Mais Lusitânia: Olivença, território anexado por Espanha

25-12-2019
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Luciano Alvarez

PS reabre polémica de Olivença por causa da Guerra das Laranjas

O alcaide de
Olivença resolveu festejar da anexação do território há 211 anos. O PS não
gostou e tenta impedir a festa. A polémica está aberta entre autarquias dos
dois países.

Em 1801 Espanha
anexou Olivença ao seu território, retirando aquelas terras a Portugal. Por
esses anos a polémica foi muita. Embora a questão nunca tenha sido resolvida, a
contenda esfumou-se com o passar do tempo. Agora, o PS volta a trazer a polémica
à tona da água.

A culpa, dizem seis
deputados socialistas, alguns deles ilustres, é do novo alcaide de Olivença
(presidente da autarquia local), Bernardino Píris (Partido Popular), que
resolveu comemorar a Guerra das Laranjas de 1801, facto que recorda a batalha
que levou à anexação nunca reconhecida internacionalmente, nem resolvida entre
Portugal e Espanha.

Por isso, os
deputados socialistas Maria de Belém Roseira, Alberto Martins, Basílio Horta,
Paulo Pisco, Laurentino Dias e Gabriela Canavilhas pediram ao Governo português
que impeça o que chamam de mega produção.

A questão de
Olivença é delicada «e tem-se revestido de cuidados especiais, de forma a
evitar ferir susceptibilidades históricas e nacionais», diz a nota que os
deputados do PS enviaram a Paulo Portas, Ministro dos Negócios Estrangeiros,
para que a festa não seja realizada.

«Acontece, no
entanto, que após as últimas eleições autárquicas em Espanha, realizadas em
Maio de 2011, o Ayuntamento de Olivença passou a ser dirigido pelo Partido
Popular, tendo o novo executivo decidido realizar em Junho próximo uma
megaprodução que consiste na reconstituição da Guerra das Laranjas, facto
histórico que ocorreu em 1801, e que assinala a anexação de Olivença por parte
de Espanha», salienta a nota.

Este facto,
acrescentou o deputado Paulo Pisco, «chega a parecer esquizofrénico», porque o
que o alcaide está a fazer «é celebrar a derrota dos oliventinos» que foram
anexados pelos espanhóis.

Para Pisco trata-se
de «sensibilizar por meios diplomáticos» para que a festa não se realize, de
forma a não «ferir susceptibilidades» nos dois lados da fronteira. Assim,
perguntam a Paulo Portas se «tem conhecimento» destes planos e se considera ou
não esta celebração «inadequada, dado que Portugal não reconhece a soberania de
Espanha sobre Olivença». Perguntam ainda se pondera «intervir, pelo menos
diplomaticamente, para que tal reconstituição não se produza».

«Potencial ofensivo»

«Trata-se de
celebrar ao longo de 18 dias a derrota da população oliventina, sacrificando
questões de identidade histórica a objectivos de natureza turística. Nunca uma
evocação deste facto histórico tinha sido feita, precisamente para evitar ferir
susceptibilidades. O assunto tem sido muito polémico e tem suscitado muitas
críticas de vários sectores dos dois lados da fronteira, precisamente pelo
potencial ofensivo e de hostilidade que comporta relativamente a uma situação
clara à luz do Direito Internacional, mas 'de facto' que ainda não está
resolvida», diz ainda o longo texto socialista.

Recordam mesmo um
artigo de opinião escrito pelo antigo alcaide de Olivença no jornal Hoy em que
este afirma: “A comemoração teatral da Guerra das Laranjas é uma ofensa gratuita
que, tendo elevados custos sem trazer nada, cria um problema onde não existia”.

Paulo Pisco recusa a
ideia de que o PS esteja a reabrir uma polémica do tipo «Olivença é
nossa»: N«ão tem a ver com isso. Apenas pedimos que se respeite a
sensibilidade histórica de um assunto que não está resolvido.»

«Feira
luso-espanhola»

A polémica que agora
chega a Portugal já dura há quase três meses na região espanhola, especialmente
nas páginas do jornal local espanhol Hoy.

Luciano Alvarez

PS reabre polémica de Olivença por causa da Guerra das Laranjas

O alcaide de
Olivença resolveu festejar da anexação do território há 211 anos. O PS não
gostou e tenta impedir a festa. A polémica está aberta entre autarquias dos
dois países.

Em 1801 Espanha
anexou Olivença ao seu território, retirando aquelas terras a Portugal. Por
esses anos a polémica foi muita. Embora a questão nunca tenha sido resolvida, a
contenda esfumou-se com o passar do tempo. Agora, o PS volta a trazer a polémica
à tona da água.

A culpa, dizem seis
deputados socialistas, alguns deles ilustres, é do novo alcaide de Olivença
(presidente da autarquia local), Bernardino Píris (Partido Popular), que
resolveu comemorar a Guerra das Laranjas de 1801, facto que recorda a batalha
que levou à anexação nunca reconhecida internacionalmente, nem resolvida entre
Portugal e Espanha.

Por isso, os
deputados socialistas Maria de Belém Roseira, Alberto Martins, Basílio Horta,
Paulo Pisco, Laurentino Dias e Gabriela Canavilhas pediram ao Governo português
que impeça o que chamam de mega produção.

A questão de
Olivença é delicada «e tem-se revestido de cuidados especiais, de forma a
evitar ferir susceptibilidades históricas e nacionais», diz a nota que os
deputados do PS enviaram a Paulo Portas, Ministro dos Negócios Estrangeiros,
para que a festa não seja realizada.

«Acontece, no
entanto, que após as últimas eleições autárquicas em Espanha, realizadas em
Maio de 2011, o Ayuntamento de Olivença passou a ser dirigido pelo Partido
Popular, tendo o novo executivo decidido realizar em Junho próximo uma
megaprodução que consiste na reconstituição da Guerra das Laranjas, facto
histórico que ocorreu em 1801, e que assinala a anexação de Olivença por parte
de Espanha», salienta a nota.

Este facto,
acrescentou o deputado Paulo Pisco, «chega a parecer esquizofrénico», porque o
que o alcaide está a fazer «é celebrar a derrota dos oliventinos» que foram
anexados pelos espanhóis.

Para Pisco trata-se
de «sensibilizar por meios diplomáticos» para que a festa não se realize, de
forma a não «ferir susceptibilidades» nos dois lados da fronteira. Assim,
perguntam a Paulo Portas se «tem conhecimento» destes planos e se considera ou
não esta celebração «inadequada, dado que Portugal não reconhece a soberania de
Espanha sobre Olivença». Perguntam ainda se pondera «intervir, pelo menos
diplomaticamente, para que tal reconstituição não se produza».

«Potencial ofensivo»

«Trata-se de
celebrar ao longo de 18 dias a derrota da população oliventina, sacrificando
questões de identidade histórica a objectivos de natureza turística. Nunca uma
evocação deste facto histórico tinha sido feita, precisamente para evitar ferir
susceptibilidades. O assunto tem sido muito polémico e tem suscitado muitas
críticas de vários sectores dos dois lados da fronteira, precisamente pelo
potencial ofensivo e de hostilidade que comporta relativamente a uma situação
clara à luz do Direito Internacional, mas 'de facto' que ainda não está
resolvida», diz ainda o longo texto socialista.

Recordam mesmo um
artigo de opinião escrito pelo antigo alcaide de Olivença no jornal Hoy em que
este afirma: “A comemoração teatral da Guerra das Laranjas é uma ofensa gratuita
que, tendo elevados custos sem trazer nada, cria um problema onde não existia”.

Paulo Pisco recusa a
ideia de que o PS esteja a reabrir uma polémica do tipo «Olivença é
nossa»: N«ão tem a ver com isso. Apenas pedimos que se respeite a
sensibilidade histórica de um assunto que não está resolvido.»

«Feira
luso-espanhola»

A polémica que agora
chega a Portugal já dura há quase três meses na região espanhola, especialmente
nas páginas do jornal local espanhol Hoy.

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