelho, mais mediáticos) são Montenegro e Rio, o que significa que — numa lógica de casa de apostas — Miguel Pinto Luz parte como o menos favorito e mais candidato ao terceiro lugar. A própria candidatura parece dizer no slogan que Pinto Luz pode não chegar já a líder, mas trabalha para chegar lá mais tarde: “O futuro diz presente”, é o slogan escolhido.

O próprio José Eduardo Martins, na mesma entrevista à TSF, admitiu que a falta de notoriedade de Pinto Luz torna mais difícil que chegue a presidente do PSD nestas diretas de 2020. O antigo governante disse mesmo que “Miguel Pinto Luz não tem ainda a notoriedade suficiente para, à primeira vez, o conseguir fazer [ganhar as eleições]. Mas tudo se constrói”. Se houver bipolarização, Pinto Luz pode ter a sua candidatura debilitada.

Apesar de, em teoria, não ter condições para ganhar, Pinto Luz pode vir a ser decisivo, já que — num cenário de segunda volta — o somatório do terceiro classificado com o segundo será sempre superior a 50% e, portanto, superior ao resultado obtido pelo candidato que ganhar a primeira volta.

Quando houve apenas dois candidatos, como o foi o caso de Rio e Santana, não há o risco de segunda volta porque o vencedor tem sempre a maioria expressa dos votos. Mas agora há três candidatos anunciados. Os estatutos do PSD dizem claramente que “o presidente da Comissão Política Nacional é o candidato que tenha obtido a maioria absoluta dos votos validamente expressos”. E, caso não se verifique “esta condição”, há então “lugar a uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados que se realizará no prazo máximo de dez dias a contar do dia seguinte ao primeiro sufrágio, mantendo-se os mesmos cadernos eleitorais”.

Pode, por isso, dar-se o caso de um candidato ganhar à primeira volta, mas haver uma união entre os apoiantes do segundo e terceiro classificados para o superarem à segunda volta. Resta saber se não se abrem feridas incuráveis durante a fase de campanha eleitoral. Também pode dar-se o caso do vencedor das eleições (seja ele quem for) conseguir reforçar o resultado que obteve na primeira volta à segunda, mesmo que os dois outros candidatos se unam contra si.

Já na terça-feira o antigo secretário de Estado do Ambiente, José Eduardo Martins, tinha arrasado aquela que tem sido a estratégia de Luís Montenegro. Desde logo, em entrevista à TSF, começou por criticar o legado (de Passos Coelho) que Montenegro quer proteger: “O insucesso eleitoral do PSD, vamos ser justos, não começa com Rui Rio“.

Sobre o antigo líder parlamentar, José Eduardo Martins critica as movimentações de janeiro de 2019: “[Foi] uma tentativa de golpe tão fraquinho, tão fraquinho, que morreu numa semana, e só lhe deu mais força [a Rui Rio] para fazer o último ano de mandato com toda a liberdade.” Mas, aí, o objetivo até foi mais criticar Rio e demonstrar que teve todas as condições para liderar. No entanto, quando lhe perguntaram se apoiaria Luís Montenegro caso Pinto Luz não passasse à segunda volta, José Eduardo Martins deixou claro que não dará o seu voto ao antigo líder parlamentar: “Na eventualidade de Miguel Pinto Luz ficar em terceiro, abstenho-me de fazer muito mais escolhas. Também não é preciso sempre fazer escolhas“.

Já quando anunciou o apoio a Miguel Pinto Luz, o antigo secretário-geral do PSD no tempo de Passos Coelho, José Matos Rosa, visou indiretamente Luís Montenegro (ao mesmo tempo que visava Rui Rio). Num artigo que escreveu no Público — publicado no dia a seguir ao antigo presidente da bancada anunciar a candidatura — Matos Rosa defendeu que “o futuro exige novos protagonistas e Miguel Pinto Luz traz essa renovação”. E que, por isso, “o PSD deve posicionar-se já neste cenário, de olhos postos no futuro”. Ou seja: apostar já as fichas em Pinto Luz.

Na segunda volta 1+1 será mais do que 1?

Dos três candidatos até agora anunciados (Miguel Pinto Luz, Luís Montenegro e Rui Rio), o vice-presidente da câmara de Cascais é o menos conhecido entre os militantes do PSD. Na linha de partida, os candidatos mais fortes (com mais aparelho, mais mediáticos) são Montenegro e Rio, o que significa que — numa lógica de casa de apostas — Miguel Pinto Luz parte como o menos favorito e mais candidato ao terceiro lugar. A própria candidatura parece dizer no slogan que Pinto Luz pode não chegar já a líder, mas trabalha para chegar lá mais tarde: “O futuro diz presente”, é o slogan escolhido.

O próprio José Eduardo Martins, na mesma entrevista à TSF, admitiu que a falta de notoriedade de Pinto Luz torna mais difícil que chegue a presidente do PSD nestas diretas de 2020. O antigo governante disse mesmo que “Miguel Pinto Luz não tem ainda a notoriedade suficiente para, à primeira vez, o conseguir fazer [ganhar as eleições]. Mas tudo se constrói”. Se houver bipolarização, Pinto Luz pode ter a sua candidatura debilitada.

Apesar de, em teoria, não ter condições para ganhar, Pinto Luz pode vir a ser decisivo, já que — num cenário de segunda volta — o somatório do terceiro classificado com o segundo será sempre superior a 50% e, portanto, superior ao resultado obtido pelo candidato que ganhar a primeira volta.

Quando houve apenas dois candidatos, como o foi o caso de Rio e Santana, não há o risco de segunda volta porque o vencedor tem sempre a maioria expressa dos votos. Mas agora há três candidatos anunciados. Os estatutos do PSD dizem claramente que “o presidente da Comissão Política Nacional é o candidato que tenha obtido a maioria absoluta dos votos validamente expressos”. E, caso não se verifique “esta condição”, há então “lugar a uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados que se realizará no prazo máximo de dez dias a contar do dia seguinte ao primeiro sufrágio, mantendo-se os mesmos cadernos eleitorais”.

Pode, por isso, dar-se o caso de um candidato ganhar à primeira volta, mas haver uma união entre os apoiantes do segundo e terceiro classificados para o superarem à segunda volta. Resta saber se não se abrem feridas incuráveis durante a fase de campanha eleitoral. Também pode dar-se o caso do vencedor das eleições (seja ele quem for) conseguir reforçar o resultado que obteve na primeira volta à segunda, mesmo que os dois outros candidatos se unam contra si.

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