Há dias colocou em comentário ao post sobre o genocídio em Darfur, o camarada poeta e amigo Virgílio, o seguinte poema que entendo merecer outro destaque:
No estômago
de um famito
o vazio
comprime-se
em vácuo de paladares.
Um fraco hálito
a miséria demora-se
nas ruínas negras
dos dentes caídos
escapando-se seco
pelos cantos da boca.
Alimenta-se da alma
adormecida
no desespero,
numa gelada ilusão
morde os dedos
com sabor a pão.
Grita por comida
para saciar a fome
À praga de moscas
insolentes e velhas
e perante o silêncio
É a elas que come.
Virgílio Saraiva de Matos
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Há dias colocou em comentário ao post sobre o genocídio em Darfur, o camarada poeta e amigo Virgílio, o seguinte poema que entendo merecer outro destaque:
No estômago
de um famito
o vazio
comprime-se
em vácuo de paladares.
Um fraco hálito
a miséria demora-se
nas ruínas negras
dos dentes caídos
escapando-se seco
pelos cantos da boca.
Alimenta-se da alma
adormecida
no desespero,
numa gelada ilusão
morde os dedos
com sabor a pão.
Grita por comida
para saciar a fome
À praga de moscas
insolentes e velhas
e perante o silêncio
É a elas que come.
Virgílio Saraiva de Matos