pontos de vista: Caderno de Tóquio

24-09-2020
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Caderno de Tóquio
Porfírio Silva

Esfera do Caos (2015)

Este verão fui a Tóquio, não em viagem presencial,
infelizmente, mas através das palavras e do registo fotográfico de Porfírio
Silva. Poderia, quase, ser um diário da sua estadia de cinco meses como
investigador de robótica na Universidade de Tóquio, mas como o título sugere, trata-se
de um registo de diversos apontamentos, acompanhados na maioria dos casos, por
fotografias que ilustram as curiosidades e assimetrias de uma cultura longínqua
da ocidental.

Viajamos
num país diferente, em hábitos e costumes. Como em tudo o que é diferente,
primeiro estranha-se, depois entranha-se.

Deparamo-nos
com o preciosismo da cortesia mas também da burocracia, particularidades da
política nipónica, o enfoque cultural, as tradições e os aspectos gerais de uma cultural milenar,
através de um olhar atento aos detalhes.

Envolvemo-nos em diversos
relatos, como a preciosidade da cerimónia do chá, a robótica, os teatros nas
suas diferentes apresentações, o sumo, os arranjos florais, as ilhas, a banda
desenhada na sua versão manga, os cultos budistas e xintoísta. Tudo inventariado
com pormenores suficientes para nos sentirmos in loco. Um registo de um filósofo em viagem que intencionalmente nos
revela a grandeza de uma cultura antagónica. Não posso deixar de me fascinar
com o desfile de diferenças e semelhanças do ser humano em qualquer face do
planeta. O que se manifesta por trás de cada cultura e dos respetivos hábitos.

Deliciei-me com o
respeito pela natureza (em contraste com algumas incongruências próprias do ser
humano), assim como a crença de que os objetos ganham o espírito de quem com
eles partilha a vida. 

Viajamos assim, neste
caderno, até um Japão com zonas obrigatórias a visitar, bem como espaços menos
prováveis pelos comuns dos turistas e evidentemente, menos evidentes na cultura
oficial. 

O autor enquadra as
visitas e os contextos vividos, refletindo com o leitor o seu ponto de vista,
questiona e elenca situações experienciadas, algumas caricatas ou mais curiosas
para os ocidentais, assinalando as idiossincrasias de um país distante e
paralelamente fascinante.

Como sempre nas viagens,
também nesta viagem literária, há um modo de olhar o outro, de entender que
existem outros mundos diferentes do nosso.

Elvira Cristina Silva

in: Sugestão de Leitura na Newsletter Pin-ANDEE (Pró-Inclusão-Associação Nacional dos Docentes de Educação Especial) nº 91 (página 8)- outubro 2015 - 1.ª quinzena 

Caderno de Tóquio
Porfírio Silva

Esfera do Caos (2015)

Este verão fui a Tóquio, não em viagem presencial,
infelizmente, mas através das palavras e do registo fotográfico de Porfírio
Silva. Poderia, quase, ser um diário da sua estadia de cinco meses como
investigador de robótica na Universidade de Tóquio, mas como o título sugere, trata-se
de um registo de diversos apontamentos, acompanhados na maioria dos casos, por
fotografias que ilustram as curiosidades e assimetrias de uma cultura longínqua
da ocidental.

Viajamos
num país diferente, em hábitos e costumes. Como em tudo o que é diferente,
primeiro estranha-se, depois entranha-se.

Deparamo-nos
com o preciosismo da cortesia mas também da burocracia, particularidades da
política nipónica, o enfoque cultural, as tradições e os aspectos gerais de uma cultural milenar,
através de um olhar atento aos detalhes.

Envolvemo-nos em diversos
relatos, como a preciosidade da cerimónia do chá, a robótica, os teatros nas
suas diferentes apresentações, o sumo, os arranjos florais, as ilhas, a banda
desenhada na sua versão manga, os cultos budistas e xintoísta. Tudo inventariado
com pormenores suficientes para nos sentirmos in loco. Um registo de um filósofo em viagem que intencionalmente nos
revela a grandeza de uma cultura antagónica. Não posso deixar de me fascinar
com o desfile de diferenças e semelhanças do ser humano em qualquer face do
planeta. O que se manifesta por trás de cada cultura e dos respetivos hábitos.

Deliciei-me com o
respeito pela natureza (em contraste com algumas incongruências próprias do ser
humano), assim como a crença de que os objetos ganham o espírito de quem com
eles partilha a vida. 

Viajamos assim, neste
caderno, até um Japão com zonas obrigatórias a visitar, bem como espaços menos
prováveis pelos comuns dos turistas e evidentemente, menos evidentes na cultura
oficial. 

O autor enquadra as
visitas e os contextos vividos, refletindo com o leitor o seu ponto de vista,
questiona e elenca situações experienciadas, algumas caricatas ou mais curiosas
para os ocidentais, assinalando as idiossincrasias de um país distante e
paralelamente fascinante.

Como sempre nas viagens,
também nesta viagem literária, há um modo de olhar o outro, de entender que
existem outros mundos diferentes do nosso.

Elvira Cristina Silva

in: Sugestão de Leitura na Newsletter Pin-ANDEE (Pró-Inclusão-Associação Nacional dos Docentes de Educação Especial) nº 91 (página 8)- outubro 2015 - 1.ª quinzena 

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