algures aqui: o segredo dos outros

01-09-2020
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Pormenor da rua interior do Centro de Artes de Sines
Desde quinta-feira entregue aqui por Sines e arredores aos deleites gastro-vinícolas e afins, e aproveitando um compasso de espera junto a um computador, enquanto aguardo que outros consigam acordar da noite longa a tempo do almoço agendado para Porto Côvo, reparo que esta semana tenho deixado "o algures" algo abandonado.

E aproveito para refletir como (ando a fazê-lo há três dias) uma cidade bastante desorganizada e pouco interessante, essencialmente piscatória e de serviços ligados à refinaria e ao porto, se tem aos poucos, com estratégia certeira e planeamento rigoroso, transformado em mais uma referência turístico-cultural no país.

Tal como Tomar, Sines apostou no Turismo Cultural (naturalmente aliado à natureza e ao seu posicionamente na costa alentejana) como um dos vetores estratégicos de desenvolvimento.
Só que ao contrário de Tomar, em Sines não se limitam a falar no assunto, foram criadas infrastruturas como o espetacular Centro de Artes, dinâmico, multifacetado, diariamente utilizado; recuperaram-se velhos edifícios, dos quais destaco a antiga estação da CP, hoje sede da Escola de Artes, escola essa que é também uma forte aposta e que transforma com naturalidade o ambiente da terra com músicos e outros artistas frequentando e animando o centro histórico com a simples presença.
(Tomar tem duas escolas de música e uma de dança, mas curiosamente isso não se sente na vivência da cidade).
A dedicação do município de Sines em relação à cultura, às artes e particularmente no trabalho e potencial da juventude sente-se efetivamente. Tome-se o exemplo da Casa da Juventude, que embora já existindo, muda agora ainda para maior e melhor edifício. Em Tomar nem sequer a obrigatoriedade da existência do Conselho Municipal de Juventude é respeitada.

"o segredo" do Vasco da Gama, em Sines
Atividades diversificadas, regulares e repartidas ao longo do ano, tendo como âncora principal o já internacional Festival Músicas do Mundo, que faz de Sines paragem obrigatória no Verão.
Os edifícios públicos estão à disposição dos eventos, como o Castelo de Sines (que não se compara nem de longe com o de Tomar) mas que é palco regular das mais diversas atividades.
Em tudo se sente, se não a gestão direta do município, pelo menos a sua envolvência e coordenação, e por isso mesmo as coisas parecem resultar e ter uma concordância e entrega da população em geral.

Porque é que em Tomar falta esta capacidade de trabalho e visão, e se desperdiça tanto em imbecilidades? Porque falta a tantos o simples bom senso? Porque é que tendo tanto, em Tomar há pelo menos 20 anos que praticamente a única coisa que se faz é estragar?

Será que é porque até o segredo do Gualdim Pais é mais pequeno que o segredo dos outros?

Pormenor da rua interior do Centro de Artes de Sines
Desde quinta-feira entregue aqui por Sines e arredores aos deleites gastro-vinícolas e afins, e aproveitando um compasso de espera junto a um computador, enquanto aguardo que outros consigam acordar da noite longa a tempo do almoço agendado para Porto Côvo, reparo que esta semana tenho deixado "o algures" algo abandonado.

E aproveito para refletir como (ando a fazê-lo há três dias) uma cidade bastante desorganizada e pouco interessante, essencialmente piscatória e de serviços ligados à refinaria e ao porto, se tem aos poucos, com estratégia certeira e planeamento rigoroso, transformado em mais uma referência turístico-cultural no país.

Tal como Tomar, Sines apostou no Turismo Cultural (naturalmente aliado à natureza e ao seu posicionamente na costa alentejana) como um dos vetores estratégicos de desenvolvimento.
Só que ao contrário de Tomar, em Sines não se limitam a falar no assunto, foram criadas infrastruturas como o espetacular Centro de Artes, dinâmico, multifacetado, diariamente utilizado; recuperaram-se velhos edifícios, dos quais destaco a antiga estação da CP, hoje sede da Escola de Artes, escola essa que é também uma forte aposta e que transforma com naturalidade o ambiente da terra com músicos e outros artistas frequentando e animando o centro histórico com a simples presença.
(Tomar tem duas escolas de música e uma de dança, mas curiosamente isso não se sente na vivência da cidade).
A dedicação do município de Sines em relação à cultura, às artes e particularmente no trabalho e potencial da juventude sente-se efetivamente. Tome-se o exemplo da Casa da Juventude, que embora já existindo, muda agora ainda para maior e melhor edifício. Em Tomar nem sequer a obrigatoriedade da existência do Conselho Municipal de Juventude é respeitada.

"o segredo" do Vasco da Gama, em Sines
Atividades diversificadas, regulares e repartidas ao longo do ano, tendo como âncora principal o já internacional Festival Músicas do Mundo, que faz de Sines paragem obrigatória no Verão.
Os edifícios públicos estão à disposição dos eventos, como o Castelo de Sines (que não se compara nem de longe com o de Tomar) mas que é palco regular das mais diversas atividades.
Em tudo se sente, se não a gestão direta do município, pelo menos a sua envolvência e coordenação, e por isso mesmo as coisas parecem resultar e ter uma concordância e entrega da população em geral.

Porque é que em Tomar falta esta capacidade de trabalho e visão, e se desperdiça tanto em imbecilidades? Porque falta a tantos o simples bom senso? Porque é que tendo tanto, em Tomar há pelo menos 20 anos que praticamente a única coisa que se faz é estragar?

Será que é porque até o segredo do Gualdim Pais é mais pequeno que o segredo dos outros?

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