Presidenciais. PS divide-se entre apoios a Marcelo, Ana Gomes e até João Ferreira. Quem apoia quem?

14-11-2020
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António Costa. A história repete-se: tal como, em 1991, Cavaco Silva aconselhou o PSD a não ir a jogo, em jeito de apoio implícito a Mário Soares, que à época atingia picos de popularidade incontestáveis e que acabaria reeleito com mais de 70% dos votos, também António Costa se prepara para patrocinar um apoio oficioso a Marcelo Rebelo de Sousa.

Foi o que fez em maio, no célebre ‘momento Autoeuropa’, em que, com o Presidente da República ao lado, abriu caminho à desejada reeleição de Marcelo, dizendo que em equipa que ganha — ou, pelo menos, que funciona — não se mexe. Mas depois de ter lançado a lebre, Costa escondeu-se na toca e pediu recato aos governantes que, enquanto governantes, não deviam pronunciar-se sobre candidaturas presidenciais. Até este sábado.

Já na qualidade de secretário-geral do PS, e não primeiro-ministro, Costa viu aprovada uma moção que deixa em aberto os apoios, e escudou-se no argumento de que as candidaturas presidenciais são individuais, não executivas, e por isso não devem emanar dos partidos. Certo é que a moção, da qual é o primeiro subscritor, dedica uma grande parte a fazer elogios ao atual Presidente da República, a fazer uma “avaliação positiva” do mandato, e a enaltecer a “correta cooperação institucional entre o Presidente da República e o Governo”. Mais: Costa deixou escrito que Marcelo foi um “importante contributo para que Portugal superasse a crise e retomasse o caminho do crescimento e da convergência com a União Europeia e reforçasse a sua credibilidade internacional” nos tempos difíceis da crise económica. Logo, será igualmente importante nos tempos negros de crise que se avizinham.

Augusto Santos Silva. Quando Costa pediu recato, Santos Silva não respeitou e várias foram as vezes em que não se coibiu de elogiar a “importância” do mandato de Marcelo Rebelo de Sousa. Fê-lo numa entrevista à TVI, onde disse que Ana Gomes era uma boa candidata mas não uma boa candidata do PS, o que motivou críticas duras da parte de outro ministro, Pedro Nuno Santos, que também violou o dever de recato para dizer que os militantes socialistas não podem servir para umas coisas — cargos de direção ou para o Parlamento Europeu — e não servir para outras, acabando “vilipendiados”.

Para Santos Silva, que fez uma intervenção na comissão política nacional do passado sábado a elogiar a escolha por Marcelo, a avaliação que faz do mandato do PR é “muito positiva”, e acredita que é essa também a perceção da “esmagadora maioria dentro do PS”. “Foi muito importante este equilíbrio entre maioria na Assembleia da República, Governo e Presidente da República para que o país tivesse estabilidade e reconhecimento internacional”, disse em entrevista à TVI, altura em que apresentou três critérios para apoiar Marcelo, sendo um deles uma crítica implícita a Ana Gomes: “Não devemos combater extremismos com outros extremismos, gostaria que o combate contra os extremismo fosse a partir do grande arco dos moderados, que compreendem o bom-senso do povo português”, disse, incluindo Marcelo neste arco (e não Ana Gomes)

Carlos César. O presidente do PS deixou logo claro, em maio, ao que ia: não apoiará “um candidato ou candidata distante das pessoas, rude, divisionista ou propenso ou propensa ao radicalismo”. Não disse o nome de Ana Gomes, mas ficou subentendido. São conhecidas as divergências do açoriano com a ex-eurodeputada, que o acusou de ser “apparatchik” a propósito de uma polémica com o Benfica, e não foi de estranha quando César saiu em defesa de Marcelo, o único capaz de patrocinar uma candidatura que preenche “as preferências dos eleitores de centro-direita e centro-esquerda, que é o grande espaço eleitoral do país”.

Ferro Rodrigues. Foi dos primeiros a dizê-lo sem tabu: se as eleições fossem amanhã, “não teria dúvidas em quem votaria” e era em Marcelo Rebelo de Sousa. Enquanto Presidente da Assembleia da República, Ferro chegou a deixar rasgados elogios a Marcelo, numa entrevista à agência Lusa, no verão, antevendo que não é preciso o Governo ter medo do síndrome dos segundos mandatos, porque Marcelo não é um Presidente qualquer. “O Presidente da República atual não tem essa lógica de funcionamento de primeiro mandato e de segundo mandato”, disse Ferro Rodrigues, para quem Marcelo “é uma personalidade com um grau de independência em relação a ele próprio, às suas próprias convicções ideológicas, religiosas, que o torna, exatamente por essa independência, um grande Presidente da República”.

Fernando Medina. Foi um apoio de peso saído da Comissão Nacional: enquanto Pedro Nuno Santos, futuro putativo candidato à liderança do PS, assumiu o seu apoio a Ana Gomes, o também futuro putativo candidato à liderança do PS Fernando Medina fez o mesmo mas em relação a Marcelo Rebelo de Sousa. O autarca de Lisboa seguiu a mesma linha da cúpula socialista e elogiou as boas relações institucionais com o atual PR, fez uma avaliação positiva do mandato presidencial e, em nome da estabilidade, declarou o seu apoio.

Vieira da Silva. O ex-ministro do Trabalho só não declara já o seu apoio a Marcelo Rebelo de Sousa porque Marcelo Rebelo de Sousa ainda não é candidato — “Não quero fazer pressão sobre o Presidente”, ironiza ao Observador. Mas a verdade é que o dirigente socialista faz uma “avaliação globalmente positiva” do mandato presidencial e foi isso que expressou na reunião magna do partido, no último sábado. Quando essa avaliação positiva, além de tudo, tem expressão nos estudos de opinião, que têm dado Marcelo a liderar a preferência dos eleitores socialistas, então mais uma razão para achar que Marcelo é preferência “global” dos cidadãos. “Numa situação tão exigente como aquela que estamos a viver, o que devemos privilegiar é a criação de ambientes de estabilidade e convergência tão amplos como possível”, chegou a dizer Vieira da Silva em entrevista ao programa Vichyssoise, da Rádio Observador.

Também Edite Estrela fez uma intervenção elogiosa de Marcelo Rebelo de Sousa na reunião da comissão política nacional do último sábado, segundo escreveu a agência Lusa citando fontes presentes na reunião. E José Luís Carneiro, apesar de querer manter reserva sobre o seu sentido de voto, enquanto secretário-geral-adjunto, o Observador sabe que a linha de pensamento é a que ficou expressa na moção que foi aprovada na Comissão Nacional, onde consta uma avaliação positiva do mandato de Marcelo e onde se pede que o voto dos socialistas, individualmente, seja decidido com vista à valorização da cooperação institucional entre Belém e São Bento.

Álvaro Beleza. É um dos últimos seguristas no órgão de direção do PS e, ao Observador, explica o porquê da sua escolha por Marcelo Rebelo de Sousa, o candidato do centro. “Sou amigo da Ana Gomes, é uma guerreira, honesta, corajosa, bate-se por causas como a transparência e a decência”, começa por dizer ao Observador, em jeito de preâmbulo. Mas o perfil de candidato presidencial deve ser outro e a escolha deve ser feita em função do perfil (tem uma “admiração intelectual” muito grande por Marcelo), por um lado, e da ideologia, por outro.

E é na ideologia que Álvaro Beleza diz aproximar-se mais do atual PR. “Faz sentido que os moderados do PS estejam com Marcelo Rebelo de Sousa, que é um centrista (apesar de ser centro-direita), que é onde eu estou”, diz, assumindo que Ana Gomes está “mais à esquerda” do que ele próprio e admitindo que o PS sempre teve problemas em unir-se em torno de um candidato porque “é no PS que está o centro em Portugal”. E o centro é mais oscilante. Para Álvaro Beleza, Marcelo foi um PR “cooperante” neste mandato, tal como foi Mário Soares no seu primeiro mandato, o que motivou Cavaco a abrir caminho para a sua reeleição. E é isso que, no seu entender, faz sentido que volte a acontecer. Até porque, diz ainda, o equilíbrio de poderes, num sistema semi-presidencialista como o português, é feito com base no Presidente da República, e, por isso, faz sentido que seja de uma cor política diferente do Governo.

Vítor Ramalho. O ex-dirigente socialista, que trabalhou dez anos ao lado de Mário Soares em Belém, assumiu esta quarta-feira, ao jornal i, que apoia a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. E explicou porquê: com uma crise sem precedentes a aproximar-se, a única hipótese realista é Marcelo. “Voto em Marcelo Rebelo de Sousa. Não há outra solução. Quem gosta deste país tem de ser realista”, disse, defendendo que a resposta à crise deve ser feita “juntando e não dividindo”.

Presidente da câmara de Leiria, Gonçalo Lopes. Excluindo Fernando Medina, Gonçalo Lopes foi o primeiro autarca socialista a manifestar publicamente o apoio a Marcelo Rebelo de Sousa. “O balanço que faço do primeiro mandato do Professor Marcelo Rebelo de Sousa é extremamente positivo, tendo ficado marcado por um trabalho de grande proximidade à comunidade, numa presidência de afeto, exercida no terreno, junto da população”, explica o autarca de Leiria numa nota enviada às redações esta quarta-feira. Um apoio particularmente importante para quem diz que, à exceção da cúpula de Costa, não há na militância de base socialista quem se mostre disposto a votar em Marcelo. Afinal há.

Ana Gomes, a candidata da esquerda (e de Assis)

António Costa. A história repete-se: tal como, em 1991, Cavaco Silva aconselhou o PSD a não ir a jogo, em jeito de apoio implícito a Mário Soares, que à época atingia picos de popularidade incontestáveis e que acabaria reeleito com mais de 70% dos votos, também António Costa se prepara para patrocinar um apoio oficioso a Marcelo Rebelo de Sousa.

Foi o que fez em maio, no célebre ‘momento Autoeuropa’, em que, com o Presidente da República ao lado, abriu caminho à desejada reeleição de Marcelo, dizendo que em equipa que ganha — ou, pelo menos, que funciona — não se mexe. Mas depois de ter lançado a lebre, Costa escondeu-se na toca e pediu recato aos governantes que, enquanto governantes, não deviam pronunciar-se sobre candidaturas presidenciais. Até este sábado.

Já na qualidade de secretário-geral do PS, e não primeiro-ministro, Costa viu aprovada uma moção que deixa em aberto os apoios, e escudou-se no argumento de que as candidaturas presidenciais são individuais, não executivas, e por isso não devem emanar dos partidos. Certo é que a moção, da qual é o primeiro subscritor, dedica uma grande parte a fazer elogios ao atual Presidente da República, a fazer uma “avaliação positiva” do mandato, e a enaltecer a “correta cooperação institucional entre o Presidente da República e o Governo”. Mais: Costa deixou escrito que Marcelo foi um “importante contributo para que Portugal superasse a crise e retomasse o caminho do crescimento e da convergência com a União Europeia e reforçasse a sua credibilidade internacional” nos tempos difíceis da crise económica. Logo, será igualmente importante nos tempos negros de crise que se avizinham.

Augusto Santos Silva. Quando Costa pediu recato, Santos Silva não respeitou e várias foram as vezes em que não se coibiu de elogiar a “importância” do mandato de Marcelo Rebelo de Sousa. Fê-lo numa entrevista à TVI, onde disse que Ana Gomes era uma boa candidata mas não uma boa candidata do PS, o que motivou críticas duras da parte de outro ministro, Pedro Nuno Santos, que também violou o dever de recato para dizer que os militantes socialistas não podem servir para umas coisas — cargos de direção ou para o Parlamento Europeu — e não servir para outras, acabando “vilipendiados”.

Para Santos Silva, que fez uma intervenção na comissão política nacional do passado sábado a elogiar a escolha por Marcelo, a avaliação que faz do mandato do PR é “muito positiva”, e acredita que é essa também a perceção da “esmagadora maioria dentro do PS”. “Foi muito importante este equilíbrio entre maioria na Assembleia da República, Governo e Presidente da República para que o país tivesse estabilidade e reconhecimento internacional”, disse em entrevista à TVI, altura em que apresentou três critérios para apoiar Marcelo, sendo um deles uma crítica implícita a Ana Gomes: “Não devemos combater extremismos com outros extremismos, gostaria que o combate contra os extremismo fosse a partir do grande arco dos moderados, que compreendem o bom-senso do povo português”, disse, incluindo Marcelo neste arco (e não Ana Gomes)

Carlos César. O presidente do PS deixou logo claro, em maio, ao que ia: não apoiará “um candidato ou candidata distante das pessoas, rude, divisionista ou propenso ou propensa ao radicalismo”. Não disse o nome de Ana Gomes, mas ficou subentendido. São conhecidas as divergências do açoriano com a ex-eurodeputada, que o acusou de ser “apparatchik” a propósito de uma polémica com o Benfica, e não foi de estranha quando César saiu em defesa de Marcelo, o único capaz de patrocinar uma candidatura que preenche “as preferências dos eleitores de centro-direita e centro-esquerda, que é o grande espaço eleitoral do país”.

Ferro Rodrigues. Foi dos primeiros a dizê-lo sem tabu: se as eleições fossem amanhã, “não teria dúvidas em quem votaria” e era em Marcelo Rebelo de Sousa. Enquanto Presidente da Assembleia da República, Ferro chegou a deixar rasgados elogios a Marcelo, numa entrevista à agência Lusa, no verão, antevendo que não é preciso o Governo ter medo do síndrome dos segundos mandatos, porque Marcelo não é um Presidente qualquer. “O Presidente da República atual não tem essa lógica de funcionamento de primeiro mandato e de segundo mandato”, disse Ferro Rodrigues, para quem Marcelo “é uma personalidade com um grau de independência em relação a ele próprio, às suas próprias convicções ideológicas, religiosas, que o torna, exatamente por essa independência, um grande Presidente da República”.

Fernando Medina. Foi um apoio de peso saído da Comissão Nacional: enquanto Pedro Nuno Santos, futuro putativo candidato à liderança do PS, assumiu o seu apoio a Ana Gomes, o também futuro putativo candidato à liderança do PS Fernando Medina fez o mesmo mas em relação a Marcelo Rebelo de Sousa. O autarca de Lisboa seguiu a mesma linha da cúpula socialista e elogiou as boas relações institucionais com o atual PR, fez uma avaliação positiva do mandato presidencial e, em nome da estabilidade, declarou o seu apoio.

Vieira da Silva. O ex-ministro do Trabalho só não declara já o seu apoio a Marcelo Rebelo de Sousa porque Marcelo Rebelo de Sousa ainda não é candidato — “Não quero fazer pressão sobre o Presidente”, ironiza ao Observador. Mas a verdade é que o dirigente socialista faz uma “avaliação globalmente positiva” do mandato presidencial e foi isso que expressou na reunião magna do partido, no último sábado. Quando essa avaliação positiva, além de tudo, tem expressão nos estudos de opinião, que têm dado Marcelo a liderar a preferência dos eleitores socialistas, então mais uma razão para achar que Marcelo é preferência “global” dos cidadãos. “Numa situação tão exigente como aquela que estamos a viver, o que devemos privilegiar é a criação de ambientes de estabilidade e convergência tão amplos como possível”, chegou a dizer Vieira da Silva em entrevista ao programa Vichyssoise, da Rádio Observador.

Também Edite Estrela fez uma intervenção elogiosa de Marcelo Rebelo de Sousa na reunião da comissão política nacional do último sábado, segundo escreveu a agência Lusa citando fontes presentes na reunião. E José Luís Carneiro, apesar de querer manter reserva sobre o seu sentido de voto, enquanto secretário-geral-adjunto, o Observador sabe que a linha de pensamento é a que ficou expressa na moção que foi aprovada na Comissão Nacional, onde consta uma avaliação positiva do mandato de Marcelo e onde se pede que o voto dos socialistas, individualmente, seja decidido com vista à valorização da cooperação institucional entre Belém e São Bento.

Álvaro Beleza. É um dos últimos seguristas no órgão de direção do PS e, ao Observador, explica o porquê da sua escolha por Marcelo Rebelo de Sousa, o candidato do centro. “Sou amigo da Ana Gomes, é uma guerreira, honesta, corajosa, bate-se por causas como a transparência e a decência”, começa por dizer ao Observador, em jeito de preâmbulo. Mas o perfil de candidato presidencial deve ser outro e a escolha deve ser feita em função do perfil (tem uma “admiração intelectual” muito grande por Marcelo), por um lado, e da ideologia, por outro.

E é na ideologia que Álvaro Beleza diz aproximar-se mais do atual PR. “Faz sentido que os moderados do PS estejam com Marcelo Rebelo de Sousa, que é um centrista (apesar de ser centro-direita), que é onde eu estou”, diz, assumindo que Ana Gomes está “mais à esquerda” do que ele próprio e admitindo que o PS sempre teve problemas em unir-se em torno de um candidato porque “é no PS que está o centro em Portugal”. E o centro é mais oscilante. Para Álvaro Beleza, Marcelo foi um PR “cooperante” neste mandato, tal como foi Mário Soares no seu primeiro mandato, o que motivou Cavaco a abrir caminho para a sua reeleição. E é isso que, no seu entender, faz sentido que volte a acontecer. Até porque, diz ainda, o equilíbrio de poderes, num sistema semi-presidencialista como o português, é feito com base no Presidente da República, e, por isso, faz sentido que seja de uma cor política diferente do Governo.

Vítor Ramalho. O ex-dirigente socialista, que trabalhou dez anos ao lado de Mário Soares em Belém, assumiu esta quarta-feira, ao jornal i, que apoia a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. E explicou porquê: com uma crise sem precedentes a aproximar-se, a única hipótese realista é Marcelo. “Voto em Marcelo Rebelo de Sousa. Não há outra solução. Quem gosta deste país tem de ser realista”, disse, defendendo que a resposta à crise deve ser feita “juntando e não dividindo”.

Presidente da câmara de Leiria, Gonçalo Lopes. Excluindo Fernando Medina, Gonçalo Lopes foi o primeiro autarca socialista a manifestar publicamente o apoio a Marcelo Rebelo de Sousa. “O balanço que faço do primeiro mandato do Professor Marcelo Rebelo de Sousa é extremamente positivo, tendo ficado marcado por um trabalho de grande proximidade à comunidade, numa presidência de afeto, exercida no terreno, junto da população”, explica o autarca de Leiria numa nota enviada às redações esta quarta-feira. Um apoio particularmente importante para quem diz que, à exceção da cúpula de Costa, não há na militância de base socialista quem se mostre disposto a votar em Marcelo. Afinal há.

Ana Gomes, a candidata da esquerda (e de Assis)

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