Bloco tenta salvar edifício único da arquitetura modernista em Portugal

05-03-2020
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O Bloco de Esquerda pediu esclarecimentos ao Ministério da Cultura sobre a demolição da antiga panificadora de Vila Real, um edifício que projetado por Nadir Afonso e que foi adquirido recentemente por uma cadeia de supermercados.

O estado do edifício © DR

Os deputados do Bloco de Esquerda, Alexandra Vieira, Beatriz Gomes e Jorge Costa questionaram a ministra da Cultura, Graça Fonseca, sobre se tem conhecimento do "processo de demolição em curso" e se tenciona adotar medidas para "travar e reverter" a demolição do edifício da panificadora de Vila Real, projetado por Nadir Afonso.

O imóvel que foi construído há 55 anos, foi adquirido pela cadeia de supermercados Lidl, estando a intervenção praticamente concluída. A Panreal, como é conhecida pelos locais, marcou a carreira do pintor por ter sido um dos seus últimos projetos de arquitetura. Agora o imóvel tem os dias contados.

Em abril de 2017, já tinha sido demolida parte da fachada da antiga panificadora de Nadir Afonso. A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) arquivou, um ano depois, o procedimento de classificação para "Imóvel de Interesse Público", na altura proposto por um grupo de cidadãos, por considerar que o edifício já não reunia características para uma classificação de âmbito nacional. Em junho de 2018 foi endereçada uma carta aberta ao Ministério da Cultura, assinada por mais de 800 personalidades do mundo artístico e cultural com o intuito de garantir a proteção do edifício da Panreal. Mesmo assim, em 2019, a Câmara de Vila Real optou por não classificar a panificadora como imóvel de interesse municipal.

O BE pede esclarecimentos ao Ministério da Cultura, querendo saber se o mesmo está "disponível, através da DGPC, para reverter o processo de arquivamento, ele próprio suscetível das maiores dúvidas e que enferma de ilegalidades, de modo a impedir a demolição deste exemplar raro e único da arquitetura modernista em Portugal". O partido perguntou ainda se o ministério vai "aplicar o artigo 49.º da Lei de Bases do Património Cultural que se destina justamente a evitar este tipo de situações" e se pretende "criar as orientações para a arquitetura moderna e contemporânea, a aplicar a pedidos de classificação, evitando que sejam arquivados, alegadamente, por este motivo".

O Lidl Portugal já explicou que a aquisição do imóvel está incluída no projeto de renovação e ampliação do supermercado na cidade transmontana, adiantando que o tempo previsto para a obra é de sete meses. O projeto, cujo licenciamento foi aprovado por unanimidade pelo executivo municipal, prevê a demolição de dois edifícios existentes, a atual loja e a Panreal, e a sua substituição por um outro com maior área.

A cadeia alemã sublinhou também que, durante o processo, se esforçou por manter viva a memória de Nadir Afonso, tendo reunido "com a família e a fundação, sempre com uma intenção clara de incluir uma componente de homenagem ao pintor", esclarecendo que até à data, nenhuma das sugestões foi aceite. Por sua vez, a viúva de Nadir Afonso afirmou que "nunca foi apresentado um projeto com dignidade".

O Bloco de Esquerda pediu esclarecimentos ao Ministério da Cultura sobre a demolição da antiga panificadora de Vila Real, um edifício que projetado por Nadir Afonso e que foi adquirido recentemente por uma cadeia de supermercados.

O estado do edifício © DR

Os deputados do Bloco de Esquerda, Alexandra Vieira, Beatriz Gomes e Jorge Costa questionaram a ministra da Cultura, Graça Fonseca, sobre se tem conhecimento do "processo de demolição em curso" e se tenciona adotar medidas para "travar e reverter" a demolição do edifício da panificadora de Vila Real, projetado por Nadir Afonso.

O imóvel que foi construído há 55 anos, foi adquirido pela cadeia de supermercados Lidl, estando a intervenção praticamente concluída. A Panreal, como é conhecida pelos locais, marcou a carreira do pintor por ter sido um dos seus últimos projetos de arquitetura. Agora o imóvel tem os dias contados.

Em abril de 2017, já tinha sido demolida parte da fachada da antiga panificadora de Nadir Afonso. A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) arquivou, um ano depois, o procedimento de classificação para "Imóvel de Interesse Público", na altura proposto por um grupo de cidadãos, por considerar que o edifício já não reunia características para uma classificação de âmbito nacional. Em junho de 2018 foi endereçada uma carta aberta ao Ministério da Cultura, assinada por mais de 800 personalidades do mundo artístico e cultural com o intuito de garantir a proteção do edifício da Panreal. Mesmo assim, em 2019, a Câmara de Vila Real optou por não classificar a panificadora como imóvel de interesse municipal.

O BE pede esclarecimentos ao Ministério da Cultura, querendo saber se o mesmo está "disponível, através da DGPC, para reverter o processo de arquivamento, ele próprio suscetível das maiores dúvidas e que enferma de ilegalidades, de modo a impedir a demolição deste exemplar raro e único da arquitetura modernista em Portugal". O partido perguntou ainda se o ministério vai "aplicar o artigo 49.º da Lei de Bases do Património Cultural que se destina justamente a evitar este tipo de situações" e se pretende "criar as orientações para a arquitetura moderna e contemporânea, a aplicar a pedidos de classificação, evitando que sejam arquivados, alegadamente, por este motivo".

O Lidl Portugal já explicou que a aquisição do imóvel está incluída no projeto de renovação e ampliação do supermercado na cidade transmontana, adiantando que o tempo previsto para a obra é de sete meses. O projeto, cujo licenciamento foi aprovado por unanimidade pelo executivo municipal, prevê a demolição de dois edifícios existentes, a atual loja e a Panreal, e a sua substituição por um outro com maior área.

A cadeia alemã sublinhou também que, durante o processo, se esforçou por manter viva a memória de Nadir Afonso, tendo reunido "com a família e a fundação, sempre com uma intenção clara de incluir uma componente de homenagem ao pintor", esclarecendo que até à data, nenhuma das sugestões foi aceite. Por sua vez, a viúva de Nadir Afonso afirmou que "nunca foi apresentado um projeto com dignidade".

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