PS não larga Rio: “Calunia quem não é sequer suspeito”, acusa César

04-07-2020
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O momento:

Este sábado de campanha socialista ficou marcado pelos momentos em que o secretário-geral do PS esteve ausente - as duas ações de campanha de rua, para contacto direto com os eleitores, em Braga e Celorico de Basto, realizaram-se sem António Costa, que recolheu às boxes com “dores musculares nas costas”. O dia de campanha de Costa limitou-se a um almoço e um comício.

A frase do dia:

"Podemos ir à frente com mais ou menos, mas o que conta mesmo são os votinhos com a cruz posta à frente do símbolo da mãozinha no próximo domingo"

António Costa, secretário-geral do PS

O personagem:

Joaquim Barreto, o polémico líder da distrital de Braga (foi uma das distritais cuja lista de candidatos foi decidida pela direção Nacional do PS), esmerou-se no dia de receber António Costa. Apresentou no almoço de Famalicão uma lista de 28 mandatários distritais para todo o tipo de eleitorado e setor de atividade, dos pescadores aos pastores, passando pelos mandatários para o vinho verde, cuidados de saúde primários ou modo de vida saudável... Uma iniciativa “única”, como frisou o líder distrital e candidato a deputado, que assim encheu o palco e divertiu a sala.

A fotografia:

tiago miranda

Pela segunda noite consecutiva, Rui Rio foi o alvo preferencial de um comício do PS. Não no discurso de António Costa, que do alto do palanque não se mete nessas zaragatas, mas de um dos oradores que o precedem. Este sábado, em Guimarães, foi nada menos que Carlos César, o presidente o PS, o porta-voz escolhido para malhar no líder da oposição.

Mais uma vez, o pretexto para Rui Rio ser um dos assuntos da noite socialista foi a forma como o presidente do PSD pegou na acusação de Tancos para atingir António Costa. Depois de um interlúdio em que recapitulou a obra feita pelo Governo, “graças à estabilidade destes quatro anos e à capacidade de liderança de António Costa”, e passou em revista algumas das propostas em nome das quais o PS pede uma “maioria de valor reforçado que permita continuar o percurso que temos feito”, César passou ao prato principal da noite.

[Reforce-se, porém, a nova formulação usada para dizer maioria absoluta sem pronunciar essas palavras: “maioria de valor reforçado”]

“É uma pessoa assim que quer ser primeiro-ministro!...”

César apontou o dedo aos que “procuram e pedem confiança dos portugueses [e] deviam estar a falar” das suas propostas, mas “não querem saber disso”. E não fez mistério: estava mesmo a pensar no PSD e em Rui Rio. Para esses lados, disse, “a desorientação é muito grande”, pois o PSD só recebe más notícias: o desemprego que continua a cair, a economia a subr, e o prestígio do país que continua a crescer, segundo César, graças ao PS e a Costa.

“É por isso que Rui Rio fala de tudo, mas fala cada vez menos do que interessa à vida real dos portugueses”, disparou o presidnete do PS, acusando o social-democrata de “dizer num dia uma coisa e noutro dia o seu contrário”.

Exemplo? O óbvio: num dia Rio não quer julgamentos na praça pública, noutro dia quer transformar a comissão permanente do Parlamento num tribunal, e “sentencia quem ainda nem sequer foi julgado e calunia quem não é sequer suspeito nem acusado”, censurou o ainda líder parlamentar socialista. “E é uma pessoa assim que quer ser primeiro-ministro!...”

A principal missão de César estava cumprida - bater em Rio e, propositadamente, ignorar Assunção Cristas, apesar do esforço que a líder do CDS tem feito para agarrar também o caso de Tancos.

O presidente do PS ainda juntou à arenga elogios vários a Costa: com a sua “paciência” e “capacidade de mobilizar vontades”, mas também com a sua “firmeza”, é o “fiel da balança” entre “a imponderação e a realidade”.

César ainda deu uma deixa para o discurso de Costa, a seguir. O mote da campanha socialista é a necessidade de estabilidade, e no comício de Guimarães César defendeu “um Governo para quatro anos forte para resistir a eventuais crises externas”.

Costa 2019 repete Passos&Portas 2015

António Costa pegou na deixa logo depois, para enumerar os fatores que podem provocar essas crises: o Brexit e o conflito comercial entre os Estados Unidos e a China. Mas não ficaram por aí as razões elencadas por Costa para que haja “um governo forte do PS” - vem aí a fase decisiva da negociação do próximo pacote de fundos europeus, e no primeiro semestre de 2021 Portugal preside à UE.

E, claro, impedir o regresso ao poder da direita: “Isto não é uma corrida de cem metros. O que começámos tem de ter continuidade, não pode ser posto em causa, não pode andar para trás.”

Os discursos de António Costa têm terminado sempre com um veemente apelo ao voto, e o desta noite, no Largo Donães, foi particularmente dramático. “Pensem bem se vale a pena pôr em risco o que já foi alcançado” - o mesmo aviso, nem mais nem menos, que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas faziam todas as noites na campanha de 2015...

O momento:

Este sábado de campanha socialista ficou marcado pelos momentos em que o secretário-geral do PS esteve ausente - as duas ações de campanha de rua, para contacto direto com os eleitores, em Braga e Celorico de Basto, realizaram-se sem António Costa, que recolheu às boxes com “dores musculares nas costas”. O dia de campanha de Costa limitou-se a um almoço e um comício.

A frase do dia:

"Podemos ir à frente com mais ou menos, mas o que conta mesmo são os votinhos com a cruz posta à frente do símbolo da mãozinha no próximo domingo"

António Costa, secretário-geral do PS

O personagem:

Joaquim Barreto, o polémico líder da distrital de Braga (foi uma das distritais cuja lista de candidatos foi decidida pela direção Nacional do PS), esmerou-se no dia de receber António Costa. Apresentou no almoço de Famalicão uma lista de 28 mandatários distritais para todo o tipo de eleitorado e setor de atividade, dos pescadores aos pastores, passando pelos mandatários para o vinho verde, cuidados de saúde primários ou modo de vida saudável... Uma iniciativa “única”, como frisou o líder distrital e candidato a deputado, que assim encheu o palco e divertiu a sala.

A fotografia:

tiago miranda

Pela segunda noite consecutiva, Rui Rio foi o alvo preferencial de um comício do PS. Não no discurso de António Costa, que do alto do palanque não se mete nessas zaragatas, mas de um dos oradores que o precedem. Este sábado, em Guimarães, foi nada menos que Carlos César, o presidente o PS, o porta-voz escolhido para malhar no líder da oposição.

Mais uma vez, o pretexto para Rui Rio ser um dos assuntos da noite socialista foi a forma como o presidente do PSD pegou na acusação de Tancos para atingir António Costa. Depois de um interlúdio em que recapitulou a obra feita pelo Governo, “graças à estabilidade destes quatro anos e à capacidade de liderança de António Costa”, e passou em revista algumas das propostas em nome das quais o PS pede uma “maioria de valor reforçado que permita continuar o percurso que temos feito”, César passou ao prato principal da noite.

[Reforce-se, porém, a nova formulação usada para dizer maioria absoluta sem pronunciar essas palavras: “maioria de valor reforçado”]

“É uma pessoa assim que quer ser primeiro-ministro!...”

César apontou o dedo aos que “procuram e pedem confiança dos portugueses [e] deviam estar a falar” das suas propostas, mas “não querem saber disso”. E não fez mistério: estava mesmo a pensar no PSD e em Rui Rio. Para esses lados, disse, “a desorientação é muito grande”, pois o PSD só recebe más notícias: o desemprego que continua a cair, a economia a subr, e o prestígio do país que continua a crescer, segundo César, graças ao PS e a Costa.

“É por isso que Rui Rio fala de tudo, mas fala cada vez menos do que interessa à vida real dos portugueses”, disparou o presidnete do PS, acusando o social-democrata de “dizer num dia uma coisa e noutro dia o seu contrário”.

Exemplo? O óbvio: num dia Rio não quer julgamentos na praça pública, noutro dia quer transformar a comissão permanente do Parlamento num tribunal, e “sentencia quem ainda nem sequer foi julgado e calunia quem não é sequer suspeito nem acusado”, censurou o ainda líder parlamentar socialista. “E é uma pessoa assim que quer ser primeiro-ministro!...”

A principal missão de César estava cumprida - bater em Rio e, propositadamente, ignorar Assunção Cristas, apesar do esforço que a líder do CDS tem feito para agarrar também o caso de Tancos.

O presidente do PS ainda juntou à arenga elogios vários a Costa: com a sua “paciência” e “capacidade de mobilizar vontades”, mas também com a sua “firmeza”, é o “fiel da balança” entre “a imponderação e a realidade”.

César ainda deu uma deixa para o discurso de Costa, a seguir. O mote da campanha socialista é a necessidade de estabilidade, e no comício de Guimarães César defendeu “um Governo para quatro anos forte para resistir a eventuais crises externas”.

Costa 2019 repete Passos&Portas 2015

António Costa pegou na deixa logo depois, para enumerar os fatores que podem provocar essas crises: o Brexit e o conflito comercial entre os Estados Unidos e a China. Mas não ficaram por aí as razões elencadas por Costa para que haja “um governo forte do PS” - vem aí a fase decisiva da negociação do próximo pacote de fundos europeus, e no primeiro semestre de 2021 Portugal preside à UE.

E, claro, impedir o regresso ao poder da direita: “Isto não é uma corrida de cem metros. O que começámos tem de ter continuidade, não pode ser posto em causa, não pode andar para trás.”

Os discursos de António Costa têm terminado sempre com um veemente apelo ao voto, e o desta noite, no Largo Donães, foi particularmente dramático. “Pensem bem se vale a pena pôr em risco o que já foi alcançado” - o mesmo aviso, nem mais nem menos, que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas faziam todas as noites na campanha de 2015...

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