Move On despede 100 trabalhadores

03-10-2020
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A Move On, empresa de calçado detida em 51% pela multinacional Tata, que foi adquirida em processo de insolvência pelo Estado e pelos cinco maiores bancos portugueses, vai despedir uma centena de trabalhadores. A empresa de calçado explicou que "decidiu focar a atividade da unidade Esmoriz, [Ovar], em operações de valor acrescentado, de forma a garantir a continuidade da empresa e a adequar a sua estrutura de custos à realidade atual do mercado". "Esta decisão implica ajustamentos nas várias áreas da companhia, as quais foram comunicadas aos colaboradores", disse a Move On, adiantando que pretende que "o processo de ajustamento agora iniciado seja o mais célere possível e terá a preocupação de garantir mecanismos de minimização dos impactos nos colaboradores". Segundo a nota enviada à Lusa, a unidade de Esmoriz manterá 65 colaboradores e focará a sua atividade num centro de desenvolvimento para todo o grupo e na produção de amostras e pequenas quantidades". O Bloco de Esquerda (BE) questionou hoje o Ministério da Economia e do Emprego se "confirma que, na venda da posição estatal ao grupo Tata, estava previsto a manutenção da MoveOn em Portugal e a manutenção dos postos de trabalho existentes?".

Administração não comunicou dificuldades

Grupo indiano é principal acionista

Pedro Filipe Soares, deputado do BE eleito pelo distrito de Aveiro, disse à Lusa que a decisão "causa ainda mais estranheza", tendo em conta que "ainda há três meses o Sindicato do Calçado terá estado reunido com a administração da empresa e esta não terá comunicado as dificuldades que agora invoca para justificar os despedimentos". A Lusa tentou, sem sucesso, contactar o Sindicato do Calçado de Aveiro. A MoveOn, empresa que sobreviveu à falência do grupo Investvar, que chegou a ser o maior exportador nacional de calçado com a produção e comercialização da marca Aerosoles, foi adquirida em julho de 2010, em processo de insolvência, pela ECS Capital, gestora do Fundo Recuperação de Empresas, detida pelo Estado e pelos cinco maiores bancos nacionais. Na altura, com a compra da fábrica de Esmoriz e da Índia, o Fundo de Recuperação de Empresa anunciou estar a manter "aproximadamente 200 postos de trabalho em Portugal e 230 na Índia".No ano passado, o grupo indiano Tata tornou-se o principal acionista da Move On, adquirindo a empresa de Esmoriz e uma fábrica de calçado na Índia. À frente da Move On, está o inglês Liam Donnely, que, em entrevista à Lusa, em março de 2011, disse que pretendia fechar 2011 com uma produção de 1,1 milhões de pares de sapatos, nas fábricas de Esmoriz e da Índia, e um volume de vendas superior a 20 milhões de euros. Liam Donnely chegou a Portugal há cerca de 15 anos para a fábrica de calçado Ecco, em São João de Ver, que viria a fechar anos mais tarde, passando depois a assumir a direção da CJ Clarks, entre 1998 e 2003, ano em que a fábrica de calçado, em Castelo de Paiva, fechou portas. Entretanto, o gestor rumou à Índia, mantendo atividade no sector do calçado "sem qualquer ligação ao grupo indiano Tata", regressando a Portugal no ano passado para assumir os destinos da Move On.

A Move On, empresa de calçado detida em 51% pela multinacional Tata, que foi adquirida em processo de insolvência pelo Estado e pelos cinco maiores bancos portugueses, vai despedir uma centena de trabalhadores. A empresa de calçado explicou que "decidiu focar a atividade da unidade Esmoriz, [Ovar], em operações de valor acrescentado, de forma a garantir a continuidade da empresa e a adequar a sua estrutura de custos à realidade atual do mercado". "Esta decisão implica ajustamentos nas várias áreas da companhia, as quais foram comunicadas aos colaboradores", disse a Move On, adiantando que pretende que "o processo de ajustamento agora iniciado seja o mais célere possível e terá a preocupação de garantir mecanismos de minimização dos impactos nos colaboradores". Segundo a nota enviada à Lusa, a unidade de Esmoriz manterá 65 colaboradores e focará a sua atividade num centro de desenvolvimento para todo o grupo e na produção de amostras e pequenas quantidades". O Bloco de Esquerda (BE) questionou hoje o Ministério da Economia e do Emprego se "confirma que, na venda da posição estatal ao grupo Tata, estava previsto a manutenção da MoveOn em Portugal e a manutenção dos postos de trabalho existentes?".

Administração não comunicou dificuldades

Grupo indiano é principal acionista

Pedro Filipe Soares, deputado do BE eleito pelo distrito de Aveiro, disse à Lusa que a decisão "causa ainda mais estranheza", tendo em conta que "ainda há três meses o Sindicato do Calçado terá estado reunido com a administração da empresa e esta não terá comunicado as dificuldades que agora invoca para justificar os despedimentos". A Lusa tentou, sem sucesso, contactar o Sindicato do Calçado de Aveiro. A MoveOn, empresa que sobreviveu à falência do grupo Investvar, que chegou a ser o maior exportador nacional de calçado com a produção e comercialização da marca Aerosoles, foi adquirida em julho de 2010, em processo de insolvência, pela ECS Capital, gestora do Fundo Recuperação de Empresas, detida pelo Estado e pelos cinco maiores bancos nacionais. Na altura, com a compra da fábrica de Esmoriz e da Índia, o Fundo de Recuperação de Empresa anunciou estar a manter "aproximadamente 200 postos de trabalho em Portugal e 230 na Índia".No ano passado, o grupo indiano Tata tornou-se o principal acionista da Move On, adquirindo a empresa de Esmoriz e uma fábrica de calçado na Índia. À frente da Move On, está o inglês Liam Donnely, que, em entrevista à Lusa, em março de 2011, disse que pretendia fechar 2011 com uma produção de 1,1 milhões de pares de sapatos, nas fábricas de Esmoriz e da Índia, e um volume de vendas superior a 20 milhões de euros. Liam Donnely chegou a Portugal há cerca de 15 anos para a fábrica de calçado Ecco, em São João de Ver, que viria a fechar anos mais tarde, passando depois a assumir a direção da CJ Clarks, entre 1998 e 2003, ano em que a fábrica de calçado, em Castelo de Paiva, fechou portas. Entretanto, o gestor rumou à Índia, mantendo atividade no sector do calçado "sem qualquer ligação ao grupo indiano Tata", regressando a Portugal no ano passado para assumir os destinos da Move On.

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