porosidade etérea: Pátria

05-12-2019
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Por um país de pedra e vento duroPor um país de luz perfeita e claraPelo negro da terra e pelo branco do muroPelos rostos de silêncio e de paciênciaQue a miséria longamente desenhouRente aos ossos com toda a exactidãoDum longo relatório irrecusávelE pelos rostos iguais ao sol e ao ventoE pela limpidez das tão amadasPalavras sempre ditas com paixãoPela cor e pelo peso das palavrasPelo concreto silêncio limpo das palavrasDonde se erguem as coisas nomeadasPela nudez das palavras deslumbradas— Pedra rio vento casaPranto dia canto alentoEspaço raiz e águaÓ minha pátria e meu centroMe dói a lua me soluça o marE o exílio se inscreve em pleno tempo.Sophia de Mello Breyner Andresen


Por um país de pedra e vento duroPor um país de luz perfeita e claraPelo negro da terra e pelo branco do muroPelos rostos de silêncio e de paciênciaQue a miséria longamente desenhouRente aos ossos com toda a exactidãoDum longo relatório irrecusávelE pelos rostos iguais ao sol e ao ventoE pela limpidez das tão amadasPalavras sempre ditas com paixãoPela cor e pelo peso das palavrasPelo concreto silêncio limpo das palavrasDonde se erguem as coisas nomeadasPela nudez das palavras deslumbradas— Pedra rio vento casaPranto dia canto alentoEspaço raiz e águaÓ minha pátria e meu centroMe dói a lua me soluça o marE o exílio se inscreve em pleno tempo.Sophia de Mello Breyner Andresen

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