algures aqui: “de regresso, mixórdia de temáticas”

01-09-2020
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De regresso às notas do dia na rádio Hertz, a minha crónica a passar nos noticiários de hoje com o título em epígrafe, que além de se aplicar, é uma referência óbvia para quem conhece às crónicas de Ricardo Araújo Pereira na rádio Comercial.

«Estão estas notas do dia de volta e, antes de mais, deixo um agradecimento à rádio Hertz por considerar que aquilo que eu possa ter a opinar tenha qualidade para ser transmitido nas suas ondas hertzianas e seja suficientemente interessante para os ouvintes.

Ora, nesta primeira crónica após o verão, que teve a mesma duração dos anteriores, mas que foi prenhe em tanta matéria e tanta dela do âmbito do disparate, há tanto para falar que se torna difícil escolher um tema que caiba neste curto espaço. Posso fixar-me em Tomar, há sempre muito para comentar nesta terra de estátuas vivas uma vez por ano e, estátuas andantes todo o resto. Um tema sempre recorrente quando se chega a setembro, são os baixos números e a baixa média de entrada dos alunos chegados para o primeiro ano no IPT – e claro, menos alunos são menos postos de trabalho de professores e outros funcionários, menos casas alugadas, menos despesa nos supermercados, nas lojas, nos cafés… enfim, o mais importante contribuidor da economia local vai dando ano após ano, sinais de que se nada se inverter, o fim será evidente – mas já sei, o Politécnico é assunto que não interessa a ninguém, nem sequer aos responsáveis autárquicos que acham que não têm nada a ver com o assunto. Afinal de contas, os alunos do politécnico só vêem para Tomar fazer barulho e dar chatices não é? Pois, continuem a pensar assim…

Falando do município, podia também falar de muitos dos disparates que por lá têm sido ditos e praticados, como este mais recente, que é o de a câmara aprovar propor à Assembleia, que mantenha as ajudas de representação para os dirigentes da autarquia, quando não só o município não tem dinheiro, como os dirigentes não executam essa funções, ou seja, uma câmara falida, paga a 12 dirigentes ditos técnicos por funções que não desempenham! Típico cá por Tomar! A mesma câmara que quer agora contratualizar, vai à reunião de câmara amanhã, um novo empréstimo através de uma medida governamental, a um ano do fim do mandato, para pagar 4 milhões de euros de dívidas a fornecedores, dívida essa que ficará a ser paga pelo município durante os próximos 14 anos. Mais, a mesma câmara que já em 2009 contratualizou com o governo de então, semelhante empréstimo para pagar as dívidas que acumulou, e o dinheiro veio, as dívidas é que parece que ficaram cá à mesma. Confusos? Eu também. Assistam à Assembleia Municipal da próxima sexta, talvez seja possível esclarecer alguma coisa, ou pelo menos, perceber quem aprova ou não este género de disparates.

Bom mas, deixemos a câmara da qual, assim como assim, há muito ninguém espera nada de bom, estamos todos à espera que este mandato acabe para ver se é possível fazer algo novo, algo de jeito. Deixemos então a câmara de lado, até porque não podia acabar esta primeira crónica sem dedicar umas frases ao nosso brilhante Governo.
Como o espaço é já curto, não falo das anedotas em torno do ministro que já só o é no papel, o nosso conhecido Miguel Relvas, não falo dos disparates das medidas económicas com que Vítor Gaspar e Passos Coelho nos tentam impingir e que não agradam a ninguém, no fundo… não vale a pena falar de grande coisa, porque depois dos disparates todos, depois do PSD ter tratado mal o parceiro de coligação (o que é típico, aconteceu o mesmo na câmara de Tomar), e depois da maior manifestação de sempre ocorrida no nosso país – este Governo já está a prazo, tal como a câmara nabantina que essa sabemos, termina funções daqui a um ano. A única dúvida é se o Governo ainda se vai embora primeiro.

E por isso termino apenas com a súmula, com base nas declarações dos próprios governantes, daquilo que eles pensam da maioria dos cidadãos portugueses a quem e em nome de quem, bem deveriam governar. Pensam de nós que somos piegas, um clássico ternurento de Passos Coelho que agora até tem medo de sair à rua, parece que o piegas é ele; acham que estamos a mais, a ponto de nos mandarem emigrar; que somos todos ricos, uma vez que é preciso, assim dizem, empobrecer o país; e que, basicamente, somos preguiçosos e queremos viver à conta do Estado e dos poucos que trabalham, uma vez que, dizem, há mais cigarras que formigas em Portugal. Claro, os que trabalham, dizem eles, são eles próprios, eles que governam portanto, apenas para o grupo das formigas, aquele pequeno grupo de accionistas de grandes empresas, grandes empresários, e malta que se reforma da política aos 40 anos e vai fazer presenças em vários conselhos de administração.
Todos os outros, todos nós, usando uma bela palavra do nosso primeiro ministro – que se lixem!
E nós portugueses, deixamos...»

De regresso às notas do dia na rádio Hertz, a minha crónica a passar nos noticiários de hoje com o título em epígrafe, que além de se aplicar, é uma referência óbvia para quem conhece às crónicas de Ricardo Araújo Pereira na rádio Comercial.

«Estão estas notas do dia de volta e, antes de mais, deixo um agradecimento à rádio Hertz por considerar que aquilo que eu possa ter a opinar tenha qualidade para ser transmitido nas suas ondas hertzianas e seja suficientemente interessante para os ouvintes.

Ora, nesta primeira crónica após o verão, que teve a mesma duração dos anteriores, mas que foi prenhe em tanta matéria e tanta dela do âmbito do disparate, há tanto para falar que se torna difícil escolher um tema que caiba neste curto espaço. Posso fixar-me em Tomar, há sempre muito para comentar nesta terra de estátuas vivas uma vez por ano e, estátuas andantes todo o resto. Um tema sempre recorrente quando se chega a setembro, são os baixos números e a baixa média de entrada dos alunos chegados para o primeiro ano no IPT – e claro, menos alunos são menos postos de trabalho de professores e outros funcionários, menos casas alugadas, menos despesa nos supermercados, nas lojas, nos cafés… enfim, o mais importante contribuidor da economia local vai dando ano após ano, sinais de que se nada se inverter, o fim será evidente – mas já sei, o Politécnico é assunto que não interessa a ninguém, nem sequer aos responsáveis autárquicos que acham que não têm nada a ver com o assunto. Afinal de contas, os alunos do politécnico só vêem para Tomar fazer barulho e dar chatices não é? Pois, continuem a pensar assim…

Falando do município, podia também falar de muitos dos disparates que por lá têm sido ditos e praticados, como este mais recente, que é o de a câmara aprovar propor à Assembleia, que mantenha as ajudas de representação para os dirigentes da autarquia, quando não só o município não tem dinheiro, como os dirigentes não executam essa funções, ou seja, uma câmara falida, paga a 12 dirigentes ditos técnicos por funções que não desempenham! Típico cá por Tomar! A mesma câmara que quer agora contratualizar, vai à reunião de câmara amanhã, um novo empréstimo através de uma medida governamental, a um ano do fim do mandato, para pagar 4 milhões de euros de dívidas a fornecedores, dívida essa que ficará a ser paga pelo município durante os próximos 14 anos. Mais, a mesma câmara que já em 2009 contratualizou com o governo de então, semelhante empréstimo para pagar as dívidas que acumulou, e o dinheiro veio, as dívidas é que parece que ficaram cá à mesma. Confusos? Eu também. Assistam à Assembleia Municipal da próxima sexta, talvez seja possível esclarecer alguma coisa, ou pelo menos, perceber quem aprova ou não este género de disparates.

Bom mas, deixemos a câmara da qual, assim como assim, há muito ninguém espera nada de bom, estamos todos à espera que este mandato acabe para ver se é possível fazer algo novo, algo de jeito. Deixemos então a câmara de lado, até porque não podia acabar esta primeira crónica sem dedicar umas frases ao nosso brilhante Governo.
Como o espaço é já curto, não falo das anedotas em torno do ministro que já só o é no papel, o nosso conhecido Miguel Relvas, não falo dos disparates das medidas económicas com que Vítor Gaspar e Passos Coelho nos tentam impingir e que não agradam a ninguém, no fundo… não vale a pena falar de grande coisa, porque depois dos disparates todos, depois do PSD ter tratado mal o parceiro de coligação (o que é típico, aconteceu o mesmo na câmara de Tomar), e depois da maior manifestação de sempre ocorrida no nosso país – este Governo já está a prazo, tal como a câmara nabantina que essa sabemos, termina funções daqui a um ano. A única dúvida é se o Governo ainda se vai embora primeiro.

E por isso termino apenas com a súmula, com base nas declarações dos próprios governantes, daquilo que eles pensam da maioria dos cidadãos portugueses a quem e em nome de quem, bem deveriam governar. Pensam de nós que somos piegas, um clássico ternurento de Passos Coelho que agora até tem medo de sair à rua, parece que o piegas é ele; acham que estamos a mais, a ponto de nos mandarem emigrar; que somos todos ricos, uma vez que é preciso, assim dizem, empobrecer o país; e que, basicamente, somos preguiçosos e queremos viver à conta do Estado e dos poucos que trabalham, uma vez que, dizem, há mais cigarras que formigas em Portugal. Claro, os que trabalham, dizem eles, são eles próprios, eles que governam portanto, apenas para o grupo das formigas, aquele pequeno grupo de accionistas de grandes empresas, grandes empresários, e malta que se reforma da política aos 40 anos e vai fazer presenças em vários conselhos de administração.
Todos os outros, todos nós, usando uma bela palavra do nosso primeiro ministro – que se lixem!
E nós portugueses, deixamos...»

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