Karpov, um dos grandes mitos do Xadrez moderno, escreveu um livro notável onde estabelece um paralelismo entre o Xadrez e a Vida.
Eu sou um apreciador desse secular jogo desde os meus tempos de criança. O meu pai, um conhecedor e entusiasta do xadrez iniciou, muito cedo, os dois filhos nessa salutar prática.
Recordo com nostalgia os serões que nos proporcionava com campeonatos "à séria" entre os 3.
Karpov x Kasparov
(Imagem net)
Mais tarde, ainda na minha juventude joguei no clube da escola e participei em diversos eventos.
Hoje continuo a jogar e a estudar xadrez regularmente num site internacional fantástico - InstantChess.com - que se rege pelas regras e avaliações da Federação Internacional de Xadrez.
Sou um jogador vulgar mas empenhado e entusiasta.
O Xadrez é simultaneamente um jogo, uma ciência e uma arte. Assim é vulgarmente definido.
Ciência - pois é objecto, desde há muito, de estudos complexos, de análises e ensaios rigorosos no campo científico.
Arte - porque dá espaço para a criatividade, para o experimentalismo e, por outro lado reflecte o carácter e a personalidade de quem o pratica. Na história dos Grandes Mestres de Xadrez constata-se essa característica. Enquanto alguns grandes jogadores, como Karpov se caracterizam pela astúcia defensiva outros como Bobby Fischer notabilizaram-se e tornaram-se lendas pela impulsividade e improvisação do seu jogo ofensivo.
Bobby Fischer (imagem net)
O Xadrez é um jogo simples; um tabuleiro com 16 peças para cada jogador e 64 casas alternadamente claras e escuras.
Dois exércitos, à partida com as mesmas hipóteses e os mesmos recursos aí se defrontam.
Cada jogador estabelece uma estratégia e joga tacticamente para atingir o objectivo do jogo - O Xeque-mate ao rei do oponente.
A Guerra no tabuleiro tem essencialmente 3 momentos distintos: a Abertura, o Meio-jogo, e o Final de Jogo.
De uma abertura segura, que controle o centro do tabuleiro e abra espaço para soltar as peças da última linha (Cavalos, Bispos e, mais tarde as Torres) depende todo o desenvolvimento da partida. O Meio-jogo caracteriza-se por uma luta desenfreada e com infinitas possibilidades para ocupar estrategicamente posições e preparar o ataque ao rei.
Em teoria, se ambos os jogadores não cometerem qualquer erro, uma partida de xadrez termina sempre empatada. Mas isso é a teoria.
Tabuleiro de xadrez "porca e parafuso" (imagem net)
Tal como no xadrez, o futebol também é um jogo simples e uma bela "metáfora da vida".
11 Jogadores de cada lado, duas balizas e um objectivo: introduzir a bola na baliza da equipa adversária e impedir que o oponente o faça.
Futebol - Esquema táctico
(imagem net)
Tal como no Xadrez há um lado científico, materializado em estudos, em esquemas de treino e em estratégias e uma forte componente artística - a criatividade individual dos jogadores, o desenho de jogadas estudadas, os momentos "mágicos" que, por vezes acontecem.
A política é hoje, mais do que nunca, um jogo também. Contudo, é nesse jogo, de entre os restantes que nomeei que mais se confunde estratégia com táctica e mais batota se faz...
As "aberturas" não são pensadas, o meio-jogo não é acautelado. Apenas o desejo de dar "Mate" ao adversário é comum.
Mas um mate sem classe, sem trabalho e estudo, depois de um meio-jogo orientado essencialmente por influências externas e pressões de todos os lados.
Um jogador de Xadrez de bom nível quando perde uma peça influente na sua estratégia dá-se como vencido. Fica mal, nesse mundo, "esticar o jogo", já perdido, apenas por capricho.
Na política a arte dá lugar à retórica - aí sim, temos verdadeiros artistas...
As ideologias sobrepõem-se aos ideais sendo uma espécie de caminho "cego" do qual depende a vida dos peões - o povo.
Muito gostava eu de saber quantos dos nossos dirigentes políticos sabem jogar xadrez, a sério - não apenas mexer as peças.
Acredito que muito poucos... Se assim não fosse o jogo era claro e transparente, as jogadas leais, as estratégias inteligentes e as tácticas consequentes. Ganhava-se e perdia-se com dignidade e respeitava-se todas as peças do tabuleiro - sobretudo os aparentemente humildes peões cujo valor aumenta significativamente no final do jogo.
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Karpov, um dos grandes mitos do Xadrez moderno, escreveu um livro notável onde estabelece um paralelismo entre o Xadrez e a Vida.
Eu sou um apreciador desse secular jogo desde os meus tempos de criança. O meu pai, um conhecedor e entusiasta do xadrez iniciou, muito cedo, os dois filhos nessa salutar prática.
Recordo com nostalgia os serões que nos proporcionava com campeonatos "à séria" entre os 3.
Karpov x Kasparov
(Imagem net)
Mais tarde, ainda na minha juventude joguei no clube da escola e participei em diversos eventos.
Hoje continuo a jogar e a estudar xadrez regularmente num site internacional fantástico - InstantChess.com - que se rege pelas regras e avaliações da Federação Internacional de Xadrez.
Sou um jogador vulgar mas empenhado e entusiasta.
O Xadrez é simultaneamente um jogo, uma ciência e uma arte. Assim é vulgarmente definido.
Ciência - pois é objecto, desde há muito, de estudos complexos, de análises e ensaios rigorosos no campo científico.
Arte - porque dá espaço para a criatividade, para o experimentalismo e, por outro lado reflecte o carácter e a personalidade de quem o pratica. Na história dos Grandes Mestres de Xadrez constata-se essa característica. Enquanto alguns grandes jogadores, como Karpov se caracterizam pela astúcia defensiva outros como Bobby Fischer notabilizaram-se e tornaram-se lendas pela impulsividade e improvisação do seu jogo ofensivo.
Bobby Fischer (imagem net)
O Xadrez é um jogo simples; um tabuleiro com 16 peças para cada jogador e 64 casas alternadamente claras e escuras.
Dois exércitos, à partida com as mesmas hipóteses e os mesmos recursos aí se defrontam.
Cada jogador estabelece uma estratégia e joga tacticamente para atingir o objectivo do jogo - O Xeque-mate ao rei do oponente.
A Guerra no tabuleiro tem essencialmente 3 momentos distintos: a Abertura, o Meio-jogo, e o Final de Jogo.
De uma abertura segura, que controle o centro do tabuleiro e abra espaço para soltar as peças da última linha (Cavalos, Bispos e, mais tarde as Torres) depende todo o desenvolvimento da partida. O Meio-jogo caracteriza-se por uma luta desenfreada e com infinitas possibilidades para ocupar estrategicamente posições e preparar o ataque ao rei.
Em teoria, se ambos os jogadores não cometerem qualquer erro, uma partida de xadrez termina sempre empatada. Mas isso é a teoria.
Tabuleiro de xadrez "porca e parafuso" (imagem net)
Tal como no xadrez, o futebol também é um jogo simples e uma bela "metáfora da vida".
11 Jogadores de cada lado, duas balizas e um objectivo: introduzir a bola na baliza da equipa adversária e impedir que o oponente o faça.
Futebol - Esquema táctico
(imagem net)
Tal como no Xadrez há um lado científico, materializado em estudos, em esquemas de treino e em estratégias e uma forte componente artística - a criatividade individual dos jogadores, o desenho de jogadas estudadas, os momentos "mágicos" que, por vezes acontecem.
A política é hoje, mais do que nunca, um jogo também. Contudo, é nesse jogo, de entre os restantes que nomeei que mais se confunde estratégia com táctica e mais batota se faz...
As "aberturas" não são pensadas, o meio-jogo não é acautelado. Apenas o desejo de dar "Mate" ao adversário é comum.
Mas um mate sem classe, sem trabalho e estudo, depois de um meio-jogo orientado essencialmente por influências externas e pressões de todos os lados.
Um jogador de Xadrez de bom nível quando perde uma peça influente na sua estratégia dá-se como vencido. Fica mal, nesse mundo, "esticar o jogo", já perdido, apenas por capricho.
Na política a arte dá lugar à retórica - aí sim, temos verdadeiros artistas...
As ideologias sobrepõem-se aos ideais sendo uma espécie de caminho "cego" do qual depende a vida dos peões - o povo.
Muito gostava eu de saber quantos dos nossos dirigentes políticos sabem jogar xadrez, a sério - não apenas mexer as peças.
Acredito que muito poucos... Se assim não fosse o jogo era claro e transparente, as jogadas leais, as estratégias inteligentes e as tácticas consequentes. Ganhava-se e perdia-se com dignidade e respeitava-se todas as peças do tabuleiro - sobretudo os aparentemente humildes peões cujo valor aumenta significativamente no final do jogo.