picosderoseirabrava: A minha trepadeira roxa

24-06-2020
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O colégio onde fiz a minha
terceira classe nos idos de 50 lá em Algés (Colégio Gil Eanes) era uma daquelas
lindas moradias à antiga portuguesa com a parede principal toda coberta por uma
trepadeira roxa que fazia, já naqueles tempos, os meus encantos. Pela cor e
pelo xaile com que parecia aconchegar a casa.

Há uns anos, chegou a moda das buganvílias
e aí redescobri a trepadeira do meu velho colégio. (Uma amiga nossa plantou algumas
buganvílias em volta da piscina da sua bela casa nova e quando as crianças
corriam e se atiravam para dentro de água salpicando todo o relvado em redor,
ela gritava desesperada: «Ai, as minhas buganvílias!» Ainda hoje
– as crianças são já adultas e mães de outras crianças – brincamos com o grito
da minha amiga «Ai, as minhas buganvílias!»… (que já não existem…)

Depois de me reformar do trabalho
na escola, comecei a dar mais atenção ao meu já conhecido nano-mini-micro
jardim e, quando encontrei uma, comprei uma pequenina trepadeira roxa da cor da
do meu colégio de Algés.

Trouxe-a num pequenino vaso e mudei-a
para um vaso grande onde ela se foi fazendo adulta.

Dois anos depois transplantei-a para o tal
nano-mini-micro jardim à frente da minha casa, junto à entrada e aí a boa da
trepadeira roxa trepou e pôs-se linda!

O inverno de há dois anos teve
uns dias de temperatura baixas de mais até mesmo aqui para Leiria com grandes
camadas de geada que secaram completamente a minha trepadeira roxa.

Posso dizer que o desgosto que
tive foi parecido com o que sempre sinto e passo de cada vez que me morre um
gato.

Cortei-lhe os ramos secos e ficou
apenas o pequeno tronco central para não a arrancar de vez e também na
esperança de que ela conseguisse rebentar na primavera.

Passaram mais duas primaveras e
nem sinal de um rebentinho sequer. Lamentava a morte da minha trepadeira quase
de cada vez que entrava em casa.

Não sei se por causa das chuvas
que caíram em quantidade este ano, começámos um dia a ver um raminho verde a
crescer naquele tronco seco e outro e outro, e aí está ela a deitar florzinhas pequeninas
mas roxas, lindas e a rejuvenescer de dia para dia.

Que maravilha é a Natureza!

O colégio onde fiz a minha
terceira classe nos idos de 50 lá em Algés (Colégio Gil Eanes) era uma daquelas
lindas moradias à antiga portuguesa com a parede principal toda coberta por uma
trepadeira roxa que fazia, já naqueles tempos, os meus encantos. Pela cor e
pelo xaile com que parecia aconchegar a casa.

Há uns anos, chegou a moda das buganvílias
e aí redescobri a trepadeira do meu velho colégio. (Uma amiga nossa plantou algumas
buganvílias em volta da piscina da sua bela casa nova e quando as crianças
corriam e se atiravam para dentro de água salpicando todo o relvado em redor,
ela gritava desesperada: «Ai, as minhas buganvílias!» Ainda hoje
– as crianças são já adultas e mães de outras crianças – brincamos com o grito
da minha amiga «Ai, as minhas buganvílias!»… (que já não existem…)

Depois de me reformar do trabalho
na escola, comecei a dar mais atenção ao meu já conhecido nano-mini-micro
jardim e, quando encontrei uma, comprei uma pequenina trepadeira roxa da cor da
do meu colégio de Algés.

Trouxe-a num pequenino vaso e mudei-a
para um vaso grande onde ela se foi fazendo adulta.

Dois anos depois transplantei-a para o tal
nano-mini-micro jardim à frente da minha casa, junto à entrada e aí a boa da
trepadeira roxa trepou e pôs-se linda!

O inverno de há dois anos teve
uns dias de temperatura baixas de mais até mesmo aqui para Leiria com grandes
camadas de geada que secaram completamente a minha trepadeira roxa.

Posso dizer que o desgosto que
tive foi parecido com o que sempre sinto e passo de cada vez que me morre um
gato.

Cortei-lhe os ramos secos e ficou
apenas o pequeno tronco central para não a arrancar de vez e também na
esperança de que ela conseguisse rebentar na primavera.

Passaram mais duas primaveras e
nem sinal de um rebentinho sequer. Lamentava a morte da minha trepadeira quase
de cada vez que entrava em casa.

Não sei se por causa das chuvas
que caíram em quantidade este ano, começámos um dia a ver um raminho verde a
crescer naquele tronco seco e outro e outro, e aí está ela a deitar florzinhas pequeninas
mas roxas, lindas e a rejuvenescer de dia para dia.

Que maravilha é a Natureza!

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