Críticos hibernam: Como as autárquicas são a vacina de Rio contra os "vírus" do PSD

05-06-2020
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O PSD está a desconfinar e isso significa que vêm aí várias eleições internas. Só no último Povo Livre foram convocadas eleições para três distritais e 22 concelhias. E vão seguir-se dezenas de eleições nas estruturas internas até setembro. Isto significa que vem aí mais um guerra de Rui Rio contra críticos? Desta vez, não. Do que já se sabe até agora, na maior parte das distritais que se preparam para ir a votos haverá listas únicas e mesmo entre os antigos apoiantes de Luís Montenegro e Pinto Luz, a ordem é: toca a reunir para as autárquicas. Aqueles a que Rio chamou de “vírus” garantem que não vão contaminar o processo eleitoral.

“Não vamos levantar ondas“, diz um dos maiores apoiantes de Luís Montenegro nas diretas. “Está tudo sem moral e sem vontade de criticar para depois ser acusado novamente de ser um bode expiatório“, diz outro. “O partido escolheu, está escolhido“, acrescenta outro. “O Miguel está atento, mas concentrado em ajudar o partido em Cascais”, diz um apoiante de Pinto Luz. Apenas um antigo apoiante de Luís Montenegro está mais cético: “Vamos ver se os cargos oferecidos nas diretas não podem criar fricção nas escolhas das concelhias. Isto vai correr mal”. Se é isto que muitos dizem em “off”, não é muito diferente do que outros dizem em “on”.

Mesmo o “grupo dos cinco” que alimentou aquele que Rui Rio considerou ser um “golpe de estado” em janeiro de 2018, estão pacificados e muitos deles não têm problemas de garantir em “on” que vão colaborar com a direção nas autárquicas e que a liderança é uma questão mais que resolvida.

As críticas a Rui Rio têm vindo de segundas linhas do partido. Quando o presidente do PSD foi ao programa “Isto é gozar com quem trabalha”, na SIC a 26 de abril e disse que “os vírus no PSD estão sempre em mutação” começaram a circular mensagens entre apoiantes de Luís Montenegro. Quase ninguém reagiu. Só mesmo a eurodeputada Cláudia Monteiro Aguiar é que considerou “deplorável” a prestação do líder e disse que se sentia “envergonhada”.

Já esta semana, Rui Rio foi alvo de críticas do deputado do PSD Pedro Rodrigues — que era seu apoiante — e se demitiu de coordenador da comissão de Trabalho e Segurança Social. Mesmo entre críticos de Rio o assunto é desvalorizado, já que o antigo líder da JSD não entrava nas contas de Adão Silva (futuro líder parlamentar) para coordenador. Ou seja: já ia sair dentro de duas semanas do cargo de que se demitiu.

Braga: mudar de mãos não vai ser um problema

Uma das maiores distritais do PSD, Braga, deverá ir a votos em setembro e está em fim de ciclo. O atual líder distrital, José Manuel Fernandes, foi um dos grandes apoiantes de Rio das últimas diretas, conseguindo que Rui Rio tivesse muitos votos no distrito ganho por Luís Montenegro. O adversário de Rio contou com um apoio de peso que desequilibrou a balança: o presidente da câmara de Vila Nova de Famalicão e do PSD local, Paulo Cunha.

Ora, Paulo Cunha, sabe o Observador, vai avançar com uma candidatura à liderança da distrital, mas terá um apoio consensual que inclui antigos apoiantes de Rui Rio. Deverá ser lista única, o que significa que a liderança da distrital vai assim passar das mãos de um apoiante de Rio para um antigo apoiante de Santana Lopes e Luís Montenegro. Esteve sempre no lado contrário ao de Rio. Mas isto será um problema para Rio? Não.

Paulo Cunha ainda só completou dois mandatos à frente da câmara municipal de Famalicão, pelo que o interesse é que não haja guerras internas para que seja reeleito para o terceiro mandato. Além disso, num distrito em que o PSD tem 9 autarquias em 14, ao novo líder distrital interessa não ser associado a uma derrota, até porque não vira a cara a voos futuros no partido a nível nacional (foi ele que liderou a lista Montenegro ao Conselho Nacional no último congresso).

Se isto não bastasse, é o próprio Paulo Cunha a dar essa garantia ao Observador, garantindo que embora tenha ido contra Rio em 2020 não alinhou no “golpe” de 2018: “Da minha parte não haverá qualquer movimentação até ao próximo ciclo eleitoral. Tal como fiz no último ciclo eleitoral, quando antes tinha apoiado Pedro Santana Lopes.” Paulo Cunha garante que irá “contribuir para o sucesso do partido a nível local, distrital e nacional” e acrescenta: “Rui Rio contará com a minha total colaboração e sentido de compromisso nas eleições que venham a realizar-se”.

O PSD está a desconfinar e isso significa que vêm aí várias eleições internas. Só no último Povo Livre foram convocadas eleições para três distritais e 22 concelhias. E vão seguir-se dezenas de eleições nas estruturas internas até setembro. Isto significa que vem aí mais um guerra de Rui Rio contra críticos? Desta vez, não. Do que já se sabe até agora, na maior parte das distritais que se preparam para ir a votos haverá listas únicas e mesmo entre os antigos apoiantes de Luís Montenegro e Pinto Luz, a ordem é: toca a reunir para as autárquicas. Aqueles a que Rio chamou de “vírus” garantem que não vão contaminar o processo eleitoral.

“Não vamos levantar ondas“, diz um dos maiores apoiantes de Luís Montenegro nas diretas. “Está tudo sem moral e sem vontade de criticar para depois ser acusado novamente de ser um bode expiatório“, diz outro. “O partido escolheu, está escolhido“, acrescenta outro. “O Miguel está atento, mas concentrado em ajudar o partido em Cascais”, diz um apoiante de Pinto Luz. Apenas um antigo apoiante de Luís Montenegro está mais cético: “Vamos ver se os cargos oferecidos nas diretas não podem criar fricção nas escolhas das concelhias. Isto vai correr mal”. Se é isto que muitos dizem em “off”, não é muito diferente do que outros dizem em “on”.

Mesmo o “grupo dos cinco” que alimentou aquele que Rui Rio considerou ser um “golpe de estado” em janeiro de 2018, estão pacificados e muitos deles não têm problemas de garantir em “on” que vão colaborar com a direção nas autárquicas e que a liderança é uma questão mais que resolvida.

As críticas a Rui Rio têm vindo de segundas linhas do partido. Quando o presidente do PSD foi ao programa “Isto é gozar com quem trabalha”, na SIC a 26 de abril e disse que “os vírus no PSD estão sempre em mutação” começaram a circular mensagens entre apoiantes de Luís Montenegro. Quase ninguém reagiu. Só mesmo a eurodeputada Cláudia Monteiro Aguiar é que considerou “deplorável” a prestação do líder e disse que se sentia “envergonhada”.

Já esta semana, Rui Rio foi alvo de críticas do deputado do PSD Pedro Rodrigues — que era seu apoiante — e se demitiu de coordenador da comissão de Trabalho e Segurança Social. Mesmo entre críticos de Rio o assunto é desvalorizado, já que o antigo líder da JSD não entrava nas contas de Adão Silva (futuro líder parlamentar) para coordenador. Ou seja: já ia sair dentro de duas semanas do cargo de que se demitiu.

Braga: mudar de mãos não vai ser um problema

Uma das maiores distritais do PSD, Braga, deverá ir a votos em setembro e está em fim de ciclo. O atual líder distrital, José Manuel Fernandes, foi um dos grandes apoiantes de Rio das últimas diretas, conseguindo que Rui Rio tivesse muitos votos no distrito ganho por Luís Montenegro. O adversário de Rio contou com um apoio de peso que desequilibrou a balança: o presidente da câmara de Vila Nova de Famalicão e do PSD local, Paulo Cunha.

Ora, Paulo Cunha, sabe o Observador, vai avançar com uma candidatura à liderança da distrital, mas terá um apoio consensual que inclui antigos apoiantes de Rui Rio. Deverá ser lista única, o que significa que a liderança da distrital vai assim passar das mãos de um apoiante de Rio para um antigo apoiante de Santana Lopes e Luís Montenegro. Esteve sempre no lado contrário ao de Rio. Mas isto será um problema para Rio? Não.

Paulo Cunha ainda só completou dois mandatos à frente da câmara municipal de Famalicão, pelo que o interesse é que não haja guerras internas para que seja reeleito para o terceiro mandato. Além disso, num distrito em que o PSD tem 9 autarquias em 14, ao novo líder distrital interessa não ser associado a uma derrota, até porque não vira a cara a voos futuros no partido a nível nacional (foi ele que liderou a lista Montenegro ao Conselho Nacional no último congresso).

Se isto não bastasse, é o próprio Paulo Cunha a dar essa garantia ao Observador, garantindo que embora tenha ido contra Rio em 2020 não alinhou no “golpe” de 2018: “Da minha parte não haverá qualquer movimentação até ao próximo ciclo eleitoral. Tal como fiz no último ciclo eleitoral, quando antes tinha apoiado Pedro Santana Lopes.” Paulo Cunha garante que irá “contribuir para o sucesso do partido a nível local, distrital e nacional” e acrescenta: “Rui Rio contará com a minha total colaboração e sentido de compromisso nas eleições que venham a realizar-se”.

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