Albergue Espanhol

10-09-2020
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Pedro Correia

Pedro Correia 31.03.11

Ouvi há pouco o ministro da Bancarrota em declarações à TVI. Em sintonia com o chefe, foi incapaz de pedir desculpa aos portugueses pelo défice real das contas públicas, só hoje conhecido: 8,6% - mais 1,3% do que o Governo tinha anunciado, o que constitui um novo marco no longo cadastro de "inverdades" do ainda primeiro-ministro. O País está de tanga, mas o referido entrevistado da TVI, também ministro do Estado a Que Isto Chegou, garante que não moverá um dedo para pedir ajuda externa de emergência, cada vez mais imperiosa e inevitável. A entrevista destinou-se apenas a reafirmar o estilo de galo de briga a que José Sócrates habituou os portugueses: o seu braço direito na desgovernação fez gala em jogar ao braço-de-ferro com o Presidente da República. Motivo? Minutos antes, num discurso ao País, Cavaco Silva sublinhara esta evidência que só o Governo teima em negar: o Executivo "não está impedido de praticar os actos necessários à condução dos destinos do País, tanto no plano interno como no plano externo."

No dia em que também se soube que a dívida pública portuguesa foi revista "em alta", saltando para 92,4%, e que os juros da dívida a cinco anos dispararam para uns inéditos - e inaceitáveis - 9,52%, recordei-me das palavras arrasadoras de António Costa, proferidas há duas semanas, contra o homem que se destaca como o principal rosto da ruína financeira portuguesa: é "incompreensível" tanto "amadorismo".

Ataturk, na guerra contra os gregos, proclamava aos seus homens: "Eu não vos ordeno que ataquem. Ordeno-vos que morram." Por vezes parece que Sócrates ordena o mesmo a alguns dos seus ministros. Com uma diferença assinalável: o líder turco foi capaz de ganhar a guerra.

Pedro Correia

Pedro Correia 31.03.11

Ouvi há pouco o ministro da Bancarrota em declarações à TVI. Em sintonia com o chefe, foi incapaz de pedir desculpa aos portugueses pelo défice real das contas públicas, só hoje conhecido: 8,6% - mais 1,3% do que o Governo tinha anunciado, o que constitui um novo marco no longo cadastro de "inverdades" do ainda primeiro-ministro. O País está de tanga, mas o referido entrevistado da TVI, também ministro do Estado a Que Isto Chegou, garante que não moverá um dedo para pedir ajuda externa de emergência, cada vez mais imperiosa e inevitável. A entrevista destinou-se apenas a reafirmar o estilo de galo de briga a que José Sócrates habituou os portugueses: o seu braço direito na desgovernação fez gala em jogar ao braço-de-ferro com o Presidente da República. Motivo? Minutos antes, num discurso ao País, Cavaco Silva sublinhara esta evidência que só o Governo teima em negar: o Executivo "não está impedido de praticar os actos necessários à condução dos destinos do País, tanto no plano interno como no plano externo."

No dia em que também se soube que a dívida pública portuguesa foi revista "em alta", saltando para 92,4%, e que os juros da dívida a cinco anos dispararam para uns inéditos - e inaceitáveis - 9,52%, recordei-me das palavras arrasadoras de António Costa, proferidas há duas semanas, contra o homem que se destaca como o principal rosto da ruína financeira portuguesa: é "incompreensível" tanto "amadorismo".

Ataturk, na guerra contra os gregos, proclamava aos seus homens: "Eu não vos ordeno que ataquem. Ordeno-vos que morram." Por vezes parece que Sócrates ordena o mesmo a alguns dos seus ministros. Com uma diferença assinalável: o líder turco foi capaz de ganhar a guerra.

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