Espera-se do Estado o que não se está disposto a pagar

04-12-2019
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"Existe aparentemente um enorme desvio entre aquilo que os portugueses acham que devem ter como funções sociais do Estado e os impostos que estão dispostos a pagar para assegurar essas mesmas funções", disse Vítor Gaspar esta manhã, perante os deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP).

Um "enorme desvio" entre expectativas e disponibilidade dos cidadãos que o ministro das Finanças considera ser "um problema fundamental". "É um problema difícil, quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista político."

As palavras do ministro sugiram um dia depois de o Ministério da Solidariedade ter proposto, em sede de Concertação Social, um conjunto de propostas para cortar o valor das prestações sociais, mesmo dos beneficiários que vivem em maiores dificuldades, nomeadamente no subsídio de desemprego (com um corte de 10% no valor mínimo), subsídio social de desemprego, rendimento social de inserção, complemento solidário para idosos.

"Os pobres não podem ser variável de ajustamento", avisou Pedro Marques, do PS, questionando o ministro sobre "qual a sua estratégia para este ataque impressionante".

"São estas as gorduras do Estado em que o PSD e o CDS queriam cortar, em prestações sociais de subsistência?", perguntou Jorge Machado, do PCP. Segundo Pedro Filipe Soares, do BE, "para o Governo não há pobre que seja pobre o suficiente que não possa ter um corte".

Reduzir despesa implica repensar o Estado

Interpelado pelo deputado bloquista Pedro Filipe Soares sobre o sentido das suas palavras sobre os impostos e os serviços do Estado, Gaspar explicou que está "a criticar sistema político português".

"A verdadeira carga fiscal é a despesa puiblica. Consequentemente, quando existe descontentamento - que eu partilho - com o aumento carga fiscal, a solução é uma só: reduzir a despesa pública. Mas é uma redução difícil, exige repensar as funções do Estado e alterar profundamete a forma como o Estado opera. Considerar que é possível encontrar uma solução milagrosa é enganar os portugueses", frisou o ministro. E concluiu que "é necessária uma grande maturidade da democracia e do sistema político português para ser capaz de resolver esta questão fundamental".

"Existe aparentemente um enorme desvio entre aquilo que os portugueses acham que devem ter como funções sociais do Estado e os impostos que estão dispostos a pagar para assegurar essas mesmas funções", disse Vítor Gaspar esta manhã, perante os deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP).

Um "enorme desvio" entre expectativas e disponibilidade dos cidadãos que o ministro das Finanças considera ser "um problema fundamental". "É um problema difícil, quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista político."

As palavras do ministro sugiram um dia depois de o Ministério da Solidariedade ter proposto, em sede de Concertação Social, um conjunto de propostas para cortar o valor das prestações sociais, mesmo dos beneficiários que vivem em maiores dificuldades, nomeadamente no subsídio de desemprego (com um corte de 10% no valor mínimo), subsídio social de desemprego, rendimento social de inserção, complemento solidário para idosos.

"Os pobres não podem ser variável de ajustamento", avisou Pedro Marques, do PS, questionando o ministro sobre "qual a sua estratégia para este ataque impressionante".

"São estas as gorduras do Estado em que o PSD e o CDS queriam cortar, em prestações sociais de subsistência?", perguntou Jorge Machado, do PCP. Segundo Pedro Filipe Soares, do BE, "para o Governo não há pobre que seja pobre o suficiente que não possa ter um corte".

Reduzir despesa implica repensar o Estado

Interpelado pelo deputado bloquista Pedro Filipe Soares sobre o sentido das suas palavras sobre os impostos e os serviços do Estado, Gaspar explicou que está "a criticar sistema político português".

"A verdadeira carga fiscal é a despesa puiblica. Consequentemente, quando existe descontentamento - que eu partilho - com o aumento carga fiscal, a solução é uma só: reduzir a despesa pública. Mas é uma redução difícil, exige repensar as funções do Estado e alterar profundamete a forma como o Estado opera. Considerar que é possível encontrar uma solução milagrosa é enganar os portugueses", frisou o ministro. E concluiu que "é necessária uma grande maturidade da democracia e do sistema político português para ser capaz de resolver esta questão fundamental".

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