PSD. Guerra das diretas prolonga-se para o Conselho Nacional

05-02-2020
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A três dias do congresso do PSD, as listas ao Conselho Nacional andam a ser cozinhadas. Luís Montenegro terá uma alternativa à de Rui Rio, mas Pinto Luz também conta com os seus apoiantes para ter figuras entre os conselheiros nacionais. O líder reeleito está a preparar a renovação da Comissão Política.

| foto Pedro Granadeiro/Global Imagens | foto ANTÓNIO COTRIM/LUSA | foto RODRIGO ANTUNES/LUSA

O congresso do PSD de Viana do Castelo, que começa nesta sexta-feira e termina no domingo, não é só a consagração de Rui Rio como líder do PSD. Vai também ser palco da guerra que se segue às diretas e do posicionamento no futuro dos apoiantes dos outros dois candidatos à liderança derrotados, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz. Ambos estão a preparar listas ao Conselho Nacional (CN), órgão máximo entre congressos e onde muito da vida do partido é decidida.

Fontes do PSD garantem ao DN que Luís Montenegro, o candidato à presidência do partido que passou à segunda volta e que conseguiu 47% dos votos, vai mesmo apresentar uma lista alternativa à da direção do partido. Tudo para assegurar que os seus apoiantes têm representação no CN. E que, conjugados com os que integrem a lista de Miguel Pinto Luz, que se ficou pela primeira volta com 9,3% dos votos, acabem mesmo por ser a maioria dos membros eleitos daquele órgão.

Luís Montenegro, candidato derrotado à liderança do PSD. © ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Mas a própria organização das listas, segundo as mesmas fontes, revelam ambições de apoiantes dos candidatos derrotados. Do lado de Montenegro, há outra espécie de disputa pela sua herança e há três figuras já a medir forças para o futuro e a tentar influenciar a liderança da lista ao CN.

No caso Paulo Cunha, autarca de Famalicão e o mais votado do PSD em exercício, Margarida Balseiro Lopes, deputada e líder da JSD que está prestes a deixar o cargo e que Hugo Soares, braço direito de Montenegro apoia, e Pedro Alves, presidente da distrital de Viseu do PSD e que estará a torcer para que Pedro Duarte, que em tempos se assumiu como putativo candidato à liderança, venha a encabeçar a lista de Montenegro.

Do lado de Miguel Pinto Luz as coisas são mais simples. O vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais tem um ponta-de-lança para a lista ao CN, que é o presidente da distrital de Setúbal, Bruno Vitorino, que foi um dos seus principais apoiantes e lhe deu uma vitória no distrito, a par da de Lisboa.

Miguel Pinto Luz, candidato derrotado à liderança do PSD. © RODRIGO ANTUNES/LUSA

Rui Rio também deverá desenhar a lista ao Conselho Nacional com os apoios que obteve em todo o país, tentando manter os equilíbrios. É dado como certo no partido que não deverá convidar novamente Nunes Liberato, antigo chefe da Casa Civil de Cavaco Silva, para liderar a lista ao Conselho de Jurisdição Nacional, mas manterá Paulo Mota Pinto como candidato a presidente da Mesa do Congresso.

Elina Fraga e Bolieiro de saída?

Fontes do partido asseguram ainda ao DN que Rui Rio deverá renovar a Comissão Permanente do PSD, o núcleo duro da direção, e a Comissão Política, que é um órgão de decisão mais alargado e com várias inerências. É dada como muito provável a saída do vice-presidente José Manuel Bolieiro, que é o candidato do partido às regionais dos Açores, que se realizam em outubro, já que o líder eleito social-democrata quer que se concentre no combate na região autónoma. Combate, aliás, que elegeu como uma das prioridades para 2020.

Com a saída de Bolieiro abrir-se-ia espaço para entrar uma figura muito cara a Rio, André Coelho Lima, mandatário distrital de Braga da sua candidatura e que seria uma aposta para a Câmara Municipal de Guimarães, já que nas autárquicas de 2017 encabeçou a lista do partido e ficou em segundo, atrás do PS. Os socialistas conseguiram seis vereadores e a lista de coligação Juntos por Guimarães (PSD/CDS) conseguiu cinco.

Elina Fraga, antiga bastonária da Ordem dos Advogados, é outro dos nomes tido como provável para sair da direção. A sua escolha para o cargo causou forte polémica no partido, sobretudo porque tinha sido uma forte crítica da ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz e do próprio Pedro Passos Coelho, a quem acusou de ser "ideologicamente vazio, cheio de cosmética e muita areia". Acresce que o mandato da ex-bastonária está a ser investigado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, após queixa do atual bastonário Guilherme Figueiredo contra alegadas irregularidades na contratação de serviços jurídicos.

Os restantes vices parecem ter os lugares mais seguros, David Justino, Salvador Malheiro, Nuno Morais Sarmento e Isabel Meirelles, que já deu nota pública que gostaria de se manter no órgão de decisão do partido.

A três dias do congresso do PSD, as listas ao Conselho Nacional andam a ser cozinhadas. Luís Montenegro terá uma alternativa à de Rui Rio, mas Pinto Luz também conta com os seus apoiantes para ter figuras entre os conselheiros nacionais. O líder reeleito está a preparar a renovação da Comissão Política.

| foto Pedro Granadeiro/Global Imagens | foto ANTÓNIO COTRIM/LUSA | foto RODRIGO ANTUNES/LUSA

O congresso do PSD de Viana do Castelo, que começa nesta sexta-feira e termina no domingo, não é só a consagração de Rui Rio como líder do PSD. Vai também ser palco da guerra que se segue às diretas e do posicionamento no futuro dos apoiantes dos outros dois candidatos à liderança derrotados, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz. Ambos estão a preparar listas ao Conselho Nacional (CN), órgão máximo entre congressos e onde muito da vida do partido é decidida.

Fontes do PSD garantem ao DN que Luís Montenegro, o candidato à presidência do partido que passou à segunda volta e que conseguiu 47% dos votos, vai mesmo apresentar uma lista alternativa à da direção do partido. Tudo para assegurar que os seus apoiantes têm representação no CN. E que, conjugados com os que integrem a lista de Miguel Pinto Luz, que se ficou pela primeira volta com 9,3% dos votos, acabem mesmo por ser a maioria dos membros eleitos daquele órgão.

Luís Montenegro, candidato derrotado à liderança do PSD. © ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Mas a própria organização das listas, segundo as mesmas fontes, revelam ambições de apoiantes dos candidatos derrotados. Do lado de Montenegro, há outra espécie de disputa pela sua herança e há três figuras já a medir forças para o futuro e a tentar influenciar a liderança da lista ao CN.

No caso Paulo Cunha, autarca de Famalicão e o mais votado do PSD em exercício, Margarida Balseiro Lopes, deputada e líder da JSD que está prestes a deixar o cargo e que Hugo Soares, braço direito de Montenegro apoia, e Pedro Alves, presidente da distrital de Viseu do PSD e que estará a torcer para que Pedro Duarte, que em tempos se assumiu como putativo candidato à liderança, venha a encabeçar a lista de Montenegro.

Do lado de Miguel Pinto Luz as coisas são mais simples. O vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais tem um ponta-de-lança para a lista ao CN, que é o presidente da distrital de Setúbal, Bruno Vitorino, que foi um dos seus principais apoiantes e lhe deu uma vitória no distrito, a par da de Lisboa.

Miguel Pinto Luz, candidato derrotado à liderança do PSD. © RODRIGO ANTUNES/LUSA

Rui Rio também deverá desenhar a lista ao Conselho Nacional com os apoios que obteve em todo o país, tentando manter os equilíbrios. É dado como certo no partido que não deverá convidar novamente Nunes Liberato, antigo chefe da Casa Civil de Cavaco Silva, para liderar a lista ao Conselho de Jurisdição Nacional, mas manterá Paulo Mota Pinto como candidato a presidente da Mesa do Congresso.

Elina Fraga e Bolieiro de saída?

Fontes do partido asseguram ainda ao DN que Rui Rio deverá renovar a Comissão Permanente do PSD, o núcleo duro da direção, e a Comissão Política, que é um órgão de decisão mais alargado e com várias inerências. É dada como muito provável a saída do vice-presidente José Manuel Bolieiro, que é o candidato do partido às regionais dos Açores, que se realizam em outubro, já que o líder eleito social-democrata quer que se concentre no combate na região autónoma. Combate, aliás, que elegeu como uma das prioridades para 2020.

Com a saída de Bolieiro abrir-se-ia espaço para entrar uma figura muito cara a Rio, André Coelho Lima, mandatário distrital de Braga da sua candidatura e que seria uma aposta para a Câmara Municipal de Guimarães, já que nas autárquicas de 2017 encabeçou a lista do partido e ficou em segundo, atrás do PS. Os socialistas conseguiram seis vereadores e a lista de coligação Juntos por Guimarães (PSD/CDS) conseguiu cinco.

Elina Fraga, antiga bastonária da Ordem dos Advogados, é outro dos nomes tido como provável para sair da direção. A sua escolha para o cargo causou forte polémica no partido, sobretudo porque tinha sido uma forte crítica da ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz e do próprio Pedro Passos Coelho, a quem acusou de ser "ideologicamente vazio, cheio de cosmética e muita areia". Acresce que o mandato da ex-bastonária está a ser investigado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, após queixa do atual bastonário Guilherme Figueiredo contra alegadas irregularidades na contratação de serviços jurídicos.

Os restantes vices parecem ter os lugares mais seguros, David Justino, Salvador Malheiro, Nuno Morais Sarmento e Isabel Meirelles, que já deu nota pública que gostaria de se manter no órgão de decisão do partido.

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