Plano Costa Silva tem propostas para o "day after", mas valores e calendário será o Governo a decidir

24-07-2020
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É um plano para o que fazer no “day after” do impacto mais duro da pandemia, mas não é “um plano de como fazer”. O aviso de António Costa Silva foi feito logo no início da apresentação da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030, que aconteceu esta terça-feira no Centro Cultural de Belém, com quase todo o Governo na plateia, menos o primeiro-ministro.

O consultor e gestor sublinhou que a fase seguinte caberá ao Governo a quem compete fazer as escolhas. O documento não tem valores de investimento, nem prioridades, nem calendários de execução para as estratégias ou projetos propostos. Costa Silva descreveu-se como um “homem de números” e garantiu que fez as contas a tudo, mas “não me vou meter, essa é uma competência do Governo. O Estado serve para estas alturas”.

O plano, feito com toda a liberdade por António Costa Silva, irá agora para consulta pública e será a base da proposta de recuperação económica que Portugal terá de entregar até outubro à Comissão Europeia, no quadro do acesso aos fundos do plano europeu de recuperação que foi aprovado pelos chefes de Estado esta madrugada.

Ao longo de uma hora, o gestor, académico e especialista em geopolítica foi muito mais longe do que uma abordagem económica para ultrapassar os efeitos do Covid-19. Abordou fragilidades históricas do posicionamento de Portugal com um grande foco nos condicionalismos geográficos e integrou na sua visão estratégica várias linhas de ação, setores e projetos, alguns já em desenvolvimento, mas tratados de forma isolada.

Para António Costa Silva, Portugal tem duas dimensões estratégicas que têm estado de costas voltadas no passado, a europeia a atlântica e defende que devem agora ser desenvolvidas em simultâneo para romper com “o duplo confinamento” geográfico do país. E para isso são necessárias as infraestruturas de transporte que merecem uma grande atenção na visão estratégica apresentada no Centro Cultural de Belém.

Neste quadro, Costa Silva defendeu como crucial a aposta numa ligação de alta velocidade ferroviária entre Lisboa e Porto para passageiros.

“Não me interessa saber se é alta velocidade ou velocidade alta, mas Portugal tem de a ter por uma razão muito simples, os voos até 600 km vão ser proibidos e os países que não tiverem uma ligação eficaz e rápida vão sofrer no futuro”.

O consultor considera também necessária a “construção de um grande aeroporto para a área metropolitana de Lisboa”, porque as ligações aéreas “são um fator crucial que condiciona a competitividade da economia portuguesa.”

António Costa Silva passou em revista os pontos fortes que já existem em Portugal, mas que até agora têm sido encarados de forma isolada e não integrada. E uma das grandes competências que destacou foi o potencial do país para se afirmar no plano internacional como um “softpower” (poder de influência que não resulta da força), sublinhando a capacidade de mobilização nacional quando é preciso fazer eleger uma personalidade para uma instituição internacional, a rede diplomática e a intervenção das forças armadas portuguesas em missões internacionais.

Aviso de Siza: Dinheiro de Bruxelas não é para estímulo imediato, mas para investir nas fundações do país que queremos

No arranque da sessão, numa mensagem em vídeo enviado a partir de Bruxelas, onde esteve durante estes dias a negociar o Fundo de Recuperação Económica da UE e o novo quadro financeiro plurianual, o primeiro-ministro, António Costa, tinha deixado o mote para esta ideia: a Visão até pode ser de Costa Silva, mas o apelo é para que todos contribuam para a melhorar.

“Foi para fazer o desenho da Visão estratégica que sirva de elo de ligação dos vários instrumentos de decisão política que convidei o professor António Costa Silva. (Mas) o documento é colocado agora em discussão pública para nos focarmos nas oportunidades que o país não pode perder”, disse o primeiro-ministro.

Poucas horas depois de os líderes europeus terem aprovado o plano de retoma económica da UE, depois de uma maratona que se estendeu por cinco dias, o ministro de Estado e da Economia fez o lançamento da tão falada Visão Estratégica de António Costa Silva. As verbas acertadas na madrugada desta terça-feira – Portugal vai receber subsídios nos próximos sete anos que ascendem a 45 mil milhões de euros – serão o combustível para alimentar o plano gizado pelo gestor convidado por António Costa para projetar a economia portuguesa até 2030.

Mas Siza Vieira deixou o mote, em tom de aviso. As verbas de Bruxelas não devem ser apenas um estimulo imediato”, deve servir para “investir nas fundações do país que queremos ser na próxima década”. E porquê? Porque, ao contrário da última crise, disse Siza Vieira, “desta vez a resposta à crise tem e deve ser diferente, tem de mitigar os efeitos e acelerar o crescimento”.

Siza Vieira recordou que “a resposta à crise exige a apresentação de um plano de recuperação, cujo primeiro esboço deve ser apresentado em outubro deste ano”. Esta Visão 2020-2030 de Costa Silva servirá de base para esse plano.

O ministro considerou que se trata de “um exercício livre e não condicionado”, com o objetivo de iniciar a discussão sobre a própria visão estratégica para o país.

“Precisamos de uma conversa sobre esta visão estratégica. Isso ajuda a consolidar ideias, acelerar tendências ou a descartar opções. E essa conversa começa agora”, sublinhou.

É um plano para o que fazer no “day after” do impacto mais duro da pandemia, mas não é “um plano de como fazer”. O aviso de António Costa Silva foi feito logo no início da apresentação da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030, que aconteceu esta terça-feira no Centro Cultural de Belém, com quase todo o Governo na plateia, menos o primeiro-ministro.

O consultor e gestor sublinhou que a fase seguinte caberá ao Governo a quem compete fazer as escolhas. O documento não tem valores de investimento, nem prioridades, nem calendários de execução para as estratégias ou projetos propostos. Costa Silva descreveu-se como um “homem de números” e garantiu que fez as contas a tudo, mas “não me vou meter, essa é uma competência do Governo. O Estado serve para estas alturas”.

O plano, feito com toda a liberdade por António Costa Silva, irá agora para consulta pública e será a base da proposta de recuperação económica que Portugal terá de entregar até outubro à Comissão Europeia, no quadro do acesso aos fundos do plano europeu de recuperação que foi aprovado pelos chefes de Estado esta madrugada.

Ao longo de uma hora, o gestor, académico e especialista em geopolítica foi muito mais longe do que uma abordagem económica para ultrapassar os efeitos do Covid-19. Abordou fragilidades históricas do posicionamento de Portugal com um grande foco nos condicionalismos geográficos e integrou na sua visão estratégica várias linhas de ação, setores e projetos, alguns já em desenvolvimento, mas tratados de forma isolada.

Para António Costa Silva, Portugal tem duas dimensões estratégicas que têm estado de costas voltadas no passado, a europeia a atlântica e defende que devem agora ser desenvolvidas em simultâneo para romper com “o duplo confinamento” geográfico do país. E para isso são necessárias as infraestruturas de transporte que merecem uma grande atenção na visão estratégica apresentada no Centro Cultural de Belém.

Neste quadro, Costa Silva defendeu como crucial a aposta numa ligação de alta velocidade ferroviária entre Lisboa e Porto para passageiros.

“Não me interessa saber se é alta velocidade ou velocidade alta, mas Portugal tem de a ter por uma razão muito simples, os voos até 600 km vão ser proibidos e os países que não tiverem uma ligação eficaz e rápida vão sofrer no futuro”.

O consultor considera também necessária a “construção de um grande aeroporto para a área metropolitana de Lisboa”, porque as ligações aéreas “são um fator crucial que condiciona a competitividade da economia portuguesa.”

António Costa Silva passou em revista os pontos fortes que já existem em Portugal, mas que até agora têm sido encarados de forma isolada e não integrada. E uma das grandes competências que destacou foi o potencial do país para se afirmar no plano internacional como um “softpower” (poder de influência que não resulta da força), sublinhando a capacidade de mobilização nacional quando é preciso fazer eleger uma personalidade para uma instituição internacional, a rede diplomática e a intervenção das forças armadas portuguesas em missões internacionais.

Aviso de Siza: Dinheiro de Bruxelas não é para estímulo imediato, mas para investir nas fundações do país que queremos

No arranque da sessão, numa mensagem em vídeo enviado a partir de Bruxelas, onde esteve durante estes dias a negociar o Fundo de Recuperação Económica da UE e o novo quadro financeiro plurianual, o primeiro-ministro, António Costa, tinha deixado o mote para esta ideia: a Visão até pode ser de Costa Silva, mas o apelo é para que todos contribuam para a melhorar.

“Foi para fazer o desenho da Visão estratégica que sirva de elo de ligação dos vários instrumentos de decisão política que convidei o professor António Costa Silva. (Mas) o documento é colocado agora em discussão pública para nos focarmos nas oportunidades que o país não pode perder”, disse o primeiro-ministro.

Poucas horas depois de os líderes europeus terem aprovado o plano de retoma económica da UE, depois de uma maratona que se estendeu por cinco dias, o ministro de Estado e da Economia fez o lançamento da tão falada Visão Estratégica de António Costa Silva. As verbas acertadas na madrugada desta terça-feira – Portugal vai receber subsídios nos próximos sete anos que ascendem a 45 mil milhões de euros – serão o combustível para alimentar o plano gizado pelo gestor convidado por António Costa para projetar a economia portuguesa até 2030.

Mas Siza Vieira deixou o mote, em tom de aviso. As verbas de Bruxelas não devem ser apenas um estimulo imediato”, deve servir para “investir nas fundações do país que queremos ser na próxima década”. E porquê? Porque, ao contrário da última crise, disse Siza Vieira, “desta vez a resposta à crise tem e deve ser diferente, tem de mitigar os efeitos e acelerar o crescimento”.

Siza Vieira recordou que “a resposta à crise exige a apresentação de um plano de recuperação, cujo primeiro esboço deve ser apresentado em outubro deste ano”. Esta Visão 2020-2030 de Costa Silva servirá de base para esse plano.

O ministro considerou que se trata de “um exercício livre e não condicionado”, com o objetivo de iniciar a discussão sobre a própria visão estratégica para o país.

“Precisamos de uma conversa sobre esta visão estratégica. Isso ajuda a consolidar ideias, acelerar tendências ou a descartar opções. E essa conversa começa agora”, sublinhou.

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