Câmara Corporativa: «Camaradas socialistas, posso ralhar-lhes?»

21-06-2020
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«Camaradas socialistas, posso ralhar-lhes? 1. Então vocês achavam que isto ia ser favas contadas, que o facto de a direita dominar Belém e São Bento, e os interesses dominarem os média, e o Ministério Público adorar efabulações, e os ricos terem ficado mais ricos, e os bancos terem escapado à ruína com dinheiro do Estado, e os privados estarem a comer nos despojos do Estado social, e os instalados do novo regime não quererem desinstalar-se, vocês achavam que nada disto ia contar e que ia ser um passeio triunfal do António Costa até às eleições legislativas? 2. Vocês não tinham ainda percebido que ia ser usado o que fosse preciso e sucessivamente abandonado o que não colasse (por ordem, a colagem aos interesses na campanha das primárias; a 'contaminação' pela detenção de Sócrates; a permanência na Câmara de Lisboa; o 'socialismo' de Ricardo Salgado; as 'taxinhas' dessa Câmara; ou, a mais ridícula, ainda não ter Costa apresentado formalmente o orçamento de Estado para 2016!), numa barragem poderosa e contínua? 3. Que ia ser aproveitado qualquer deslize, qualquer ambiguidade, qualquer palavra e qualquer silêncio? 4. E que em tudo isso a direita ia poder contar, garantidamente, com o entusiasmo jornalístico por casos e descasos e com a precipitação de todos quantos, vagamente nas hostes do PS, veem nestes momentos a oportunidade de se resgatarem a si próprios de um merecido esquecimento com alguma atitude bombástica? 5. Ó camaradas, que ingenuidade! E tantos de vocês com tantos anos de tarimba, que já viram isto várias vezes! Vá lá, um pouco mais de sangue frio.»Augusto Santos Silva, no Facebook


«Camaradas socialistas, posso ralhar-lhes? 1. Então vocês achavam que isto ia ser favas contadas, que o facto de a direita dominar Belém e São Bento, e os interesses dominarem os média, e o Ministério Público adorar efabulações, e os ricos terem ficado mais ricos, e os bancos terem escapado à ruína com dinheiro do Estado, e os privados estarem a comer nos despojos do Estado social, e os instalados do novo regime não quererem desinstalar-se, vocês achavam que nada disto ia contar e que ia ser um passeio triunfal do António Costa até às eleições legislativas? 2. Vocês não tinham ainda percebido que ia ser usado o que fosse preciso e sucessivamente abandonado o que não colasse (por ordem, a colagem aos interesses na campanha das primárias; a 'contaminação' pela detenção de Sócrates; a permanência na Câmara de Lisboa; o 'socialismo' de Ricardo Salgado; as 'taxinhas' dessa Câmara; ou, a mais ridícula, ainda não ter Costa apresentado formalmente o orçamento de Estado para 2016!), numa barragem poderosa e contínua? 3. Que ia ser aproveitado qualquer deslize, qualquer ambiguidade, qualquer palavra e qualquer silêncio? 4. E que em tudo isso a direita ia poder contar, garantidamente, com o entusiasmo jornalístico por casos e descasos e com a precipitação de todos quantos, vagamente nas hostes do PS, veem nestes momentos a oportunidade de se resgatarem a si próprios de um merecido esquecimento com alguma atitude bombástica? 5. Ó camaradas, que ingenuidade! E tantos de vocês com tantos anos de tarimba, que já viram isto várias vezes! Vá lá, um pouco mais de sangue frio.»Augusto Santos Silva, no Facebook

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