Sondagem: Rui Rio prepara-se para terceiro mandato

04-12-2019
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O presidente da Câmara Municipal do Porto pode obter entre 45,9% e 50,1% dos votos, o que lhe permitiria ser eleito para um terceiro e último mandato (a lei de limitação dos mandatos impede que se candidate novamente em 2013). A antiga ministra do Ambiente de António Guterres e actual eurodeputada do Partido Socialista parece, a confirmar-se o resultado da sondagem, ter sido uma aposta falhada dos socialistas para a segunda cidade do País. Depois de Fernando Gomes e Francisco Assis, também Elisa Ferreira se prepara para uma derrota frente a Rui Rio.

Clique para aceder ao índice do Dossiê Portugal 2009

A CDU, com Rui Sá, e o Bloco de Esquerda, com João Teixeira Lopes, podem chegar à vereação portuense.

Ambiente e habitação dominam campanha

"Acho que não trouxe a chave de parafusos" - a inesperada resposta veio de Rui Rio, durante uma visita ao bairro de Fernão Magalhães. Quem a ouviu foi uma moradora que chamara o candidato da coligação PSD/CDS à Câmara do Porto para ele ir ver uma persiana que lhe tinha caído.

"Estas situações de casas deterioradas são cada vez menos", diz Rio, para auto-elogiar o esforço e o investimento de ¤130 milhões, que afirma ter feito nos dois mandatos para recuperar a habitação social. E aproveita para referir que o terceiro mandato será para terminar a tarefa de reabilitar os bairros a que não conseguiu acudir.

Quem não se conforma com a satisfação do presidente da Câmara do Porto é Rui Sá, candidato da CDU, que promete mais habitação camarária e não permitir que as casas sociais fiquem abandonadas mais de três meses. "Ainda há muito para fazer", diz o candidato, que contou 120 visitas aos bairros no seu último mandato como vereador.

Rui Rio ouve com atenção Rui Sá nesta matéria (e noutras, confidenciando que é o único adversário que conhece bem muitos dos dossiês da cidade). Mas no BE e no PS esta sintonia não é muito bem vista e o candidato bloquista, Teixeira Lopes, não perde ocasião para denunciar esses entendimentos (que já antes permitiram que Rui Sá fosse vereador num executivo de Rio).

Sobre habitação, BE e PS apostam em propostas fortes para o Porto. Teixeira Lopes foi buscar a ideia do seu partido para criar um banco de arrendamento e insurge-se contra o que chama de papel de "centrifugador social" de Rio: "Ao não construir uma única habitação de iniciativa pública nos oito anos de mandato, a Câmara 'ofereceu' às imobiliárias um monopólio quanto à oferta de habitação".

Bloquistas e socialistas estão preocupados com a fuga de população jovem da cidade. Elisa Ferreira, a candidata independente pelo PS, estudou um plano de casas de baixo custo, envolvendo cooperativas de habitação. E esta é apenas uma das 183 medidas que apresenta para combater a perda de importância da cidade.

Elisa detectou muitos problemas herdados da gestão de Rui Rio e não se cansa de dizer que nada justifica o estado a que a cidade chegou. Mas a candidata nem sempre tem o partido que a escolheu ao seu lado, para fazer ouvir as críticas. A concelhia socialista de Orlando Soares Gaspar não gostou da equipa que Elisa leva consigo e José Sócrates teve de ir ao Porto dar um murro na mesa e repetir que o PS tinha uma candidata para apoiar incondicionalmente.

As dificuldades de Elisa começaram logo quando acumulou a corrida à Câmara com a sua eleição para o Parlamento Europeu, com Rio a responder com um cartaz inicial que dizia que tinha "os dois pés no Porto" e, agora, um outro que diz que está a 100% no Porto.

Mas neste campo, marcam pontos os outros concorrentes: Teixeira Lopes, João Pinto (PCTP-MRPP) e Rui Sá. O comunista é o único que diz no seu cartaz que é candidato a presidente da Câmara, mas garante que, como de outras vezes, fica como vereador, se perder. E Teixeira Lopes e João Pinto já criticaram o facto de Rio e Elisa não serem capazes de fazer igual promessa.

Ou seja, se derrotados, o candidato da coligação de direita e a do PS não ficam para ver a solução para o bairro do Aleixo. Rio promete demolir este verdadeiro antro de droga a seguir às eleições, e Elisa afirma que o quer reabilitar. "Mal estamos se tivermos que demolir um bairro sempre que ele tiver problemas sérios", diz Elisa. Certo é que ninguém verá Rui Rio a fazer campanha no Aleixo. "Isso seria provocar as pessoas. Não faço esse tipo de campanha".

Outro dos temas centrais desta eleição é a construção em terrenos do parque da cidade, que Rio prometeu evitar (depois do autarca socialista Nuno Cardoso os ter vendido a particulares) - uma decisão que agora o obriga a ceder terrenos no valor de €43 milhões (ou a perder 169 milhões, como contrapõe a candidata socialista).

Estudo de Opinião efectuado pela Eurosondagem, S.A. para o Expresso, SIC e Rádio Renascença. Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores seleccionados e supervisionados. Estudo realizado nos dias 28, 29 e 30 de Setembro. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente no concelho do Porto e habitando em lares com telefone da rede fixa. Foram efectuadas 869 tentativas de entrevistas e, destas, 133 (15,3%) não aceitaram colaborar no Estudo de Opinião. Foram validadas 736 entrevistas, correspondendo a 84,7% das tentativas realizadas. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo. Desta forma aleatória resultou, em termos de sexo (feminino - 51,0%; masculino - 49,0%) e no que concerne à faixa etária (dos 18 aos 30 anos - 17,0%; dos 31 aos 59 - 55,6%; com 60 anos ou mais - 27,4%), um total de 736 entrevistas validadas. O erro máximo da amostra é de 3,61%, para um grau de probabilidade de 95,0%.

Um exemplar deste Estudo de Opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

O presidente da Câmara Municipal do Porto pode obter entre 45,9% e 50,1% dos votos, o que lhe permitiria ser eleito para um terceiro e último mandato (a lei de limitação dos mandatos impede que se candidate novamente em 2013). A antiga ministra do Ambiente de António Guterres e actual eurodeputada do Partido Socialista parece, a confirmar-se o resultado da sondagem, ter sido uma aposta falhada dos socialistas para a segunda cidade do País. Depois de Fernando Gomes e Francisco Assis, também Elisa Ferreira se prepara para uma derrota frente a Rui Rio.

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A CDU, com Rui Sá, e o Bloco de Esquerda, com João Teixeira Lopes, podem chegar à vereação portuense.

Ambiente e habitação dominam campanha

"Acho que não trouxe a chave de parafusos" - a inesperada resposta veio de Rui Rio, durante uma visita ao bairro de Fernão Magalhães. Quem a ouviu foi uma moradora que chamara o candidato da coligação PSD/CDS à Câmara do Porto para ele ir ver uma persiana que lhe tinha caído.

"Estas situações de casas deterioradas são cada vez menos", diz Rio, para auto-elogiar o esforço e o investimento de ¤130 milhões, que afirma ter feito nos dois mandatos para recuperar a habitação social. E aproveita para referir que o terceiro mandato será para terminar a tarefa de reabilitar os bairros a que não conseguiu acudir.

Quem não se conforma com a satisfação do presidente da Câmara do Porto é Rui Sá, candidato da CDU, que promete mais habitação camarária e não permitir que as casas sociais fiquem abandonadas mais de três meses. "Ainda há muito para fazer", diz o candidato, que contou 120 visitas aos bairros no seu último mandato como vereador.

Rui Rio ouve com atenção Rui Sá nesta matéria (e noutras, confidenciando que é o único adversário que conhece bem muitos dos dossiês da cidade). Mas no BE e no PS esta sintonia não é muito bem vista e o candidato bloquista, Teixeira Lopes, não perde ocasião para denunciar esses entendimentos (que já antes permitiram que Rui Sá fosse vereador num executivo de Rio).

Sobre habitação, BE e PS apostam em propostas fortes para o Porto. Teixeira Lopes foi buscar a ideia do seu partido para criar um banco de arrendamento e insurge-se contra o que chama de papel de "centrifugador social" de Rio: "Ao não construir uma única habitação de iniciativa pública nos oito anos de mandato, a Câmara 'ofereceu' às imobiliárias um monopólio quanto à oferta de habitação".

Bloquistas e socialistas estão preocupados com a fuga de população jovem da cidade. Elisa Ferreira, a candidata independente pelo PS, estudou um plano de casas de baixo custo, envolvendo cooperativas de habitação. E esta é apenas uma das 183 medidas que apresenta para combater a perda de importância da cidade.

Elisa detectou muitos problemas herdados da gestão de Rui Rio e não se cansa de dizer que nada justifica o estado a que a cidade chegou. Mas a candidata nem sempre tem o partido que a escolheu ao seu lado, para fazer ouvir as críticas. A concelhia socialista de Orlando Soares Gaspar não gostou da equipa que Elisa leva consigo e José Sócrates teve de ir ao Porto dar um murro na mesa e repetir que o PS tinha uma candidata para apoiar incondicionalmente.

As dificuldades de Elisa começaram logo quando acumulou a corrida à Câmara com a sua eleição para o Parlamento Europeu, com Rio a responder com um cartaz inicial que dizia que tinha "os dois pés no Porto" e, agora, um outro que diz que está a 100% no Porto.

Mas neste campo, marcam pontos os outros concorrentes: Teixeira Lopes, João Pinto (PCTP-MRPP) e Rui Sá. O comunista é o único que diz no seu cartaz que é candidato a presidente da Câmara, mas garante que, como de outras vezes, fica como vereador, se perder. E Teixeira Lopes e João Pinto já criticaram o facto de Rio e Elisa não serem capazes de fazer igual promessa.

Ou seja, se derrotados, o candidato da coligação de direita e a do PS não ficam para ver a solução para o bairro do Aleixo. Rio promete demolir este verdadeiro antro de droga a seguir às eleições, e Elisa afirma que o quer reabilitar. "Mal estamos se tivermos que demolir um bairro sempre que ele tiver problemas sérios", diz Elisa. Certo é que ninguém verá Rui Rio a fazer campanha no Aleixo. "Isso seria provocar as pessoas. Não faço esse tipo de campanha".

Outro dos temas centrais desta eleição é a construção em terrenos do parque da cidade, que Rio prometeu evitar (depois do autarca socialista Nuno Cardoso os ter vendido a particulares) - uma decisão que agora o obriga a ceder terrenos no valor de €43 milhões (ou a perder 169 milhões, como contrapõe a candidata socialista).

Estudo de Opinião efectuado pela Eurosondagem, S.A. para o Expresso, SIC e Rádio Renascença. Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores seleccionados e supervisionados. Estudo realizado nos dias 28, 29 e 30 de Setembro. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente no concelho do Porto e habitando em lares com telefone da rede fixa. Foram efectuadas 869 tentativas de entrevistas e, destas, 133 (15,3%) não aceitaram colaborar no Estudo de Opinião. Foram validadas 736 entrevistas, correspondendo a 84,7% das tentativas realizadas. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo. Desta forma aleatória resultou, em termos de sexo (feminino - 51,0%; masculino - 49,0%) e no que concerne à faixa etária (dos 18 aos 30 anos - 17,0%; dos 31 aos 59 - 55,6%; com 60 anos ou mais - 27,4%), um total de 736 entrevistas validadas. O erro máximo da amostra é de 3,61%, para um grau de probabilidade de 95,0%.

Um exemplar deste Estudo de Opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

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