A vez da Maria: O tropel do coração

03-03-2020
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(Tamara Lempicka)

Estranhava-se no sentir por de mais avassalador. Latejavam-lhe as têmporas, humedeciam-se-lhe os olhos, enrubesciam-se-lhe as faces. Não lhe sossegavam as mãos, agitadas em entrançar de dedos, em viagens pelo pescoço, enrolando as madeixas de cabelo negro em caracóis. O coração desarvorava em tropel descomedido apenas à lembrança daquele olhar coroado por sobrancelhas inquietas. Era, então, esse desassossego a que chamavam paixão, pensou Clara, a pele em arrepio na sua nudez despudorada!

(Tamara Lempicka)

Estranhava-se no sentir por de mais avassalador. Latejavam-lhe as têmporas, humedeciam-se-lhe os olhos, enrubesciam-se-lhe as faces. Não lhe sossegavam as mãos, agitadas em entrançar de dedos, em viagens pelo pescoço, enrolando as madeixas de cabelo negro em caracóis. O coração desarvorava em tropel descomedido apenas à lembrança daquele olhar coroado por sobrancelhas inquietas. Era, então, esse desassossego a que chamavam paixão, pensou Clara, a pele em arrepio na sua nudez despudorada!

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