Trabalhadores do CDS acusam partido de bullying laboral

24-01-2020
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Todos os dias, desde o final do mês de outubro, Alexandra Sousa Uva chega ao seu posto de trabalho na sede nacional do CDS e senta-se numa sala partilhada com outro colega. A partir daí, um vazio: a assessora do partido de Assunção Cristas, a atravessar um processo de extinção do posto de trabalho, garante que não tem qualquer tarefa atribuída desde então, mesmo em vésperas de congresso nacional, uma fase que naturalmente seria de muito trabalho para os funcionários do partido.

O relato é feito pela própria, que esta semana impugnou o processo por encontrar nele uma série de irregularidades, incluindo a mudança das suas funções ou o corte no subsídio de refeição sem aviso prévio, e continua a deslocar-se ao Largo Adelino Amaro da Costa, em Lisboa, para se apresentar no trabalho. Da parte da secretaria-geral, silêncio: contactado pelo Expresso, Pedro Morais Soares, secretário-geral do CDS, recusa pronunciar-se sobre o caso e garante não ter “conhecimento” de qualquer das acusações, embora Alexandra Sousa Uva tenha até recebido um email em que o partido ameaça “barrar-lhe a entrada” nas instalações se insistir em ir trabalhar.

A extinção do posto de trabalho não é caso único e acontece no contexto de uma situação de caos financeiro do CDS, com os maus resultados nas eleições de outubro a traduzirem-se numa redução significativa da subvenção que o partido recebe do Estado. Por isso, logo em outubro teve início um processo mais vasto de despedimentos e encerramento de sedes. Como o Expresso noticiava em novembro, os trabalhadores começavam então a queixar-se de processos de rescisão ilegais e de alegado assédio no trabalho, ponderando mesmo criar uma comissão de trabalhadores. Na época, uma fonte que estava também a passar pelo mesmo processo e que pediu para não ser identificada, dava exemplos semelhantes: “Há bullying sobre alguns funcionários e ordens expressas para não lhes ser dado trabalho. Ficam sete ou oito horas sentados à secretária, só para cumprirem o horário e para não lhes ser posto um processo disciplinar”, contava.

O relato de Alexandra Sousa Uva vem engrossar essas queixas. “Em fevereiro de 2018 alteraram-me a categoria profissional de assessora para secretária sem eu ter assinado qualquer documento.” A trabalhadora garante só ter dado pela mudança agora depois de no final de outubro ter arrancado o seu processo de saída, uma vez que os recibos de vencimento - a que o Expresso teve acesso e nos quais se confirma a mudança de categoria - não eram entregues atempadamente.

Alexandra Sousa Uva pediu o documento que a secretaria-geral assegura que chegou a assinar para dar autorização à mudança, mas o mesmo não lhe foi facultado. Assim como não lhe foi facultada a autorização que supostamente terá dado para que o seu subsídio de refeição fosse diminuído. “Onde está esse documento assinado por mim?”, questiona a assessora, que trabalha há dez anos para o partido, incluindo para o gabinete de Paulo Portas no Ministério dos Negócios Estrangeiros ou como vice-primeiro-ministro (e que, acrescenta, já desempenhou funções na portaria ou no call center do CDS sem que a mudança de funções fosse oficializada nos recibos).

O que se passa desde outubro, descreve, é que está “isolada numa sala com um colega” sem “rigorosamente algo que fazer”. “Há dois meses que não tenho uma única coisa para fazer. Transmiti ao secretário-geral que iria processá-lo por bullying laboral e ele respondeu-me 'porquê, se não há nada para fazer?'”, lamenta. Certo é que, em altura de pré-congresso - marcado para 25 e 26 de janeiro -, o momento é precisamente de aumento da carga de trabalho na sede do partido.

Todos os dias, desde o final do mês de outubro, Alexandra Sousa Uva chega ao seu posto de trabalho na sede nacional do CDS e senta-se numa sala partilhada com outro colega. A partir daí, um vazio: a assessora do partido de Assunção Cristas, a atravessar um processo de extinção do posto de trabalho, garante que não tem qualquer tarefa atribuída desde então, mesmo em vésperas de congresso nacional, uma fase que naturalmente seria de muito trabalho para os funcionários do partido.

O relato é feito pela própria, que esta semana impugnou o processo por encontrar nele uma série de irregularidades, incluindo a mudança das suas funções ou o corte no subsídio de refeição sem aviso prévio, e continua a deslocar-se ao Largo Adelino Amaro da Costa, em Lisboa, para se apresentar no trabalho. Da parte da secretaria-geral, silêncio: contactado pelo Expresso, Pedro Morais Soares, secretário-geral do CDS, recusa pronunciar-se sobre o caso e garante não ter “conhecimento” de qualquer das acusações, embora Alexandra Sousa Uva tenha até recebido um email em que o partido ameaça “barrar-lhe a entrada” nas instalações se insistir em ir trabalhar.

A extinção do posto de trabalho não é caso único e acontece no contexto de uma situação de caos financeiro do CDS, com os maus resultados nas eleições de outubro a traduzirem-se numa redução significativa da subvenção que o partido recebe do Estado. Por isso, logo em outubro teve início um processo mais vasto de despedimentos e encerramento de sedes. Como o Expresso noticiava em novembro, os trabalhadores começavam então a queixar-se de processos de rescisão ilegais e de alegado assédio no trabalho, ponderando mesmo criar uma comissão de trabalhadores. Na época, uma fonte que estava também a passar pelo mesmo processo e que pediu para não ser identificada, dava exemplos semelhantes: “Há bullying sobre alguns funcionários e ordens expressas para não lhes ser dado trabalho. Ficam sete ou oito horas sentados à secretária, só para cumprirem o horário e para não lhes ser posto um processo disciplinar”, contava.

O relato de Alexandra Sousa Uva vem engrossar essas queixas. “Em fevereiro de 2018 alteraram-me a categoria profissional de assessora para secretária sem eu ter assinado qualquer documento.” A trabalhadora garante só ter dado pela mudança agora depois de no final de outubro ter arrancado o seu processo de saída, uma vez que os recibos de vencimento - a que o Expresso teve acesso e nos quais se confirma a mudança de categoria - não eram entregues atempadamente.

Alexandra Sousa Uva pediu o documento que a secretaria-geral assegura que chegou a assinar para dar autorização à mudança, mas o mesmo não lhe foi facultado. Assim como não lhe foi facultada a autorização que supostamente terá dado para que o seu subsídio de refeição fosse diminuído. “Onde está esse documento assinado por mim?”, questiona a assessora, que trabalha há dez anos para o partido, incluindo para o gabinete de Paulo Portas no Ministério dos Negócios Estrangeiros ou como vice-primeiro-ministro (e que, acrescenta, já desempenhou funções na portaria ou no call center do CDS sem que a mudança de funções fosse oficializada nos recibos).

O que se passa desde outubro, descreve, é que está “isolada numa sala com um colega” sem “rigorosamente algo que fazer”. “Há dois meses que não tenho uma única coisa para fazer. Transmiti ao secretário-geral que iria processá-lo por bullying laboral e ele respondeu-me 'porquê, se não há nada para fazer?'”, lamenta. Certo é que, em altura de pré-congresso - marcado para 25 e 26 de janeiro -, o momento é precisamente de aumento da carga de trabalho na sede do partido.

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