O Lugar da Língua Portuguesa

13-12-2019
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«Camaradas e Camarados. Assim começou, Pedro Filipe Soares, a sua intervenção na Convenção do BE. Linguagem inclusiva, chamou-lhe o dirigente bloquista» (Eduardo Cintra Torres).

Há muito que o Bloco de Esquerda vem sugerindo um linguajar assente na mais completa ausência de conhecimento (= insciência) da Língua Portuguesa, (aliás basta ser-se adepto do AO90) desconhecendo o significado das palavras que utilizam, para se referirem a um todo, diferenciando os géneros feminino e masculino, como se todos não fossem todos e todas.

Depois, é claro (e clara), bloquistas (e bloquistos) estão expostos (e expostas) à ridiculização, como no espectacular texto de Eduardo Cintra Torres (Doutorado em Sociologia no ICS/UL (2010), Mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação (ISCTE/UL, 2003) e Licenciado em História (FLUL), que passo a transcrever.

«Nova Dicionária do Línguo Português»

Por Eduardo Cintra Torres

«Apoiando a revolução linguística iniciada por Pedro Filipe Soares, deputado do Bloco de Esquerda, ao falar às “camaradas e camarados”, aqui trago a minha modesta proposta para uma “Nova Dicionária do Línguo Português”, à moda do Bloco. Não segue a ordem alfabética, porque isso é para totós.

- Harpisto, pianisto, violinisto: camarados artistos, tal como a actora e o actrizo.

- Electricisto: camarado trabalhadoro.

- Parlamenta: também chamado Assembleio do Repúblico; local onde os camarados têm de aturar os fascistos.

- Bloca de Esquerdo: uma das partidas que pregam na Parlamenta. Pedra Filipa Soaras é a presidenta da sua Grupa Parlamentária.

- Polvo (feminino de Lula): ex-presidento da Brasil. Preso pelos fascistos.

- Presidenta: lá na Brasil, parece que também vai a caminho da prisã.

- Cubo: Hasta lo victorio, siempre, camarado Fidel!

- Venezuelo: o outro país socialisto preferido da Bloca de Esquerdo.

- Francisca Loução: a Deusa da Bloca. Está na Conselha de Estada e na Banca de Portugália. Na BE, decide o estratégio e assinala as inimigas dos trotskistos.

- Catarino Martins: o Santo do Ladeiro da Bloca. Só lhe faltam milagres.

- Causos fracturentos: a chã que deu uvos durante o legislaturo. Agora a Bloca está mais virada para se sentar ao meso da orçamenta.

- Cativaçãs e corrupçã: meias de roubar que a Bloca não vê.

- Televisã: meia de comunicaçã que dedica mais minutas à Bloca do que o tempo de atenção de qualquer portuguesa ou portugueso.

- “Linguagem inclusiva”: expressõ erradamente usado por Pedra Filipa para justificar o seu bacorado. Deve ler-se: linguagem inclusivo.

- Génera: refere-se às duas géneras, masculina e feminina. Não confundir com sexo. Ou sexa.

- “Machista”: em portuguesa correcta diz-se machisto.

- Governa. Dizia-se “governo” no tempo da fascisma. Aproximação lexical a “governa-se”.

- Poeto: hómã ou mulhera que escreve poemos, como sonetas ou redondilhos.

- Eleitorada: pipis de Lisbôo da BE para quem o povo começa na Chiada e acaba na Princesa Real.

- “Agenda patriarcal”: justificaçã para Pedra Filipa Soaras dar pontapés no gramático, confundindo-o com o linguagem.

- Brasil: a eleitorada da Bloca não deve lá ir agora, excepto em férios na Nordesta.

- Pôva trabalhadora: uma coisa giríssima. Faz coisas! E tem um linguagem engraçadíssimo. A Bloca adora vê-la no televisã ou no Internet, porque ao vivo lhe cheira mal.

- Robles: nunca existiu. Palavro excluído da dicionária. Sinónimo de um pedro na sapata.

- Tourado: só se for em Salvaterro de Magas, uma municípia histórica para a Bloca.

- Primário: o autor deste texto.

Fonte:

https://portugalglorioso.blogspot.com/2018/12/novo-dicionario-moda-do-bloco.html

***

Bem, e se o autor deste texto é primário, eu serei primária, e, aproveitando o embalo do autor, tentarei explicar o que acima referi (a insciência que por aí vai), como se estivesse numa sala de aula, a explicar a alunos do Ensino Básico, por que não devemos linguajar à moda e ao modo bloquista e bloquisto, infelizmente, algo extensivo a outros e outras governantos e governantas do nosso País, abandonado à pouca sorte de os ter tão inscientes.

Eles dizem assim: todos e todas; portugueses e portuguesas; caros e caras; adeptos e adeptas: amigos e amigas, camaradas e camarados (esta é de bradar aos céus!) etc., etc., etc…

Isto só demonstra que bloquistas (e bloquistos) desconhecem o significado dos vocábulos todos ( = toda a gente; humanidade); portugueses ( = povo luso, habitantes de Portugal); caros (adjectivo masculino plural = as pessoas que estimamos, seja do sexo masculino ou feminino); adeptos (adjectivo/substantivo masculino plural = as pessoas que apoiam, sejam do sexo masculino ou feminino); amigos (adjectivo/substantivo mascuklino plural = as pessoas a quem nos ligamos por afectos); camaradas (substantivo de dois géneros = as pessoas que connosco partilham uma função comum); e de todos os outros vocábulos que englobam o feminino e o masculino, porque se referem a PESSOAS no seu todo: homens, mulheres, e todos os outros géneros, crianças, novos e velhos, menos novos e menos velhos. Simplesmente todos.

Diferente é dizer especificamente minhas senhoras (porque, em princípio, não serão homens) e meus senhores (porque, em princípio, não serão mulheres). E isto sem qualquer segundo sentido, porque aceito a condição humana, tal qual ela é concebida. Só não sou tolerante (nem tenho de ser) com os que tendo obrigação de evoluir, porque lhes foram dadas todas as oportunidades e privilégios, se recusam a evoluir. E para tal não há perdão.

Suponho que bloquistas (e bloquistos) queiram imitar algumas línguas estrangeiras, como o Inglês ou o Castelhano, que especificam, por exemplo, filhos e filhas (sons and daughters, hijos e hijas), quando querem referir-se a boys and girls, e a chicos y chicas. Porém quando se referem à sua prole (filhos) dizem children e niños (ou também hijos).

Contudo, na Língua Portuguesa o vocábulo Filhos é um substantivo masculino plural = conjunto dos descendentes = DESCENDÊNCIA, PROLE…

E o vocábulo filho é um substantivo masculino singular = indivíduo do sexo masculino (ou animal macho) em relação a seus pais. Se queremos dizer que tivemos mais de um indivíduo do sexo masculino, dizemos que temos X filho(s). Mas se quisermos dizer que, no todo, tivemos seis descendentes, dizemos seis filhos.

Portanto, quem anda agora, por aí, (e, infelizmente, não são apenas bloquistas e bloquistos), a imitar línguas estrangeiras, não conhecem nem essas línguas, nem a própria língua.

Experimentem traduzir isto para Inglês: meus queridos e queridas amigos e amigas = my dear and dear friends and friends. Experimentem traduzir também: Ingleses e Inglesas = English and English.

Agora reparem: como se traduz o modismo (= idiotismo) Portugueses e Portuguesas:

Para Inglês = Portuguese and Portuguese

Para Castelhano = Portugués y portugués

Para Italiano = Portoghese e portoghese

Para Francês = Portugais et portugais

Para Alemão = Portugiesisch und Portugiesisch

No que pretendem transformar a Língua Portuguesa?

Numa língua extraterrestre? Extra-europeia? Extra-indo-europeia? Numa parvoíce?

Já não será tempo de deixar os modismos e regressar ao que estava bem e não necessitava de remendos mal costurados?

Sempre ouvi dizer que o que é demais, é moléstia.

Já chega de tanta moléstia!

Isabel A. Ferreira

«Camaradas e Camarados. Assim começou, Pedro Filipe Soares, a sua intervenção na Convenção do BE. Linguagem inclusiva, chamou-lhe o dirigente bloquista» (Eduardo Cintra Torres).

Há muito que o Bloco de Esquerda vem sugerindo um linguajar assente na mais completa ausência de conhecimento (= insciência) da Língua Portuguesa, (aliás basta ser-se adepto do AO90) desconhecendo o significado das palavras que utilizam, para se referirem a um todo, diferenciando os géneros feminino e masculino, como se todos não fossem todos e todas.

Depois, é claro (e clara), bloquistas (e bloquistos) estão expostos (e expostas) à ridiculização, como no espectacular texto de Eduardo Cintra Torres (Doutorado em Sociologia no ICS/UL (2010), Mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação (ISCTE/UL, 2003) e Licenciado em História (FLUL), que passo a transcrever.

«Nova Dicionária do Línguo Português»

Por Eduardo Cintra Torres

«Apoiando a revolução linguística iniciada por Pedro Filipe Soares, deputado do Bloco de Esquerda, ao falar às “camaradas e camarados”, aqui trago a minha modesta proposta para uma “Nova Dicionária do Línguo Português”, à moda do Bloco. Não segue a ordem alfabética, porque isso é para totós.

- Harpisto, pianisto, violinisto: camarados artistos, tal como a actora e o actrizo.

- Electricisto: camarado trabalhadoro.

- Parlamenta: também chamado Assembleio do Repúblico; local onde os camarados têm de aturar os fascistos.

- Bloca de Esquerdo: uma das partidas que pregam na Parlamenta. Pedra Filipa Soaras é a presidenta da sua Grupa Parlamentária.

- Polvo (feminino de Lula): ex-presidento da Brasil. Preso pelos fascistos.

- Presidenta: lá na Brasil, parece que também vai a caminho da prisã.

- Cubo: Hasta lo victorio, siempre, camarado Fidel!

- Venezuelo: o outro país socialisto preferido da Bloca de Esquerdo.

- Francisca Loução: a Deusa da Bloca. Está na Conselha de Estada e na Banca de Portugália. Na BE, decide o estratégio e assinala as inimigas dos trotskistos.

- Catarino Martins: o Santo do Ladeiro da Bloca. Só lhe faltam milagres.

- Causos fracturentos: a chã que deu uvos durante o legislaturo. Agora a Bloca está mais virada para se sentar ao meso da orçamenta.

- Cativaçãs e corrupçã: meias de roubar que a Bloca não vê.

- Televisã: meia de comunicaçã que dedica mais minutas à Bloca do que o tempo de atenção de qualquer portuguesa ou portugueso.

- “Linguagem inclusiva”: expressõ erradamente usado por Pedra Filipa para justificar o seu bacorado. Deve ler-se: linguagem inclusivo.

- Génera: refere-se às duas géneras, masculina e feminina. Não confundir com sexo. Ou sexa.

- “Machista”: em portuguesa correcta diz-se machisto.

- Governa. Dizia-se “governo” no tempo da fascisma. Aproximação lexical a “governa-se”.

- Poeto: hómã ou mulhera que escreve poemos, como sonetas ou redondilhos.

- Eleitorada: pipis de Lisbôo da BE para quem o povo começa na Chiada e acaba na Princesa Real.

- “Agenda patriarcal”: justificaçã para Pedra Filipa Soaras dar pontapés no gramático, confundindo-o com o linguagem.

- Brasil: a eleitorada da Bloca não deve lá ir agora, excepto em férios na Nordesta.

- Pôva trabalhadora: uma coisa giríssima. Faz coisas! E tem um linguagem engraçadíssimo. A Bloca adora vê-la no televisã ou no Internet, porque ao vivo lhe cheira mal.

- Robles: nunca existiu. Palavro excluído da dicionária. Sinónimo de um pedro na sapata.

- Tourado: só se for em Salvaterro de Magas, uma municípia histórica para a Bloca.

- Primário: o autor deste texto.

Fonte:

https://portugalglorioso.blogspot.com/2018/12/novo-dicionario-moda-do-bloco.html

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Bem, e se o autor deste texto é primário, eu serei primária, e, aproveitando o embalo do autor, tentarei explicar o que acima referi (a insciência que por aí vai), como se estivesse numa sala de aula, a explicar a alunos do Ensino Básico, por que não devemos linguajar à moda e ao modo bloquista e bloquisto, infelizmente, algo extensivo a outros e outras governantos e governantas do nosso País, abandonado à pouca sorte de os ter tão inscientes.

Eles dizem assim: todos e todas; portugueses e portuguesas; caros e caras; adeptos e adeptas: amigos e amigas, camaradas e camarados (esta é de bradar aos céus!) etc., etc., etc…

Isto só demonstra que bloquistas (e bloquistos) desconhecem o significado dos vocábulos todos ( = toda a gente; humanidade); portugueses ( = povo luso, habitantes de Portugal); caros (adjectivo masculino plural = as pessoas que estimamos, seja do sexo masculino ou feminino); adeptos (adjectivo/substantivo masculino plural = as pessoas que apoiam, sejam do sexo masculino ou feminino); amigos (adjectivo/substantivo mascuklino plural = as pessoas a quem nos ligamos por afectos); camaradas (substantivo de dois géneros = as pessoas que connosco partilham uma função comum); e de todos os outros vocábulos que englobam o feminino e o masculino, porque se referem a PESSOAS no seu todo: homens, mulheres, e todos os outros géneros, crianças, novos e velhos, menos novos e menos velhos. Simplesmente todos.

Diferente é dizer especificamente minhas senhoras (porque, em princípio, não serão homens) e meus senhores (porque, em princípio, não serão mulheres). E isto sem qualquer segundo sentido, porque aceito a condição humana, tal qual ela é concebida. Só não sou tolerante (nem tenho de ser) com os que tendo obrigação de evoluir, porque lhes foram dadas todas as oportunidades e privilégios, se recusam a evoluir. E para tal não há perdão.

Suponho que bloquistas (e bloquistos) queiram imitar algumas línguas estrangeiras, como o Inglês ou o Castelhano, que especificam, por exemplo, filhos e filhas (sons and daughters, hijos e hijas), quando querem referir-se a boys and girls, e a chicos y chicas. Porém quando se referem à sua prole (filhos) dizem children e niños (ou também hijos).

Contudo, na Língua Portuguesa o vocábulo Filhos é um substantivo masculino plural = conjunto dos descendentes = DESCENDÊNCIA, PROLE…

E o vocábulo filho é um substantivo masculino singular = indivíduo do sexo masculino (ou animal macho) em relação a seus pais. Se queremos dizer que tivemos mais de um indivíduo do sexo masculino, dizemos que temos X filho(s). Mas se quisermos dizer que, no todo, tivemos seis descendentes, dizemos seis filhos.

Portanto, quem anda agora, por aí, (e, infelizmente, não são apenas bloquistas e bloquistos), a imitar línguas estrangeiras, não conhecem nem essas línguas, nem a própria língua.

Experimentem traduzir isto para Inglês: meus queridos e queridas amigos e amigas = my dear and dear friends and friends. Experimentem traduzir também: Ingleses e Inglesas = English and English.

Agora reparem: como se traduz o modismo (= idiotismo) Portugueses e Portuguesas:

Para Inglês = Portuguese and Portuguese

Para Castelhano = Portugués y portugués

Para Italiano = Portoghese e portoghese

Para Francês = Portugais et portugais

Para Alemão = Portugiesisch und Portugiesisch

No que pretendem transformar a Língua Portuguesa?

Numa língua extraterrestre? Extra-europeia? Extra-indo-europeia? Numa parvoíce?

Já não será tempo de deixar os modismos e regressar ao que estava bem e não necessitava de remendos mal costurados?

Sempre ouvi dizer que o que é demais, é moléstia.

Já chega de tanta moléstia!

Isabel A. Ferreira

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