Ricardo Baptista Leite: "Não vai ser em setembro que vamos andar a comprar vacinas que já não existem"

20-05-2020
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O deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite apontou como exemplo de falta de planeamento do Ministério da Saúde o facto de Portugal ainda não ter feito nenhuma encomenda da vacina da gripe sazonal, apesar de “estarmos a ver que a maioria dos países europeus aumentaram as suas requisições”, havendo casos em que encomendaram 80% mais doses do que no ano passado num mercado em que há limites à produção. “Não vai ser em setembro que vamos andar a comprar vacinas que já não existem”, disse o também médico durante a conferência online “Saúde e Economia: Que Equilíbrio Possível?”, organizada pelo Conselho Estratégico Nacional do PSD.

Para Baptista Leite, a falta de planeamento tem limitado a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em condições normais e ainda mais na crise de saúde pública da Covid-19. Lembrando que a falta de reagentes atrasou o processo de testagem da população e que as primeiras encomendas de equipamentos de proteção individual só ocorreram no mês de março, “em plena pandemia”, o deputado salientou ainda que a resposta a outras doenças foi muito afetada. Um dos exemplos que apontou foi a redução do número de diagnósticos de cancro, considerando que “vão ser diagnosticados tardiamente”, com impacto na mortalidade e morbilidade dos pacientes.

“Não podemos voltar a ser apanhados desprevenidos. A Direção-Geral de Saúde não tem o mínimo de capacidade tal como está estruturada hoje e a Europa não está capaz de agir de forma concertada. Vamos ter de fazer uma reforma absoluta, que mais do que dinheiro passa por uma reorganização”, defendeu o social-democrata, para quem o SNS já mostrava incapacidades de responder “muito antes da Covid-19”, apelando a que ninguém “tape o sol com a peneira” nos elogios à saúde pública. E a que sejam rapidamente identificados profissionais de saúde com formação em cuidados intensivos, pois “não basta ter unidades de cuidados intensivos e há que ter quem os saiba operar”.

Quanto ao mote da conferência, moderada pelo médico de saúde pública Ricardo Mexia e que também contou com o deputado social-democrata Álvaro Almeida e com o médico António Araújo, Baptista Leite realçou a importância de “minimizarmos o tamanho da próxima ou próximas ondas da pandemia”, com uma “abertura faseada da sociedade”, o que implica avaliar o que funciona ou não funciona, pois se houver aumento no número de casos e de internados nos cuidados intensivos poderá ser necessário “parar, retroceder ou até voltar para o confinamento inicial”.

“É fundamental que a economia não pare e não só em Portugal. Também nos mercados prioritários em termos de exportações”, disse o deputado do PSD, apontando como necessária a coordenação europeia e o reforço da aliança atlântica “perante a emergência de uma China que sai reforçada economicamente”. Embora a única forma de assegurar de imediato a conciliação entre saúde e economia fosse, como começou por referir, a descoberta de uma vacina para a Covid-19.

O deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite apontou como exemplo de falta de planeamento do Ministério da Saúde o facto de Portugal ainda não ter feito nenhuma encomenda da vacina da gripe sazonal, apesar de “estarmos a ver que a maioria dos países europeus aumentaram as suas requisições”, havendo casos em que encomendaram 80% mais doses do que no ano passado num mercado em que há limites à produção. “Não vai ser em setembro que vamos andar a comprar vacinas que já não existem”, disse o também médico durante a conferência online “Saúde e Economia: Que Equilíbrio Possível?”, organizada pelo Conselho Estratégico Nacional do PSD.

Para Baptista Leite, a falta de planeamento tem limitado a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em condições normais e ainda mais na crise de saúde pública da Covid-19. Lembrando que a falta de reagentes atrasou o processo de testagem da população e que as primeiras encomendas de equipamentos de proteção individual só ocorreram no mês de março, “em plena pandemia”, o deputado salientou ainda que a resposta a outras doenças foi muito afetada. Um dos exemplos que apontou foi a redução do número de diagnósticos de cancro, considerando que “vão ser diagnosticados tardiamente”, com impacto na mortalidade e morbilidade dos pacientes.

“Não podemos voltar a ser apanhados desprevenidos. A Direção-Geral de Saúde não tem o mínimo de capacidade tal como está estruturada hoje e a Europa não está capaz de agir de forma concertada. Vamos ter de fazer uma reforma absoluta, que mais do que dinheiro passa por uma reorganização”, defendeu o social-democrata, para quem o SNS já mostrava incapacidades de responder “muito antes da Covid-19”, apelando a que ninguém “tape o sol com a peneira” nos elogios à saúde pública. E a que sejam rapidamente identificados profissionais de saúde com formação em cuidados intensivos, pois “não basta ter unidades de cuidados intensivos e há que ter quem os saiba operar”.

Quanto ao mote da conferência, moderada pelo médico de saúde pública Ricardo Mexia e que também contou com o deputado social-democrata Álvaro Almeida e com o médico António Araújo, Baptista Leite realçou a importância de “minimizarmos o tamanho da próxima ou próximas ondas da pandemia”, com uma “abertura faseada da sociedade”, o que implica avaliar o que funciona ou não funciona, pois se houver aumento no número de casos e de internados nos cuidados intensivos poderá ser necessário “parar, retroceder ou até voltar para o confinamento inicial”.

“É fundamental que a economia não pare e não só em Portugal. Também nos mercados prioritários em termos de exportações”, disse o deputado do PSD, apontando como necessária a coordenação europeia e o reforço da aliança atlântica “perante a emergência de uma China que sai reforçada economicamente”. Embora a única forma de assegurar de imediato a conciliação entre saúde e economia fosse, como começou por referir, a descoberta de uma vacina para a Covid-19.

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