A vez da Maria

03-03-2020
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(Paul Bond)

Carlos envelhecera sem se dar conta.
Ainda agora era o menino que corria em brincadeiras de
esconde-esconde, soltava o pião e procurava tesouros escondidos na
areia da praia.

O mar era já ali e o sol não
precisava ser quente para entrar nas ondas mansas e ficar, boiando,
olhos postos no céu, a sonhar com aventuras mil, voando com as
gaivotas que rivalizavam com os farrapos brancos das nuvens.

Nada mudara. O
mar e o céu, azuis de doer, o branco das gaivotas e das nuvens, ou a
sua capacidade de sonhar. Sabia que havia rugas finas nos olhos que
agora olhavam o céu e que os seus braços abertos abraçavam mais
água, mas no seu coração corriam meninos, lutavam piratas, e havia
beijos roubados na areia dourada.

E, de repente, o mar entrou-lhe em casa.

(Paul Bond)

Carlos envelhecera sem se dar conta.
Ainda agora era o menino que corria em brincadeiras de
esconde-esconde, soltava o pião e procurava tesouros escondidos na
areia da praia.

O mar era já ali e o sol não
precisava ser quente para entrar nas ondas mansas e ficar, boiando,
olhos postos no céu, a sonhar com aventuras mil, voando com as
gaivotas que rivalizavam com os farrapos brancos das nuvens.

Nada mudara. O
mar e o céu, azuis de doer, o branco das gaivotas e das nuvens, ou a
sua capacidade de sonhar. Sabia que havia rugas finas nos olhos que
agora olhavam o céu e que os seus braços abertos abraçavam mais
água, mas no seu coração corriam meninos, lutavam piratas, e havia
beijos roubados na areia dourada.

E, de repente, o mar entrou-lhe em casa.

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