Governo defende que custos com administração da TAP reduziram 33% desde março

30-12-2020
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Ana Marcela 29 Dezembro, 2020 • 16:14

Porto, 02032010 -aeroporto sá Carneiro / aviões da Tap (Foto Lisa Soares / Global Imagens) © Lisa Soares / Global Imagens

O Governo garante que os custos com o conselho de administração da TAP, na sua atual configuração, em dezembro são 33% abaixo dos valores brutos registados em março, e que no futuro, quando o plano de reestruturação da companhia retirar um máximo de 25% dos salários mais elevados dos trabalhadores "no caso dos administradores (o corte) será de 30%".

O esclarecimento do ministério das Infraestruturas e Habitação surge depois de notícias darem conta do aumento de salário do CEO interino da TAP, Ramiro Sequeira, na companhia que tem previsto um plano de reestruturação, com despedimentos de milhares de trabalhadores.

"A TAP não teve qualquer acréscimo de custos salariais com as funções desempenhadas pelos três administradores, bem pelo contrário. Comparando o mês de março com o mês de dezembro do atual ano, os encargos com o Conselho de Administração da TAP, na sua atual configuração, reduziram-se em 33% em valores brutos", diz a tutela. Frisando que os "valores que têm sido noticiados não são aqueles que efetivamente têm sido pagos aos três administradores, uma vez que se tratam de valores brutos, sobre os quais têm sido aplicados reduções que atingiram os 35% durante o lay off (uma percentagem de corte superior à que foi aplicada aos trabalhadores) que e se mantêm neste momento nos 5%, quando a TAP já não está a aplicar cortes nos vencimentos dos trabalhadores".

Mais, garante ainda o ministério de Pedro Nuno Santos, "no futuro, quando o plano de restruturação estiver a ser aplicado, foi também já decidido que, enquanto o corte salarial dos trabalhadores atingirá um máximo de 25% (e apenas nos salários mais elevados), no caso dos administradores ele será de 30%."

Ramiro Sequeira , CEO interino da TAP, viu a Comissão de Vencimentos da TAP aprovar a subida do seu salário mensal para 35 mil euros brutos por mês, quase o dobro do valor que recebia como COO a empresa, noticiou Eco. A alteração tem efeitos retroativos, desde meados de setembro, quando assumiu o novo papel na empresa que está em reestruturação profunda.

Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração, viu o vencimento subir dos 12 mil para os 13,5 mil euros brutos mensais, e Alexandra Vieira Reis, uma nova entrada para a comissão executiva, passou dos 14 mil para os 25 mil euros de salário bruto. Ramiro Sequeira fica, ainda assim, a ganhar menos do que o antecessor (não interino), já que Antonoaldo Neves recebia 45 mil euros brutos de rendimentos fixos, acrescendo ainda 14 mil euros para casa e a educação de filhos.

O Governo explica o que motivou os aumentos verificados dos vários administradores. "Ramiro Sequeira era até setembro passado chief operating officer (COO) da TAP e passou a presidente executivo interino (CEO). Passou, assim, a ocupar uma função com um evidente acréscimo de responsabilidades, e que implicou um aumento salarial", diz o Governo. "Ainda assim, importa referir que Ramiro Sequeira aceitou um salário bastante inferior ao salário de referência do seu antecessor nas mesmas funções, Antonoaldo Neves. Portanto, o CEO da TAP não teve qualquer aumento de remuneração, pelo contrário, verificou-se uma diminuição", ressalva.

"Alexandra Vieira Reis passou de chief procurement officer (CPO) da TAP, um cargo diretivo, para administradora executiva e, com isso, foi feita a atualização salarial correspondente à mudança de funções", refere ainda o Governo.

Ramiro Sequeira e Alexandra Vieira Reis "estão a acumular as novas funções com as funções antigas e que o aumento salarial que tem sido noticiado contabiliza as duas funções que, transitoriamente, ocupam em simultâneo", reforça.

Quanto a Miguel Frasquilho, chairman da TAP SGPS, passou desde outubro a acumular funções com as até então desempenhadas por Humberto Pedrosa, como Presidente do Conselho de Administração da TAP S.A. e da Portugália, "pelo que a remuneração foi automaticamente ajustada às funções desempenhadas, sem que tenha existido qualquer aumento de massa salarial paga para as funções acumuladas", diz o executivo.

"Miguel Frasquilho já comunicou a intenção de renunciar qualquer diferencial que resulte de acumulação das funções com efeitos à data de 28 de outubro", diz a tutela.

Ana Marcela 29 Dezembro, 2020 • 16:14

Porto, 02032010 -aeroporto sá Carneiro / aviões da Tap (Foto Lisa Soares / Global Imagens) © Lisa Soares / Global Imagens

O Governo garante que os custos com o conselho de administração da TAP, na sua atual configuração, em dezembro são 33% abaixo dos valores brutos registados em março, e que no futuro, quando o plano de reestruturação da companhia retirar um máximo de 25% dos salários mais elevados dos trabalhadores "no caso dos administradores (o corte) será de 30%".

O esclarecimento do ministério das Infraestruturas e Habitação surge depois de notícias darem conta do aumento de salário do CEO interino da TAP, Ramiro Sequeira, na companhia que tem previsto um plano de reestruturação, com despedimentos de milhares de trabalhadores.

"A TAP não teve qualquer acréscimo de custos salariais com as funções desempenhadas pelos três administradores, bem pelo contrário. Comparando o mês de março com o mês de dezembro do atual ano, os encargos com o Conselho de Administração da TAP, na sua atual configuração, reduziram-se em 33% em valores brutos", diz a tutela. Frisando que os "valores que têm sido noticiados não são aqueles que efetivamente têm sido pagos aos três administradores, uma vez que se tratam de valores brutos, sobre os quais têm sido aplicados reduções que atingiram os 35% durante o lay off (uma percentagem de corte superior à que foi aplicada aos trabalhadores) que e se mantêm neste momento nos 5%, quando a TAP já não está a aplicar cortes nos vencimentos dos trabalhadores".

Mais, garante ainda o ministério de Pedro Nuno Santos, "no futuro, quando o plano de restruturação estiver a ser aplicado, foi também já decidido que, enquanto o corte salarial dos trabalhadores atingirá um máximo de 25% (e apenas nos salários mais elevados), no caso dos administradores ele será de 30%."

Ramiro Sequeira , CEO interino da TAP, viu a Comissão de Vencimentos da TAP aprovar a subida do seu salário mensal para 35 mil euros brutos por mês, quase o dobro do valor que recebia como COO a empresa, noticiou Eco. A alteração tem efeitos retroativos, desde meados de setembro, quando assumiu o novo papel na empresa que está em reestruturação profunda.

Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração, viu o vencimento subir dos 12 mil para os 13,5 mil euros brutos mensais, e Alexandra Vieira Reis, uma nova entrada para a comissão executiva, passou dos 14 mil para os 25 mil euros de salário bruto. Ramiro Sequeira fica, ainda assim, a ganhar menos do que o antecessor (não interino), já que Antonoaldo Neves recebia 45 mil euros brutos de rendimentos fixos, acrescendo ainda 14 mil euros para casa e a educação de filhos.

O Governo explica o que motivou os aumentos verificados dos vários administradores. "Ramiro Sequeira era até setembro passado chief operating officer (COO) da TAP e passou a presidente executivo interino (CEO). Passou, assim, a ocupar uma função com um evidente acréscimo de responsabilidades, e que implicou um aumento salarial", diz o Governo. "Ainda assim, importa referir que Ramiro Sequeira aceitou um salário bastante inferior ao salário de referência do seu antecessor nas mesmas funções, Antonoaldo Neves. Portanto, o CEO da TAP não teve qualquer aumento de remuneração, pelo contrário, verificou-se uma diminuição", ressalva.

"Alexandra Vieira Reis passou de chief procurement officer (CPO) da TAP, um cargo diretivo, para administradora executiva e, com isso, foi feita a atualização salarial correspondente à mudança de funções", refere ainda o Governo.

Ramiro Sequeira e Alexandra Vieira Reis "estão a acumular as novas funções com as funções antigas e que o aumento salarial que tem sido noticiado contabiliza as duas funções que, transitoriamente, ocupam em simultâneo", reforça.

Quanto a Miguel Frasquilho, chairman da TAP SGPS, passou desde outubro a acumular funções com as até então desempenhadas por Humberto Pedrosa, como Presidente do Conselho de Administração da TAP S.A. e da Portugália, "pelo que a remuneração foi automaticamente ajustada às funções desempenhadas, sem que tenha existido qualquer aumento de massa salarial paga para as funções acumuladas", diz o executivo.

"Miguel Frasquilho já comunicou a intenção de renunciar qualquer diferencial que resulte de acumulação das funções com efeitos à data de 28 de outubro", diz a tutela.

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