LETRAS E CONTEÚDOS: [opinião] O 'longa manus' de Merkell

05-01-2020
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Começa a tornar-se muito claro
que Passos Coelho está a ser o mais obediente dos primeiros ministros de toda a
União Europeia e o longa manus de
Merkell em Portugal. Não há uma medida política, económica, uma ideia, qualquer
que seja, da chanceler que Passos Coelho não defenda e aplique, de uma forma
rigorosa e absoluta, no nosso país. E está a fazê-lo com grande determinação,
não só para agradar à chanceler, mas porque toda esta linha política corresponde
ao seu pensamento ideológico e ao pensamento da direção deste PSD.

E, portanto, é um papel que
operacionaliza com a máxima das tranquilidades conjuntamente com o seu partner, Vítor Gaspar.

Ainda agora, depois de
confrontado com este apoio, de cem mil milhões, que discrimina positivamente o
Reino de Espanha, por oposição a Portugal, à Grécia e à Irlanda, ele
justifica-se, em vez de exigir igual tratamento para o seu país, como já outros
seus homólogos fizeram.

Mas esta sua deriva já vem de
longe, como se sabe.

António José Seguro, secretário
geral do PS, já por mais de uma vez manifestou, em vão, a sua oposição à
estratégia que Passos tem vindo a trilhar: Pedindo o alargamento de um ano do
prazo do programa de entendimento com a troika; propondo um pacto adicional ao
tratado europeu; exigindo programas de crescimento e de emprego para a europa e
um tratamento igual ao que agora foi prestado a Espanha.

Mas a insensibilidade de Passos é
absoluta, apesar de hoje já não restarem grandes dúvidas mesmo a muitos
daqueles que ontem propugnaram por estas medidas e por esta linha de profunda
ortodoxia da austeridade.

E se há desígnio pelo qual hoje
devemos lutar é o do aprofundamento da Europa, do federalismo e da moeda única.
E isso não se consegue com a cegueira destes deterministas dos novos tempos que
mais não veem do que o lado da consolidação orçamental, o lado das dívidas
soberanas, mesmo que depois não sobrem empresas, nem sobre economia na União
Europeia.

Os sinais que vêm de França são
animadores e os sinais que vêm das eleições regionais da Alemanha não deixam
dúvidas de que há um outro caminho que passa por uma europa, com certeza responsável
e rigorosa, mas mais solidária, em que os europeus estejam primeiro e sejam
eles próprios, também, os legitimadores de uma verdadeira governação europeia.

(Fotos: socialregister.co.uk; DN)

Começa a tornar-se muito claro
que Passos Coelho está a ser o mais obediente dos primeiros ministros de toda a
União Europeia e o longa manus de
Merkell em Portugal. Não há uma medida política, económica, uma ideia, qualquer
que seja, da chanceler que Passos Coelho não defenda e aplique, de uma forma
rigorosa e absoluta, no nosso país. E está a fazê-lo com grande determinação,
não só para agradar à chanceler, mas porque toda esta linha política corresponde
ao seu pensamento ideológico e ao pensamento da direção deste PSD.

E, portanto, é um papel que
operacionaliza com a máxima das tranquilidades conjuntamente com o seu partner, Vítor Gaspar.

Ainda agora, depois de
confrontado com este apoio, de cem mil milhões, que discrimina positivamente o
Reino de Espanha, por oposição a Portugal, à Grécia e à Irlanda, ele
justifica-se, em vez de exigir igual tratamento para o seu país, como já outros
seus homólogos fizeram.

Mas esta sua deriva já vem de
longe, como se sabe.

António José Seguro, secretário
geral do PS, já por mais de uma vez manifestou, em vão, a sua oposição à
estratégia que Passos tem vindo a trilhar: Pedindo o alargamento de um ano do
prazo do programa de entendimento com a troika; propondo um pacto adicional ao
tratado europeu; exigindo programas de crescimento e de emprego para a europa e
um tratamento igual ao que agora foi prestado a Espanha.

Mas a insensibilidade de Passos é
absoluta, apesar de hoje já não restarem grandes dúvidas mesmo a muitos
daqueles que ontem propugnaram por estas medidas e por esta linha de profunda
ortodoxia da austeridade.

E se há desígnio pelo qual hoje
devemos lutar é o do aprofundamento da Europa, do federalismo e da moeda única.
E isso não se consegue com a cegueira destes deterministas dos novos tempos que
mais não veem do que o lado da consolidação orçamental, o lado das dívidas
soberanas, mesmo que depois não sobrem empresas, nem sobre economia na União
Europeia.

Os sinais que vêm de França são
animadores e os sinais que vêm das eleições regionais da Alemanha não deixam
dúvidas de que há um outro caminho que passa por uma europa, com certeza responsável
e rigorosa, mas mais solidária, em que os europeus estejam primeiro e sejam
eles próprios, também, os legitimadores de uma verdadeira governação europeia.

(Fotos: socialregister.co.uk; DN)

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