crónicas on the rocks: Arrogância e boas maneiras

23-12-2019
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A senhora directora-geral, galardoada com vários títulos académicos, mestrada em falta de educação e empossada pela via horizontal  em tardes de fornicanço  passadas num hotel, com  factura paga pelo contribuinte, entrou no serviço que  inferiormente dirigia, batiam as quatro da tarde.

O segurança – trabalho das 13 às 21  retribuído com o salário mínimo- estava  embebido na leitura de um livro e não deu pela sua chegada.

“É assim que zela pela segurança do serviço?”- perguntou-lhe a directora geral do alto da sua superioridade

O segurança ruboresceu, desdobrou-se em desculpas e penitenciou-se pela falha que nunca ocorrera em  mais de 30 anos de trabalho.
“ Que é que está a ler?”- perguntou
O segurança pegou no livro para ler o título que não lhe ocorrera na ponta da língua.

“ Está muito culto! Qualquer dia ainda se inscreve  na Universidade da Terceira Idade, não?”- ironizou com o acento de tia de Cascais que se lhe colara à pele.
O segurança abriu a gaveta da secretária, tirou de lá um livro e respondeu:

“ Para a Universidade não penso ir, senhora directora, mas gosto muito de ler. A senhora directora já leu este?”

Quando leu o título, foi a vez de  a senhora doutora sentir o sangue assomar ao rosto. O livro era “O Manual das Boas Maneiras”.

Sem uma palavra, disparou para o gabinete. De tão habituadas, as secretárias não estranharam o seu rosto fechado revelando uma fúria incontida. Deixou escapar  um “boa tarde” entre os dentes e pediu a uma das secretárias que lhe ligasse para a empresa de segurança.

Entrou de sopetão no seu privado gabinete com secretária de mogno, aguardou a chamada e exigiu que lhe levassem aquela mercadoria e a trocassem por outra. No dia seguinte, porque não queria mais ver a cara daquele insolente.
(….)

No gabinete do chefe, o sr. Luís, 15 anos ao serviço da empresa, foi perguntado sobre a ocorrência. Contou tintin por tintin todos os pormenores sem se esquecer, inclusivé, de mostrar a capa do livro que exasperara a senhora directora.

O Chefe evitou a custo uma gargalhada, mas esboçou um sorriso de orelha a orelha,que deixou o sr Luís aliviado. Levantou-se, deu-lhe uma palmada nas costas e disse:
“Fizeste bem! Não te preocupes, porque nunca faltará trabalho para ti nesta casa”.

A senhora directora-geral, galardoada com vários títulos académicos, mestrada em falta de educação e empossada pela via horizontal  em tardes de fornicanço  passadas num hotel, com  factura paga pelo contribuinte, entrou no serviço que  inferiormente dirigia, batiam as quatro da tarde.

O segurança – trabalho das 13 às 21  retribuído com o salário mínimo- estava  embebido na leitura de um livro e não deu pela sua chegada.

“É assim que zela pela segurança do serviço?”- perguntou-lhe a directora geral do alto da sua superioridade

O segurança ruboresceu, desdobrou-se em desculpas e penitenciou-se pela falha que nunca ocorrera em  mais de 30 anos de trabalho.
“ Que é que está a ler?”- perguntou
O segurança pegou no livro para ler o título que não lhe ocorrera na ponta da língua.

“ Está muito culto! Qualquer dia ainda se inscreve  na Universidade da Terceira Idade, não?”- ironizou com o acento de tia de Cascais que se lhe colara à pele.
O segurança abriu a gaveta da secretária, tirou de lá um livro e respondeu:

“ Para a Universidade não penso ir, senhora directora, mas gosto muito de ler. A senhora directora já leu este?”

Quando leu o título, foi a vez de  a senhora doutora sentir o sangue assomar ao rosto. O livro era “O Manual das Boas Maneiras”.

Sem uma palavra, disparou para o gabinete. De tão habituadas, as secretárias não estranharam o seu rosto fechado revelando uma fúria incontida. Deixou escapar  um “boa tarde” entre os dentes e pediu a uma das secretárias que lhe ligasse para a empresa de segurança.

Entrou de sopetão no seu privado gabinete com secretária de mogno, aguardou a chamada e exigiu que lhe levassem aquela mercadoria e a trocassem por outra. No dia seguinte, porque não queria mais ver a cara daquele insolente.
(….)

No gabinete do chefe, o sr. Luís, 15 anos ao serviço da empresa, foi perguntado sobre a ocorrência. Contou tintin por tintin todos os pormenores sem se esquecer, inclusivé, de mostrar a capa do livro que exasperara a senhora directora.

O Chefe evitou a custo uma gargalhada, mas esboçou um sorriso de orelha a orelha,que deixou o sr Luís aliviado. Levantou-se, deu-lhe uma palmada nas costas e disse:
“Fizeste bem! Não te preocupes, porque nunca faltará trabalho para ti nesta casa”.

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