O céu desaba na rua indefesa. Chora o céu.E em mim chove. A noite parece ser mais noite,mais escura, quando chove.
Na mão seguro um caderno de capa vermelho-sangue.
E foi com o sangue de alguma veia que me rebentou
nos dedos, que dei vida a todas as páginas.
Sinto dizer que não deixarei muito,
a não ser este caderno: silêncios que me arderamnos ossos, porque a vida queimava.
Onde as dores devoram o papel nicado e amarelecido,
mais que o tempo. O que deixo são uns quantosmomentos comovidos e alguma mágoa alvoraçada.Um cálice cheio da melancolia que os meus olhos beberam.Se o leres, promete que não sentirás pena.É nas profundezas dos abismos que se equilibra a vida,e a noite se abre. Sei que é pouco. Muito pouco.Julgamos sempre ser mais do que algumas vez fomos,ou seremos.
http://soniagmicaelo.blogspot.pt/#!/2014/11/o-caderno.html
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O céu desaba na rua indefesa. Chora o céu.E em mim chove. A noite parece ser mais noite,mais escura, quando chove.
Na mão seguro um caderno de capa vermelho-sangue.
E foi com o sangue de alguma veia que me rebentou
nos dedos, que dei vida a todas as páginas.
Sinto dizer que não deixarei muito,
a não ser este caderno: silêncios que me arderamnos ossos, porque a vida queimava.
Onde as dores devoram o papel nicado e amarelecido,
mais que o tempo. O que deixo são uns quantosmomentos comovidos e alguma mágoa alvoraçada.Um cálice cheio da melancolia que os meus olhos beberam.Se o leres, promete que não sentirás pena.É nas profundezas dos abismos que se equilibra a vida,e a noite se abre. Sei que é pouco. Muito pouco.Julgamos sempre ser mais do que algumas vez fomos,ou seremos.
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