Câmara Corporativa: Adeus, Sarkozy

22-12-2019
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• Rui Pereira, Adeus, Sarkozy: 'Não faltam razões para uma derrota anunciada de Nicolas Sarkozy. A crise global, que se faz sentir também em França, com um aumento sensível do desemprego e sacrifícios diversos para a classe média, está à cabeça. De acordo com sondagens recentes, 57% dos franceses preferem Hollande para combater o desemprego (contra 30% que preferem Sarkozy), e as percentagens não se alteram significativamente quando se trata da credibilidade das propostas (54%-34%), da pertinência das reformas (53%-36%) ou da luta contra o défice público (50%-38%). As sondagens têm, todavia, uma contrapartida paradoxal. Quando é dada a palavra a analistas financeiros ou economistas (sobretudo estrangeiros), a relação de confiança com os principais candidatos ao Eliseu inverte-se e surgem mesmo previsões de que o desemprego aumentará, com Hollande, no final de 2014, para 15%. Prova-se, por um lado, que quem dirige um país durante a crise (situe-se mais à esquerda ou mais à direita) é sempre responsabilizado pelo eleitorado e, por outro, que há um divórcio entre o povo e os "economistas de serviço". Suspeito, porém, de que uma causa decisiva da impopularidade de Sarkozy é a fundada desconfiança, que germina entre os franceses, de que o eixo Paris-Berlim foi substituído por um modelo unipolar, em que a Alemanha dita as regras do jogo. Numa outra sondagem, assaz elucidativa, mais de 60% dos franceses confessam acreditar que a Alemanha procura tornar-se a potência hegemónica na Europa e afirmam ter uma opinião positiva sobre Angela Merkel. Mas Sarkozy, o parceiro predilecto da "chancelarina", recolheu apenas 36% de opiniões favoráveis.'


• Rui Pereira, Adeus, Sarkozy: 'Não faltam razões para uma derrota anunciada de Nicolas Sarkozy. A crise global, que se faz sentir também em França, com um aumento sensível do desemprego e sacrifícios diversos para a classe média, está à cabeça. De acordo com sondagens recentes, 57% dos franceses preferem Hollande para combater o desemprego (contra 30% que preferem Sarkozy), e as percentagens não se alteram significativamente quando se trata da credibilidade das propostas (54%-34%), da pertinência das reformas (53%-36%) ou da luta contra o défice público (50%-38%). As sondagens têm, todavia, uma contrapartida paradoxal. Quando é dada a palavra a analistas financeiros ou economistas (sobretudo estrangeiros), a relação de confiança com os principais candidatos ao Eliseu inverte-se e surgem mesmo previsões de que o desemprego aumentará, com Hollande, no final de 2014, para 15%. Prova-se, por um lado, que quem dirige um país durante a crise (situe-se mais à esquerda ou mais à direita) é sempre responsabilizado pelo eleitorado e, por outro, que há um divórcio entre o povo e os "economistas de serviço". Suspeito, porém, de que uma causa decisiva da impopularidade de Sarkozy é a fundada desconfiança, que germina entre os franceses, de que o eixo Paris-Berlim foi substituído por um modelo unipolar, em que a Alemanha dita as regras do jogo. Numa outra sondagem, assaz elucidativa, mais de 60% dos franceses confessam acreditar que a Alemanha procura tornar-se a potência hegemónica na Europa e afirmam ter uma opinião positiva sobre Angela Merkel. Mas Sarkozy, o parceiro predilecto da "chancelarina", recolheu apenas 36% de opiniões favoráveis.'

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