Santos Silva espera “mudanças muito evidentes” com Biden. Mas com Trump “a cooperação bilateral também melhorou”

22-11-2020
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou esta quarta-feira que as mudanças introduzidas pelo Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, serão “muito evidentes”. Em audição na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República, o governante sublinhou, no entanto, que “a cooperação bilateral tem melhorado nas últimas administrações” americanas, designadamente com a do Presidente em exercício, Donald Trump.

“Com a Administração Trump melhorámos como tínhamos melhorado com Obama e com Bush”, exemplificou, ainda que, no caso da Administração de George W. Bush, o ministro tenha acrescentado que a melhoria da cooperação bilateral aconteceu “em demasia”. Foi uma referência direta à invasão do Iraque em 2003, cuja decisão foi anunciada na Cimeira das Lajes, que juntou Bush e os então primeiros-ministros português, Durão Barroso, espanhol, José Maria Aznar, e britânico, Tony Blair.

Santos Silva congratulou-se ainda com a eleição de luso-descendentes no ato eleitoral de 3 de novembro nos EUA, sacudindo três páginas com os respetivos nomes. Além do Presidente, as eleições americanas definem a composição de um terço do Senado e da totalidade da Câmara dos Representantes e elegem governadores e vários outros postos estaduais e locais.

O ministro não detalhou as “mudanças muito evidentes” que espera de uma Administração Biden. A questão foi-lhe colocada pelo deputado socialista Paulo Pisco, que quis conhecer a posição de Santos Silva relativamente às consequências dos resultados eleitorais americanos no multilateralismo e nas relações transatlânticas.

Brexit poderá sobrar para presidência portuguesa da UE

A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), que arranca a 1 de janeiro de 2021, foi definida como uma prioridade da tutela. “Teremos de realizar a presidência em condições particulares”, acrescentou, dando conta de “uma dezena de conselhos informais a realizar” em Portugal e da alternativa de “um cenário digital” por causa da pandemia de covid-19.

A relação futura entre a UE e o Reino Unido, na sequência do Brexit, poderá ser um dossiê herdado da atual presidência alemã do Conselho. Santos Silva pretende ver esta questão “fechada este ano” mas reconhece que tal “pode não suceder”.

A presidência semestral rotativa implica o aumento da despesa do Ministério dos Negócios Estrangeiros em 41,5 milhões de euros, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

Em virtude do contexto pandémico, as receitas da tutela previstas no Orçamento do Estado para 2020, na ordem dos 60 milhões de euros, não deverá ultrapassar os 40 milhões, concedeu o ministro. Ainda assim, a previsão de 50 milhões de euros inscrita no OE2021 afigura-se-lhe realista.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou esta quarta-feira que as mudanças introduzidas pelo Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, serão “muito evidentes”. Em audição na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República, o governante sublinhou, no entanto, que “a cooperação bilateral tem melhorado nas últimas administrações” americanas, designadamente com a do Presidente em exercício, Donald Trump.

“Com a Administração Trump melhorámos como tínhamos melhorado com Obama e com Bush”, exemplificou, ainda que, no caso da Administração de George W. Bush, o ministro tenha acrescentado que a melhoria da cooperação bilateral aconteceu “em demasia”. Foi uma referência direta à invasão do Iraque em 2003, cuja decisão foi anunciada na Cimeira das Lajes, que juntou Bush e os então primeiros-ministros português, Durão Barroso, espanhol, José Maria Aznar, e britânico, Tony Blair.

Santos Silva congratulou-se ainda com a eleição de luso-descendentes no ato eleitoral de 3 de novembro nos EUA, sacudindo três páginas com os respetivos nomes. Além do Presidente, as eleições americanas definem a composição de um terço do Senado e da totalidade da Câmara dos Representantes e elegem governadores e vários outros postos estaduais e locais.

O ministro não detalhou as “mudanças muito evidentes” que espera de uma Administração Biden. A questão foi-lhe colocada pelo deputado socialista Paulo Pisco, que quis conhecer a posição de Santos Silva relativamente às consequências dos resultados eleitorais americanos no multilateralismo e nas relações transatlânticas.

Brexit poderá sobrar para presidência portuguesa da UE

A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), que arranca a 1 de janeiro de 2021, foi definida como uma prioridade da tutela. “Teremos de realizar a presidência em condições particulares”, acrescentou, dando conta de “uma dezena de conselhos informais a realizar” em Portugal e da alternativa de “um cenário digital” por causa da pandemia de covid-19.

A relação futura entre a UE e o Reino Unido, na sequência do Brexit, poderá ser um dossiê herdado da atual presidência alemã do Conselho. Santos Silva pretende ver esta questão “fechada este ano” mas reconhece que tal “pode não suceder”.

A presidência semestral rotativa implica o aumento da despesa do Ministério dos Negócios Estrangeiros em 41,5 milhões de euros, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

Em virtude do contexto pandémico, as receitas da tutela previstas no Orçamento do Estado para 2020, na ordem dos 60 milhões de euros, não deverá ultrapassar os 40 milhões, concedeu o ministro. Ainda assim, a previsão de 50 milhões de euros inscrita no OE2021 afigura-se-lhe realista.

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